A Ribeira da Granja é um dos principais cursos de água que percorre a cidade do Porto. Entubada na maior
parte do seu percurso, restam ainda assim alguns troços a céu aberto que
requerem urgente recuperação. Mas esta opção não está ainda assegurada. Sobre
alguns dos poucos troços livres da Ribeira da Granja há fortes intenções
imobiliárias e rodoviárias, apesar de os terrenos em causa se situarem em leito
de cheia. E já em Dezembro de 2002 as cheias provocaram avultados prejuízos,
tendo a água subido em certos locais 2 metros!
A Campo Aberto propõe um pequeno percurso com a imprensa por 3 locais emblemáticos do que acabámos de descrever
1. A CM do Porto vai plantar 50 árvores num terreno adjacente à Ribeira. Apesar de se pretender
tornar o espaço num jardim público, está prevista a construção de uma rua a
escassos metros da Ribeira e em pleno leito de cheia. Todo o espaço envolvente
está carregado de um suburbanismo escandaloso e desolador.
2. Nestes extensos campos agrícolas, claramente em leito de cheia, a proposta é simplesmente construir a
eito, ignorando por completo o sistema hídrico local e a necessidade de
conservar alguma agricultura no interior da cidade. Prevê-se mesmo a
canalização de um pequeno troço perto da Circunvalação, ao contrário do que
seria natural, para sobre ele construir! Acompanhando o empreendimento surgem
também diversas novas ruas, todas elas facilmente inundáveis num Inverno mais rigoroso…
3. A Ribeira não se vê, passa por baixo. Mas este local, povoado de frondosas árvores (incluindo
espécies autóctones e raras em cidades como azevinhos – cujo abate é proibido
por Lei –, loureiros, carvalhos-roble, oliveiras, vidoeiros, figueiras, entre
muitas outras), corre o risco de desaparecer para dar lugar a uma nova rua e a diversos
lotes com edifícios. A VCI passa a escassos metros, pelo que o maciço arbóreo
cria um efeito de barreira acústica de grande importância. O local é ainda
considerado um espaço sensível devido à proximidade do Hospital da Prelada.
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