por Fernanda Seixas, Arquitecta
«A sala de visitas da cidade do Porto vai parecer um espaço mortuário. Não se contesta um novo desenho para a Avenida dos Aliados e Praça da Liberdade. Não se trata de saudosismo.
CONTESTA-SE A IMPOSIÇÃO!
As mudanças aparecem como factos consumados.
CONTESTA-SE O DESENHO!
Na Avenida, mantém-se a actual configuração de arruamentos e áreas de peões, mudando apenas os materiais de revestimento.
Na Praça, reduz-se a área central a uma pequena “lombriga” onde o D. Pedro IV (arauto da Liberdade) fica confinado a um pequeno espaço sem dignidade, ainda por cima virado ao contrário.
A olhar para onde?
CONTESTA-SE A ESCOLHA DOS MATERIAIS!
Granito e cubos de granito em toda a área de intervenção, tanto para peões como para veículos, formam um conjunto de difícil percepção, escuro e que absorve demasiada radiação, considerando a orientação da praça (Norte-Sul). Serão, portanto, espaços inóspitos para estar, além de que ficarão sujos e envelhecidos em pouco tempo.
QUANTO ÀS ÁRVORES
Será verdade que vão abater as magnólias existentes há tantos anos junto à Igreja dos Congregados?
É inacreditável destruir o anúncio da Primavera que elas dão, à entrada da Praça da Liberdade.
QUANTO AOS ESPAÇOS AJARDINADOS
Compreende-se que a Câmara queira reduzir custos de mão-de-obra com a sua manutenção! »
Porto, 28 de Junho de 2005
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