«Não há uma alteração profunda. A forma de reconstruir à superfície foi deixada em aberto, e o objectivo era, tanto quanto possível, manter as características básicas [da Avenida dos Aliados]»
afirma Jorge Morgado, do gabinete de comunicação da Metro numa entrevista a Ana Correia Costa publicada no JornalismoPortoNet: Metro garante legalidade do projecto (11.11.05)
Como? Pode repetir? Não há uma alteração profunda?!
Realmente dá mesmo para acreditar no que esta gente diz!
O mesmo Jorge Morgado, nessa entrevista, sustenta que, por ter sido feito a dada altura um Estudo de Impacte Ambiental, que até incluiu consulta pública, a legalidade está salvaguardada. Aliás a pergunta é formulada de tal modo que até parece que os contestários alegam a inexistência desse estudo. Há que desfazer o equívoco: sabemos que o estudo foi feito, e sabemos também que a Metro do Porto se prepara alegremente para ignorar as respectivas recomendações (como admitiu o próprio Oliveira Marques na audiência à Comissão Parlamentar). É essa uma das flagrantes ilegalidades que denunciamos.
Ainda sobre a contestação ao projecto, o JN de hoje titula em destaque que “providência cautelar também é hipótese”. Gostaria de deixar claro que, nas declarações ao JN tal como a outros orgãos de comunicação social, me abstive de anunciar quais vão ser as nossas próximas iniciativas. Não excluí a hipótese que o jornalista pôs em título, assim como não afastaria outras hipóteses igualmente razoáveis. Mas, nesta fase em que as estratégias ainda não estão claramente definidas, seria prematuro fazer qualquer anúncio.
Acabo de ver rui rio (este nome fica bem com letrinhas pequeninas…)na televisão a dizer (a propósito da contestação de hoje na Praça) que não põe em questão a competência de Siza ( ninguém põe, assim como nunca ninguém pôs em duvida a competência de Salazar), a competência tem a ver com saberes técnicos; o que nós contestamos são outros saberes, são os saberes (ou neste caso não saber) quanto à forma de estar em sociedade democrática, o saber de ouvir os concidadãos, o saber de, mais alto que a nossa barriga, sabermos estar atentos aos interesses globais, e quanto a estes saberes estes arquitectos não sabem nada, apenas lhes interessa o seu umbigozito.