April, Campo Aberto, Fapas, Grupo Gaia
NDMALO, Olho Vivo
Quercus, Terra Viva
Plataforma associativa Convergir lança nova campanha de salvaguarda do “último reduto” do orto
Casos há em que existe um compromisso
difícil de encontrar entre salvaguarda dos valores ambientais e desenvolvimento
pretendido, tal como a autarquia tem anunciado, embora de forma pouco
explícita. No Parque Oriental não há, em boa verdade, um conflito de
interesses. Não só a criação desta zona verde contribui directamente para a
melhoria social e económica do Vale de Campanhã, como todas as explicações
publicamente apresentadas para a construção da Alameda de Azevedo carecem de um
mínimo de fundamentação e, elas sim, são contraditórias com aqueles objectivos.
A situação é caricata: o município prepara-se para aprovar uma empreitada que
não é capaz de justificar plausivelmente e que, ao criar uma nova barreira à
mobilidade numa zona já cercada por grandes vias de circulação, agravará o isolamento
da população local e acentuará os graves problemas sociais aí existentes.
O executivo não pode ignorar os sucessivos alertas das associações cívicas a este respeito.
Os principais argumentos aduzidos a favor da Alameda de Azevedo são, todos eles, facilmente refutáveis:
O que |
A realidade |
A via é necessária para melhorar os acessos a Valbom e ao lugar de Azevedo |
O IC29 vai situar-se a escassa distância e assegurará uma excelente acessibilidade |
A via é necessária para permitir a passagem de autocarros |
O |
A via poderá vir a comportar a passagem do metro |
Não existe ainda qualquer estudo que apoie esta conclusão e os planos de expansão da rede do metro não lhe fazem qualquer alusão. O traçado do metro insere-se |
A via terá o perfil de avenida urbana, e não de auto-estrada |
Embora tratando-se de uma alteração positiva relativamente ao que estava |
O último reduto verde do Porto com dimensões significativas
Para se entender a gravidade da situação, não é exagerado considerar que se está perante a última área livre do
Porto de dimensões consideráveis, ou seja, o “último reduto” com potencial para
uma nova ampla zona verde de que a cidade tanto carece. A mutilação do Parque
Oriental através da sua fragmentação possui um carácter simbólico extremamente
relevante. O executivo responsável por esse acto ficará com a sua imagem
indelevelmente manchada durante décadas por ter, cega e obcecadamente, tomado
uma decisão que representa uma total ausência de visão de longo prazo.
A plataforma associativa Convergir lança novamente o repto ao poder político da Câmara Municipal do
Porto: ainda vai a tempo de salvar o Parque Oriental!
O Parque Oriental como centro de desenvolvimento sustentado do Vale de Campanhã
Muito mais do que uma via, o Parque Oriental poderá constituir, assim o município o queira, a verdadeira
alavanca para um desenvolvimento mais equilibrado do Vale de Campanhã. O Parque
atrairá pessoas de todas as classes sociais, inclusivamente de outros
concelhos. Alguns equipamentos culturais, como uma biblioteca, museu ou sala de
conferências e exposições, reforçarão a atractividade do lugar, contribuindo
para a revitalização da economia e tecido social locais. Aliás, o PDM prevê, e
bem, espaço para tais estruturas, que se deverão integrar cuidadosamente na
paisagem. A Colectora de Azevedo, cujo traçado se deverá aproximar o mais
possível da zona urbana existente, será uma alternativa aos actuais arruamentos
sinuosos e estreitos, fomentando a coesão territorial e quebrando o actual
isolamento do lugar de Azevedo.
A Alameda de Azevedo em nada poderá auxiliar à recuperação da zona. Pelo contrário, inviabilizará o
desenvolvimento harmonioso, centrado na criação do Parque Oriental, que a
plataforma Convergir propõe.
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