«Caros Amigos e ALIADOS,
Obrigada ao Helder Pacheco pelo excelente artigo. É pena que, tal como o fizeram pelo Coliseu, os Portuenses não se manifestem pela sua Avenida dos Aliados. Sinto-me desolada e decepcionada. Custa-me até, passar por lá e ver o que está a ser feito, com o consentimento tácito de todos nós.
Ontem, em reunião da Assembleia Municipal do Porto, em resposta a uma intervenção feita pela Arqª Teresa Andersen (eleita pelo Partido Socialista) em que mencionou a atrocidade que a Metro do Porto está a fazer na nossa Avenida, o Presidente da Câmara respondeu que o que a Metro do Porto estava a fazer na Avenida estava a ser feito com o acordo da Câmara do Porto, pois ele (Presidente Rui Rio) gosta do projecto e está de acordo com ele. “Não nos vamos esconder por trás da Metro do Porto. Nós estamos de acordo com o que está a ser feito”, disse Rui Rio. Quando um Presidente de Câmara que acabou de ser eleito com maioria absoluta (embora apenas com 25% dos portuenses a votar nele: votaram 52% dos eleitores e, desses, só cerca de 50% é que votaram Rui Rio, o que perfaz cerca de 25% dos eleitores
portuenses) diz isto, o que vamos fazer, ou o que podemos fazer, que não esteja já a ser feito? Só mesmo uma GRANDE MANIFESTAÇÃO POPULAR, liderada por alguns notáveis (e estava a pensar no Pedro Abrunhosa e outros que arrastassem multidões) que se acorrentassem à Avenida dos Aliados, como fizeram com o Coliseu, e não permitissem que a obra continuasse… Que direito têm uns arquitectos, por muito famosos que sejam – e a fama é relativa -, e um Presidente que está na cidade de passagem – como todos os outros antes e depois dele -, de mudar a face da nossa “sala de visitas”, da nossa Praça da Liberdade e Avenida dos Aliados, destruía-la sem dó nem piedade, tirar-lhe todo o encanto e beleza, e roubar os Portuenses das suas memórias e da sua história, apenas para deixar marca (e que marca!) e satisfazer o seu Ego.
Afinal, constato com humildade, que não é o facto de NÓS termos nascido no Porto, num qualquer hospital ou maternidade, que nos faz Portuenses. O que nos faz Portuenses é O PORTO TER NASCIDO DENTRO DE NÓS, DENTRO DO NOSSO CORAÇÃO e, por isso, amarmos a nossa cidade infinitamente, ao ponto de pensarmos nela antes de pensarmos em nós ou nos nossos Egos, lutarmos por ela e a servirmos com total desapego. Isso sim, isso é que é ser Portuense.
A minha tristeza é profunda e indescritível…
Gostava que vocês não desistissem nem deixassem de nos enviar informação. Por vezes o nosso silêncio não é sinónimo de desinteresse, pelo contrário…
De qualquer forma, aproveito para vos agradecer, como portuense de gema que sou, por tudo que têm feito para tentar salvar a minha cidade de alguns “criminosos” de colarinho branco, lobos com pele de cordeiro, ou será de “vison”?
Eu acredito em milagres…
Um grande Abraço. »
O Sr. Pedro Abrunhosa já teve mais que oportunidade para dizer o que pensa e manteve-se caladinho Como os arquitectos ele também pertence ao que o povo gosta de chama “esquerda caviar”. “Esquerda vison” também não está mal.
MD
Que bem que sabe ouvir-vos, certeiros e honestos caros aliados!
Relembro pelas “esquerdices” um grande amigo do Porto, o Rui Veloso, que – sendo agora amigo de quem é – poderia meter uma cunha ao
sorumbático: deixe lá a malta do Porto ter a avenida como era, aquilo é gente do carago mas são tacanhos e preferem os desenhinhos e as florzinhas e as pombinhas, coitadinhos! Abençoados os pobres de espírito, que nunca se enganam nem têm dúvidas. Cá como lá!
EP