Recebemos esta semana um email sobre uma situação que se verificou no Porto e que achamos que faz sentido divulgar:
José Maria Coutinho Nunes de Sá
1º – Uso a bicicleta (“de passeio”, “tipo holandesa”, de 6 velocidades) nas minhas variadas deslocações no Porto, em especial para a Escola pública onde lecciono, por motivos ECOLÓGICOS, de SAÚDE e ECONÓMICOS quer a nível pessoal, quer a nível da economia local e nacional; ela passou a substituir o AUTOMÓVEL; os transportes colectivos não são, para o meu caso, alternativa viável;
2º – deparo-me com ausência de ciclovias, com muitas ruas em paralelepípedo muito trepidantes, com estacionamento caótico dos automóveis em 2ªs filas e em estacionamentos ilegais em ambos os lados das ruas – restando um único canal que a bicicleta teria de partilhar com o automóvel, com as consequências previsíveis dadas as diferentes velocidades, níveis de segurança, etc.;
3º – pelo exposto, eu e muitos ciclistas vemo-nos obrigados a utilizar, amiúde, o passeio, sempre conscientes, claro está, das limitações e necessidade de precauções, apesar das bicicletas nos passeios pouco mais velozmente circularem que um peão, não ocupando mais espaço que um peão e não serem veículos que ocasionem normalmente qualquer incidente;
4º – sofrendo já das vicissitudes que dificultam o uso da bicicleta no Porto, fui alvo da aplicação de uma multa (recebi-a hoje), por parte de um Sr. Agente da PSP da Esquadra do Campo Lindo, por me “fazer transportar num velocípede sem motor e circular com o mesmo em cima do passeio, sem que pretendesse aceder a qualquer prédio”; tentei, em vão, expor as dificuldades da utilização da bicicleta no Porto e as suas vantagens para tudo e para todos, mas só obtive comentários como “problema seu”, “é a lei”, “eu não tenho nada contra as bicicletas, até tenho duas”, etc.aliás, estando o passeio completamente livre de peões, eu parei a bicicleta para lhe dar passagem quando passava para o passeio vindo da rua;
5º – Discordando em absoluto da aplicação desta multa, por ser altamente INJUSTA pelas amplas vantagens para O BEM COMUM do uso da bicicleta, já generalizado em toda a União Europeia e, por isso mesmo também altamente ANTI-PEDAGÓGICA, tenciono IMPUGNAR A AUTUAÇÃO E UTILIZAR ESSA ACÇÃO COMO modo de luta a favor da incrementação de meios e mudança de mentalidades que favoreçam a facilitação do uso da bicicleta no Porto e em Portugal, pelas vantagens para tudo e para todos dessa prática. Fá-lo-ei recorrendo ao desenvolvimento exaustivo dos tópicos apresentados neste texto, divulgando-os a todos os elementos da sociedade civil que possam contribuir para aquele fim que considero nobre e legítimo.
Com os melhores cumprimentos,
José Maria Coutinho Nunes de Sá
3 filhos.
59 anos
Professor do Ensino Básico e Secundário
Caro José Maria Coutinho:
O senhor tem que acompanhar a evolução tal como ela nos é imposta “democráticamente” pelos ignorantes que se apoderaram do poder!
O exemplo vem de cima. O senhor tal como qualquer presidente ou administrador de qualquer instituição do estado ou não, deve utilizar uma viatura topo de gama. E é claro, deve adquiri-la à conta do contribuinte ou trabalhador da sua empresa; para isso é que eles, trabalhadores, lá estão. De seguida reflicta e verá que afinal está tudo bem: circulará por exemplo de Jaguar, não tem despesas de combustível, de manutenção, de selos e inspecções, poderá mesmo ter direito a um subsidio de condução, polui mais mas é só você, etc, etc,etc.
Verá que afinal as bicicletas são um inferno!
Meu caro amigo, povo acéfalo é povo acéfalo e está por todo o lado, especialmente nos lugares cimeiros; são primários!
Para as forças vivas da cidade do Porto, mais importante que pensar em mobilidade com inteligência, preservando o ambiente e a saúde da natureza da qual somos parte, é fazer centros de congressos em jardins públicos.
Tem todo o meu apoio.
Os passeios são, como devia ser óbvio, para uso exclusivo dos peões. Nos últimos tempos, um número crescente de utilizadores de bicicletas vem usurpando, com frequência e em seu benefício, espaços destinados apenas ao trânsito de peões, demonstrando, além da ausência de civismo, um lamentável desrespeito por elementares normas de segurança. Ao contrário do que refere, os incidentes causados por ciclistas que circulam abusivamente sobre os passeios são vários e acontecem diariamente. Se, como diz, defende o «ambiente» então deveria saber que nada há mais ecologicamente saudável que caminhar… E, pretendendo circular com a bicicleta num local destinado a peões, então desmonte e transporte-a a seu lado. É assim que fazem os ciclistas civilizados na União Europeia! E, entretanto, releia o código da estrada… Resta-me apenas felicitar o agente que o multou… lamento apenas que não seja um acto mais frequente!
Caro José Nunes de Sá
Infelismente ainda estamos a milhas do resto dos países Europeis no que concerne ao uso de bicicletas como modo alternativo de mobilidade. Resta-me felicitar a sua forma ecológica e saudável de se deslocar para o emprego. Quanto ao Sr. José Nunes, representa uma triste realidade do nosso país, a falta do pensamento crítico – lei é lei. Uma vez que a sociedade não proporciona as estruturas, nem se actualizou atempadamente ao nível do planeamento de ciclovias, este tipo de leis é completamente desajustada à realidade e às necessiadades de mobilidade. Com o seu comentário, vejo que nunca deve ter andado de bicicleta nem em portugal, nem deve ter viajado muito, porque no resto da europa em que não há uma cobertura suficiente de ciclovias é frequente os ciclistas atravessarem e percorrerem passeios. Suponho que ande a pé, pensado no ambiente e no civismo de não poluir o ar que os outros respiram.
Eu também utilizo a bicicleta como meio de transporte no Porto e a verdade é que não temos a vida facilitada na nossa cidade.
A ideia que passa do seu mail é a do direito à partilha do passeio com os peôes. Infelizmente nem todos os ciclistas circulam com precaução nos passeios, as ciclovias partilhadas são um exemplo de como isto pode ser desagradável ou até perigoso para todos. As ciclovias são poucas e muitas vezes mal feitas, já fui atropelado enquanto circulava de bicicleta numa – a responsabilidade foi do condutor do carro mas o desenho da ciclovia não ajudou.
A estrada pode ser intimidante com os seus perigos e desconfortos óbvios mas ainda assim acho que é por um lugar nela que temos de lutar – lugar esse que já é nosso por direito mas que muitos ciclistas (compreensivamente) ainda receiam reclamar.
Boa noite. Não sou um utilizador habitual da bicicleta, no Porto, mas gostava de ser. O problema é que aqui, andar de bicicleta é um desporto radical. Concordo que o passeio é para os peões, mas que alternativa tem os ciclitas? aventurar-se na selva dos automóveis, camiões, etc?.É isso que não incentiva ao seu uso. O que devemos fazer nóes? Resta-nos pressionar quem manda a tornar a vida mais fácil a quem quer utilizar este meio, não poluente de transporte individual, cujos incentivo a utilizar até é uma lei da República.
Agora, que vai haver eleições municipais, é uma boa altura para perguntar as candidatos o que pensam fazer relativamente a este assunto.
Caro José Maria Coutinho,
Li o seu artigo e todos os comentários, que muito me sensibilizam. Estando totalmente de acordo consigo, não posso deixar de acrescentar que a minha tristeza vai muito além do seu caso.
Vivo na Baixa da minha cidade, e já não sei o que criticar, dado que não há Rua, Praça ou Jardim, que veja cuidado no essencial, no mínimo, no absolutamente básico, quando se tem à partida algo tão belo, tão valioso e com tanta história.
Com a inauguração do Metro e o final das obras do 2001 (uma meia dúzia de anos depois, e com tanta asneira feita), sonhei que não podia ir para pior, que a Baixa, moribunda, iria melhorar, mesmo que lentamente.
Hoje, observo o contrário, que rapidamente conseguiu ir para pior, está à venda, sem identidade, ocupada agora por mercenários e por gente bronca que diz que a Baixa está na moda, pura ironia.
Tudo por causa de uma dezena de negócios nocturnos (sempre dos mesmos), que em nada respeitam o espaço que ocupam. Festas para milhares, como aviões e carros, que não são mais que areia para os olhos, quando se vai perdendo o que de melhor tínhamos.
Com isto tudo, foi-se a identidade, foi-se a boa vizinhança, foi-se o comércio de qualidade e cara a cara, foi-se o prazer de percorrer as ruas, de ir a vários cafés, de estar nos vários Jardins e Praças.
Basta ir à Ribeira, local onde a Cidade nasce, e ver o seu estado de degradação, abandono e má gestão. Tantas obras para fazer parques e temos carros a um metro do Rio. Quem a conhecer bem, sabe que há uma máfia instalada, como em muitos outros casos.
Agora temos o caso do Palácio, quando o Bolhão ficou esquecido, quando a Feira da Vandoma morreu, quando o Horto das Virtudes está vazio ou fechado, quando a Praça das Oliveiras, com a fonte do mesmo nome, sem água, com carros, contentores, e outros, quando a Praça da Republica foi cedida a uma tia, para fazer uma feira como viu em Londres! Bem, já chega!
O que virá a seguir, será que estes senhores vão alugar, desviar, tapar ou deitar a baixo a Torre dos Clérigos?
Não quero estar cá para ver.
Forte abraço, Francisco Félix
Enganei-me: quando no final do comentário me referi à Praça da Republica, queria antes dizer Praça Carlos Alberto.
realmente é lamentável que não haja nas cidades, zonas de protecção ao ciclistas…
mas:
será que os ciclistas, por mais razões que de certo devem ter/defender; podem ser alvo de susto, ao pacato peão?!
e se o mesmo tiver dificuldades, várias, não de todo logo visíveis?!
Somos pelos cidadãos, mais desfavorecidos – principalmente, todos os que necessitam de cuidados especiais.
por isso, não propomos, a sua visão/assinatura!
Olá a todos!
Sou utilizadora diária de bicicleta em Aveiro e faço diariamente a viagem de comboio para o trabalho em Gaia levando a bicicleta comigo no comboio urbano.
Gostaria de vos convidar a visitar o site da Massa Crítica em http://www.massacriticapt.net, um movimento internacional apartidário e independente pela promoção do uso da bicicleta, q começou em 1992 nos EUA (Critical Mass) e se encontra estendido por numerosos países.
Em Portugal, poderão aproveitar para dialogar sobre estes assuntos na Bicicletada mensal em Aveiro, porto, Coimbra e Lisboa, é sempre na última 6F do mês com saída pelas 18h-18h30 (da Praça dos Leões, no Porto). Este movimento é conhecido da Campo Aberto.
Os assuntos aqui abordados: código da estrada, ciclovias, falta de civismo, exemplos de outros países etc etc estão todos no site da Massa Crítica. Leiam, contribuam para o site e espero que o site contribua para as vossas dúvidas.
É proibido circular de bicicleta no passeio. Infelizmente há jovens que os usam para andar “a sacar cavaladas” denegrindo a imagem do ciclista civilizado. Ciclovias nem sempre são necessárias, há que integrar os vários participantes do tráfego e habituar os carros à presença das bicicletas. Então as ciclovias “para turista” feitas em cima do passeio…têm uma utilidade discutível para o preço que custam.
A melhor maneira de fazer massa crítica é andar de bicicleta, por isso, continuem!
Boas pedaladas,
Ana
Participante da Massa Crítica
Antes de mais, e quanto a mim, a multa é justa.
Eu também ando frequentemente de bicicleta na cidade; diria que 90% dos percursos que faço são feitos junto com oa automóveis, nos restantes 10% prevarico; se for multado, aceito com um sorriso, faz parte do risco, ou da preguiça em não contornar aquele quarteirão com sentidos únicos.
Mas mais importante do que a multa poderão ser outras questões mais resolúveis e mais pró-activas:
Proponho criar no seio d Campo Aberto um grupo que trate de:
1) criar, juntamente com os serviços de cartografia ou similares da Câmaras Municipais da zona do Porto, um mapa da cidade com a indicação básica das inclinações das ruas e respectivos sentidos (códigos de cores, etc), com indicação de percursos mais “friendly” ou mais panorâmicos, etc.
2) fazer o devido “lobbying” para libertar a cidade para os ciclistas: que é feito da continuidade dos passeios da ponte de arrábiba no lado de Gaia? E das passagens pedonais entre a avenida Sidónio Pais e a Av. AEP? Ou mesmo ate Leça…
É ainda fundamental:
a) criar faixas cicláveis em ruas manifestamente largas: Av. França, Av. Boavista, Circunvalação, etc
b) implantar mobiliário urbano para estacionamento (que permita prender o quadro e não só a roda da frente)
c) clarificar as tipologias de faixas pretensamente para bicicletas. Aquela coisa amarela na marginal do rio (de mMssarelos até Matosinhos) não pode ser para bicicletas.
cumprimentos
Concordo que o passeio seja para os peões. Mas a verdade é que entre uma estrada cheia de carros e um passeio cheio de pessoas não há muito por onde escolher quando se quer andar de bicicleta. Eu ando muito de bicicleta, principalmente em gaia, e verifico que ainda falta fazer muito para que se possa usar este meio de transporte em segurança e “como deve ser”. Não há respeito pelas bicicletas, não há ciclovias, não há lugares para “estacionar” a bicicleta… No fundo, não há ainda uma cultura deste meio de transporte que justifique todas as mudanças necessárias na sociedade para que seja possível e seguro utilizá-lo. As pessoas têm medo de montar numa bicicleta quando os outros condutores não têm respeito nenhum pelos ciclistas passando tão rápido que os desiquilibram ou buzinamdo-lhes como se isso aumentasse a “potência” da bicicleta e os fizesse andar mais rápido; e por isso simplesmente não se aventuram.
Comentando o prof. José Sá, eu concordo que o passeio seja para os peões até porque no código da estrada a via de trânsito onde circulam carros e etc. está reservada também às bicicletas. Mas não deixo de me sentir solidária pois também eu ando de bicicleta e faço trajectos longos e deparo-me muitas vezes com situações em que usar o passeio é a única hipótese. Acho, contudo, que não nos podemos esquecer que uma bicicleta é um veículo susceptivel de magoar peões é preciso ter mto cuidado quando se circula com ele nos passeios (assim como os carros também podem “magoar” ciclistas… Enfim, o Mundo mnão é perfeito!)
Concluíndo, falando para todos os que não têm medo de se fazer à estrada na sua bicicleta, somos nós que temos de ir conquistando o nosso espaço na estrada para que outros os possam seguir.
Olá!
Exactamente, há que conquistar o lugar nas vias que nos pertence, portanto, há que circular nas vias e não no passeio.
Quando está complicado uso a campainha da bicicleta, é muito útil.
Não sei se as ciclovias são assim tão precisas, começa por ser uma questão psicológica, as pessoas pensam que com ciclovia estarão mais seguras para sair com a bicicleta de carro e os carros vêem-se obrigados a respeitar (quando o fazem).
P ex eu não uso as ciclovias “para turista” na marginal Aguda-Miramar (Gaia), prefiro ir a direito pela estrada, é mais rápido e não tenho de pisar traços contínuos…pois! Há que planear bem as ciclovias.
Mas o que me parece que é mesmo preciso é ensinar o Código da Estrada e condução aos ciclistas jovens e adultos e educar/sensibilizar os automobilistas para aprenderem a respeitar.
Ana
Exm.os Srs.
Até hoje, 21 de Setembro de 2009, 4 pessoas em 11 que escreveram sobre a utilização da bicicleta no Porto (47%) demonstraram inequivocamente a falta de informação em Portugal sobre as inúmeras vantagens da bicicleta nas cidades.
Note-se que tal acontece num site ligado à ecologia!
Sei do que falo: já visitei alguns dos países mais desenvolvidos da Europa onde a bicicleta é tão incentivada e de forma talvez absurda para a perspectiva de muitos Portuenses, a avaliar pelo que tenho lido e ouvido.
Os comentários evidenciam também inadmissíveis generalizações, suposições, raciocínios sem lógica e consequentes injustiças para quem se esforça em bem agir nesta terra.
Estas constatações, a minha idade e outros factores, DESMOTIVAM-ME demasiado e definitivamente.
Por isso concluo:
1º REGRESSO AO USO AO AUTOMÓVEL NO PORTO (não é um topo de gama mas é novo, bom e com reduzida emissão de CO2…);
2º PAGO A MULTA (tinha decidido não o fazer);
3º NÃO DIGO NEM ESCREVO E NEM QUERO OUVIR NEM LER MAIS UMA PALAVRA SOBRE A BICICLETA NO PORTO!
Boa sorte à Campo Aberto.
José Maria Sá
Fico com a consciência tranquila! Como poderá testemunhar o Gonçalo – o 1º a comentar a minha “carta” – troquei o carro pela bicicleta para me deslocar para a Escola durante o último ano lectivo. Os transportes colectivos não servem o meu trajecto e a pé demoraria uma hora em ida e volta por dia… Perturbei ligeiramente um ou dois peões, a quem pedi desculpa e perturbei alguns automobilistas a quem não pedi desculpa.
Caro José Maria
Todos sabemos que tomar decisões a quente, não é boa ideia!
Também procuro usar a bicicleta diariamente para me deslocar para o trabalho, também “tenho” de circular um pouquinho em cima do passeio, também já tive encontros menos agradáveis com um agente (graduadíssimo)da PSP, por circular em sentido inverso ao permitido (!) na zona pedonal de Santa Catarina.
Como ando muito de bicicleta, felizmente, o saldo é muito positivo. Já tive muitos outros encontros, muitíssimo agradáveis com agentes da PSP.
Concluindo. Ele há doidos em todo o lado.
Pense que o principal beneficiado pelo uso da bicicleta é o próprio José. É a sua saude e a sua “pegada”.
Só porque nós os dois acreditamos piamente no que fazemos, não podemos exigir aos outros que sigam o nosso bom exemplo. A grande revolução é que cada um de nós acredita e faz. Quando os outros perceberem que somos felizes e saudáveis por isso, vão querer imitar.
Note que também não vejo mal nenhum em tentar convencer o resto da malta, na certeza de que não podemos esmorecer quando eles não aderem aos nossos ideais.
Depois, repare que passar a usar o carro, não o vai livrar de encontrar um outro doido qualquer a multa-lo por uma outra qualquer razão estúpida.
Um abraço solidário
Luis
Partilho de todo a sua preocupação na preservação do meio ambiente, a manutenção da forma física e as demais mais-valias que o uso da bicicleta nos traz. Mas como nos inserimos numa comunidade que tem as suas normas legais, teremos que as cumprir.
Logo, diz-nos a alínea b) do art.104º do Código da Estrada (CE) que só é equiparado ao trânsito de peões, a condução à mão de velocípedes. Na situação, o caríssimo Sr. cidadão encontrava-se a tripular um velocípede no passeio, que é reservado ao trânsito de peões, salvo algumas excepções previstas na lei.
O art. 17º, n.º1 do CE preceitua que os veículos só podem utilizar as bermas e passeios desde que o acesso a prédios o exija, também não era o caso.
Ao cidadão interveniente na situação, restar-lhe-ia circular pelo lado direito da faixa de rodagem, o mais próximo possível da berma ou passeio, guardando no entanto uma distância destes de modo a evitar acidentes, conforme estipula o n.º1 do art.13º do CE.
É certo e por demais constatado que o estacionamento e o trânsito nas nossas cidades é por demais caótico, sem dúvida, mas as normas legais têm que ser cumpridas.
Sugiro que se faça um requerimento ao Sr. Presidente da Câmara para construir pistas especiais de circulação, as denominadas ciclovias, para obstar a estes transtornos diários.
Sr Sá, espero que mantenha a utilização da bicicleta por muitos e longos anos. Moro na cidade de Coimbra (cidade extremamente desnivelada) e sinto-me obrigado, não só a utilizar muitas vezes o passeio, como a deslocar-me em sentido proibido para que seja viável o contorno de determinadas colinas. Ainda espero pela primeira multa!!! A minha bicicleta deve ser semelhante à sua e pela experiência que tenho a velocidade é bastante limitada, o que faz com o perigo seja residual. Já ouvi alguns “bitaites” mas se eu tivesse estacionado o meu carro em cima do mesmo passeio e obrigasse o peão a ir para a estrada para o contornar, nem um resmungo ouviria. Vários policias já passaram por mim e nunca fui multado porque, quem sabe, felizmente sabem que ou é daquela forma (sempre com cuidado) ou em Coimbra não se anda de bicicleta. Deixo só esta informação, estive à poucos dias na Suiça e por baixo do sinal de sentido único aparece sempre um sinal de dois sentidos para bicicletas, isto é, as ruas de sentido único passam a dois para bicicletas…será difícil criar uma lei destas? chama-se a isto organização e vontade para mudar para melhor. Com certeza que os juristas que elaboram as leis não andam de bicicleta…
Alguns comentadores parecem não entenderem que a questão não está no dito uso ecológico e benéfico da saúde física mas sim no cumprimento lógico e devido da lei.
Também uso a bicicleta diariamente mas nunca pelos passeios onde circulam os peões – que têm o direito à segurança – sobretudo as crianças e quem as acompanha e as pessoas de idade,quantas com problemas graves de se deslocarem…
Quando encontro obstáculos páro ou levo a bicicleta pela mão no passeio.
Chama-se a isto Civismo, Educação e cumprimento de normas e regras.
Se consideram a lei errada reclamem a quem de direito.
Mas não consigo imaginar ciclo vias em todas as zonas de Cidades com muitos desnivelamentos de terreno.
Como ciclista cumpro a lei.
Como peão exigo a minha segurança sem tropeçar em bicicletas ou ver outros sujeitos ao mesmo.
Só espero que a polícia continue atenta aos infractores que teimam em impor as suas leis pessoais.
Boas pedaladas na estrada, na rua ou nas ciclovias onde existirem.
E sejam sensatos!!!
José, estou contigo! Mas por favor, continua, continua! Quem concordou com a multa, NUNCA ANDOU DE BICICLETA NO PORTO. E os carros em cima do passeio que nunca são multados? Ser tolerante, cívico, não é só respeitar a lei instituída. Depois disto vamos multar quem mais? Quem não espera 5 minutos na passadeira para a atravessar enquanto vê um mar de carros parados à sua frente??? O civismo também é reivindicar! Acreditar no BEM COMUM não é civismo?! Ando de bicicleta no Porto. Uns carros buzinam, uns peões protestam de vez em quando. É assim, compreendo-os (os peões) mas continuo, ou então deixo a bicicleta em casa e trago mais um carro para ajudar à maré cheia. Esse polícia NÃO zelou pelos interesses dos peões ou da sociedade, zelou pelos seus próprios interesses: dirigir-se-ía do café ou do posto para o seu carro familiar ou de patrulha. Eu estou contigo José, eu também acredito na vida em sociedade em prol de um bem comum. De outra forma, estaria a apoiar a mortalidade viária, a poluição atmosférica, sonora, visual, o despovoamento dos centros urbanos, a inexistência de crianças a brincarem no porto, etc. Falta cumprir-se muita coisa. Distribua-se consciência, “falta cumprir-se Portugal”.
Força José!
Pedro, Estudante de Arquitectura Paisagista, 24 anos.
A habitar na Rua das Flores, zona da Ribeira, Porto.
Cumprimentos