[PNED] 26 Abr/ Azevedo e Sintra
Sábado, 26 de Abril de 2003
(Para qualquer problema com esta lista, seguir por favor as instruções do
rodapé desta mensagem.)
EDITORIAL: Azevedo e Sintra
Azevedo (Porto, Campanhã) e Sintra, além do verde, pouco mais terão em
comum. O verde poluição de Azevedo, as ilhas degradadas, 13 mil habitantes
esquecidos, aspirações a fazer como no Porto ocidental (as mesmas asneiras?
ou as mesmas virtudes?)… O eixo da dignificação de Azevedo deveria ser o
Parque Oriental, a zona agroflorestal preservada e dignificada, a
recuperação de bairros e ilhas, transformando-os em habitação condigna ainda
ligada à terra… Mas entretanto já muito desse espaço foi ratado pelas
infra-estruturas pesadas e novas ameaças pairam sobre ele…
Em Sintra, afinal valeu a pena lutar contra uma aberração como o parque de
estacionamento na Volta do Duche. Tal como no Porto valeu a pena com o
Movimento do Parque da Cidade. Curiosamente, encontramos em ambos os
projectos condenados grandes nomes da famosa escola de arquitectura do
Porto. O que só prova que não basta ser um grande arquitecto para realizar
uma boa obra em todas as suas dimensões, pois que a componente ambiental é
tão ou mais importante que as componentes estritamente técnicas e
artísticas. Que pena ver grandes nomes da nossa arquitectura associados a
projectos aberrantes! Mas a cidade é assunto dos cidadãos, não de uma outra
categoria profissional por mais importante que ela seja. Nem apenas dos
arquitectos, nem sequer dos urbanistas e planeadores, por melhores que
sejam. Obviamente, todos eles poderão dar grandes contributos, desde que se
disponham a abandonar a perspectiva corporatista e queiram ter em conta a
dimensão telúrica e natural tanto quanto a humana e a profissional.
Seguem-se o sumário de notícias de interesse urbanístico/ambiental
publicadas na edição electrónica do Público e do JN, em 26 de Abril de 2003,
e os respectivos resumos JN. A selecção é da associação Campo Aberto. Para
os textos integrais consultar as referidas páginas ou a respectiva edição em
papel.
PNED = Porto e Noroeste em Debate
SUMÁRIOS
Público Porto Norte
1. Gondomar: mapa do ruído vai condicionar licenciamento de obras em
Gondomar
2. Porto: visita à habitação pós-25 de Abril; iniciativa da Ordem dos
Arquitectos
3. Vila do Conde: mosteiro à espera de ser pousada
4. Braga/ Mesquita não quis revelar quanto vai custar o novo estádio
JN
1. Porto: Abandono motivou impulso independentista; Treze mil portuenses
vivem isolados na zona oriental (Azevedo)
2. Porto: Litígio arrasta-se há 24 anos por causa de quatro lotes de terreno
3. Porto: Parque das Virtudes não consegue atrair população; No Passeio das
Virtudes, Vandalismo sobressai à entrada
4. PortO: Revolução não chegou a todos os bairros e ilhas
5. Ovar : Camiões desviados para zona industrial
6. Sintra : Câmara anula parque na Volta do Duche
7. Viana do Castelo : Evocado ciclo do linho
RESUMOS JN
1. Porto: Abandono motivou impulso independentista
A.R.
Há décadas que a população de S. Pedro de Azevedo se sente esquecida e
discriminada pelos executivos camarários, que têm privilegiado o
desenvolvimento da zona ocidental da cidade, permitindo que se acentue o
atraso da zona oriental. Esse sentimento deu origem, nos anos 80, a um
movimento de cidadãos que foi até ao Parlamento, na luta pela criação de uma
nova freguesia. O desmembramento não se consumou porque os órgãos municipais
não emitiram os necessários pareceres, inviabilizando a subida do processo a
plenário. E a situação pouco mudou nestes anos. Apesar do verde que
predomina nos 256 hectares de terreno em causa, os rios estão poluídos, há
várias lixeiras e os acessos são do Terceiro Mundo.
Porto Treze mil portuenses vivem isolados na zona oriental
Abandono Um quarto da população de Campanhã está praticamente esquecida do
outro lado da Circunvalação Entre outras carências, faltam o saneamento e
uma caixa multibanco
Alice Rios
Uma extensa área verde, serpenteada por ruelas íngremes, algumas ainda em
terra batida. No meio da teia, entre terrenos baldios e hortas, silvados e
matagais, moram cerca de 13 mil portuenses, muitos deles concentrados em
ilhas degradadas.
2. Porto: Litígio arrasta-se há 24 anos
perseverança Família desespera face a um contencioso com a Câmara do Porto
por causa de quatro lotes de terreno Batalha legal chegou ao Tribunal
Europeu dos Direitos do Homem
Artur Ramísio
Um contencioso com a Câmara Municipal do Porto arrasta-se pelos tribunais há
24 anos e está, agora, no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. “Parece
que estão à espera que desapareçamos”, ironiza, em tom de revolta, Domingos
Mendes, membro da família proprietária dos terrenos que estão na origem do
litígio com a autarquia portuense. A história tem início em 1979, com a
entrada nos serviços da Câmara do processo para licenciamento de quatro
lotes ao longo da Rua do Canha/Estrada da Circunvalação.
3. Porto: Parque das Virtudes não consegue atrair população
desconhecido Pouca divulgação e falta de sinalização dificultam acesso ao
espaço verde do Centro Histórico Horário de Verão (até às 22 horas) pode
ajudar a aumentar a afluência
Inês Schreck
Escondido da cidade, é aproveitado pelos vizinhos, crianças e adolescentes.
Poucos. Em pleno Centro Histórico, o Parque das Virtudes ainda passa
despercebido à maioria dos portuenses. Reaberto no mês passado, aquele
espaço verde de 22 mil metros quadrados tem duas entradas sem qualquer
identificação. Ao invés, os portões do parque um na Rua Afonso de
Albuquerque e outro na Calçada de Miragaia estão pintados e riscados com
frases que deixam adivinhar quem por ali costuma passar.
No Passeio das Virtudes, Porto: Vandalismo sobressai à entrada
A envolvente do Parque das Virtudes não condiz com a beleza do espaço verde
que se espraia pela encosta sobre o Douro. A quem entra pelo portão da Rua
Afonso de Albuquerque não passará despercebido o vandalismo de que foi alvo
o antigo Jardim-de- Infância da Junta de Freguesia da Vitória. Totalmente ao
abandono, o pavilhão tem poucos vidros intactos, sendo ainda possível ver no
chão, através das grades, as pedras que provocaram tais estragos. Já a porta
das traseiras, completamente destruída, deixa entrever a degradação no
interior do edifício.
4. PortO: Revolução não chegou a todos os bairros e ilhas
Arquitectura Planeamento da cidade a partir da habitação não passou dos
projectos das brigadas do SAAL
Virgínia Alves
Transformações. Em pouco tempo, brigadas de arquitectos ouviam as
associações de moradores. Velhas ilhas e bairros, muitos deles condenados à
demolição para a criação de parques de estacionamento, conhecem novos
projectos.
5. Ovar : Camiões desviados para zona industrial
Ponte Rotunda na EN 109 e passagem superior sobre a linha férrea vão
reorganizar trânsito no acesso às empresas Obra deve avançar no Verão
Natacha Palma
A Câmara Municipal de Ovar vai desviar grande parte dos camiões que se
deslocam para as indústrias de Arada e que costumam engrossar as filas de
trânsito na entrada norte da cidade e que tornam, tantas vezes, a chegada a
Ovar num verdadeiro inferno. Para tal,vai construir uma passagem desnivelada
superior sobre a linha férrea, na freguesia de Arada, que irá ligar as duas
áreas industriais da zona, agora separadas pela Linha do Norte.
6. Sintra : Câmara anula parque na Volta do Duche
A Câmara de Sintra aprovou, por maioria, a anulação da construção do
estacionamento subterrâneo na Volta do Duche, projecto da anterior
presidente da autarquia. O concurso público internacional da empreitada de
requalificação da Volta do Duche e parque de estacionamento subterrâneo foi
lançado em Outubro de 2000, durante a presidência de Edite Estrela. O
projecto, da autoria do arquitecto portuense Fernando Távora, previa a
construção, em pleno centro histórico da vila classificada como Património
Mundial, de um de estacionamento subterrâneo com capacidade para 350
viaturas. Contudo, em Dezembro de 2001, surgiu uma forte contestação ao
projecto da parte de associações ambientalistas e políticos. Um ano depois,
duas centenas de pessoas participaram numa manifestação contra a construção
do parque.
7. Viana do Castelo : Evocado ciclo do linho
tRAdição Autarquia apostada na recuperação de cultura enraizada no Alto
Minho Planta e utensílios integram mostra a inaugurar no Verão
Luís Henrique Oliveira
Há muito que ninguém planta linho na freguesia. Na casa dos meus pais, havia
um tear, mas nunca o vi a trabalhar. Estava arrumado para um canto. Acho bem
recuperarem a tradição. Servirá para os mais novos terem uma ideia do quanto
custavam as coisas.” A afirmação, de Lurdes Morais, de 34 anos, residente em
Outeiro, Viana do Castelo, exemplifica o percurso de uma planta enraizada no
Alto Minho mas que, hoje, ameaça desaparecer.
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