Nos Aliados continua a demolição… Depois das breves palavras à SIC e TVI (que nos tinham contactado por causa das últimas notícias) nem tivemos vontade de ir até à Praça. .
Fomo-nos abrigar da confusão do trânsito e da agressão das obras no Guarany onde lanchámos. Lá dentro, o ambiente composto e requintado constrastando com o desarranjo exterior, as pessoas sossegadamente a conversar, a luz do fim de dia já com promessa de Primavera… tudo isso me encheu (a mim também) de uma enorme nostalgia e imaginei como nos sentiríamos felizes se nesta altura, ultrapassada a fase da construção da estação subterrânea do metro, o que se estivesse a fazer fosse uma verdadeira requalificação. Imaginei como seria bom que os responsáveis pela autarquia, pelo IPPAR , pela Metro, os autores do projecto verdadeiramente amassem a sua cidade e estivessem a melhorar, a actualizar sem a destruir, a jóia que havia aqui neste espaço durante tanto tempo desvirtuado (fez em Dezembro quatro anos que se destruiram os jardins da parte superior da Avenida para se inicarem as obras da estação subterrânea).
Mas bastava ver o abandono a que foi votada, o desprezo com que a trataram (para nossa vergonha), o desrespeito com que dela falaram, para se perceber que ao “adaptar a avenida ao projecto deles e não o contrário”, esta gente só pensa na sua “coroa de glória” (ouvi esta expressão a Souto Moura na Assembleia Municipal, referindo-se ao que esta obra poderia vir a significar para Siza Vieira) e no seu poderzinho sobranceiro, e que não entendem nem verdadeiramente sentem o Porto. Como disse Helder Pacheco (e que pena dizê-lo tão tarde!) e como já aqui e aqui foi transcrito :«(…) É preciso ter desaforo!»
É preciso terem eles desaforo e nós… azar!
Ainda há pouco na notícia acerca do risco de demolição que corre a casa onde nasceu Almeida Garret em Lisboa, apesar das promesssas, apesar das assinatitas etc. ouvi José Augusto França afirmar que entregara ( ou ia entregar) as “chaves da cidade” à autarquia, em sinal de protesto e que se ia demitir como representante de Portugal na Unesco pois não achava que um país que não sabe proteger o seu paatrimónio não tem autirdade para julgar os outros. Assim é que é!
M Delgado
Pois os tais nomes sonantes … e de Lisboa. Não há dúvida que os nossos governantes nos tratam como se eles estivessem na capital e nós na província! Talvez SV devolva a condecoração …agora que vai vendo a vergonha a alastrar como alcatrão quente!
EP