in Jornalismo PortoNet (por Ana Correia Costa)
«Germano Silva está “totalmente em desacordo” com o projecto de requalificação da Avenida dos Aliados, da autoria dos arquitectos Siza Vieira e Souto Moura. “Os arquitectos estão a adaptar a avenida ao projecto deles e não o contrário”, acusa. (…)
Relativamente às alterações forçadas pela implantação das bocas de entrada e saída das estações subterrâneas do metro, Germano Silva defende que “os arquitectos deviam ter conciliado as entradas [do metro] com o aspecto físico da avenida, de modo a não agredi-la. Porque a Avenida vai ser agredida”, prevê.
Germano Silva critica “o cinzentismo com que pretendem decorar a avenida”, e aponta ainda como negativa a “retirada dos canteiros e da mancha de cor que lá existe”, assim como “a colocação de passeios de granito”.
Por tudo isto, o jornalista conclui que a população deveria ter sido ouvida: “Devia ter havido consulta pública para saber se os munícipes querem ou não [o projecto], porque estamos a lidar com um património que é de todos”.
“Lamento que esse projecto se concretize”, desabafa, concluindo que “é uma perda para a cidade”.» ler notícia
Arquivado em ALIADOS- OPINIÃO
Finalmente a opinião inestimável de Germano Silva que fazia FALTA!
Bravo Ana Correia Costa por esta entrevista!
Há muito devidas, há muito desejadas estas declarações inequívocas de Germano Silva até já não eram de todo esperadas depois da troca de “galhardetes” publicada n’A Baixa do Porto (ver)
Mas finalmente Germano de Silva declara publicamente o seu verdadeiro apreço pelo património da Avenida dos Aliados e da Praça da Liberdade e insurge-se contra este projecto descaracterizador que à revelia da lei querem impor à cidade! Uma voz importante a juntar a tantas outras.
Para quando um artigo nos jornais de grande circulação?
Parabéns ao Germano Silva que, embora tarde, soube discordar, mantendo a cabeça fria e não se deixando enlevar no seguidismo de outros, que como ele, tinham obrigação de fazer mais.
Espera-se que os jornais de grande tiragem saibam ler o PortoNet e tenham a coragem de o entrevistar.
Mas que coragem, deuses? O Germano tem uma página no JN onde escreve sobre o que lhe apetecer, no dia de maior tiragem, com larga e fidelíssima audiência!…
Aqui está o que me incomoda mais nesta história toda: exigir que os outros concordem connosco (mais o Teófilo do que a Manuela) não é minimamente razoável. E ainda mais me incomoda porque em caso algum quero parecer defensor do tipo de governação (parola, tacanha, mesquinha) que Rui Rio trouxe à nossa cidade.
Caro POS,
sobre o Germano Silva e a minha posição sobre os Aliados, recomendo-lhe algumas leituras na Baixa do Porto.
Não quero que concordem comigo só por concordar, mas os que discordam que fundamentem as suas discórdias, não se refugiando em frases vazias em que se fala de evolução, modernidade, reabilitação e outros palavrões quando não têm uma única ideia sobre o assunto.
Quanto ao JN, o Germano Silva escreve lá sobre história da cidade, o muito que poderia fazer é contar a história da Avenida e emitir uma opinião, que estaria sempre longe do alcance de uma entrevista bem efectuada e propositada sobre o assunto.
Caro Teófilo,
Evidentemente, não me compete dizer o que o Germano pode ou não fazer com a dita página, só quis notar que nada disto tem a ver com coragem ou falta dela. Coragem?!…
O que se exige é frontalidade e porque achamos este assunto importante.
E não seja ingénuo caro POS! Não me estou a referir especificamente agora a Germano Silva, mas houve pessoas que não assinaram o manifesto apesar de estarem contra o projecto, nem publicamente assumiram o que pensavam, porque não lhes convinha (pessoal e/ou profissionalmente) que isso se soubesse; não lhes convinha compremeter-se. Percebe? Por isso quando aqui se fala de “coragem” é desta “coragem” de que se está a falar.
Manuela, assim já nos entendemos!… Desses conheço eu muitos, em todos os quadrantes e envolvidos nas mais diversas situações. Aprecio a ironia como figura de estilo, mas trabalhar com as palavras leva-me a ser selectivo com elas. Ou seja, prefiro chamar invertebrados a esses seres, deixando à coragem o espaço que lhe é devido. O que eu queria dizer, apenas em tese, é que ninguém é forçado a pronunciar-se sobre algo que não queira, mesmo que tenha opinião formada. Os ditos invertebrados são os que dizem uma coisa em surdina, em meios restritos, e outra, radicalmente oposta, quando falam em público…