Em resposta ao pedido que há tempos fizemos de acesso a documentos administrativos relacionados com o processo dos Aliados, a Câmara Municipal do Porto permitiu-nos, na passada segunda-feira (9 de Janeiro), consultar o projecto de execução das obras em curso – mas não os ofícios trocados entre a Câmara, a Metro e os arquitectos. Curiosamente, esse projecto de execução foi emitido pelos gabinetes de Siza Vieira e Souto Mouro em Julho de 2005, quando o IPPAR afirma, no seu último parecer, tê-lo consigo já em 9 de Junho.
Tirando isso, a consulta do projecto, ainda que tardia, permitiu verificar como a imagem virtual do projecto – até hoje a única divulgada publicamente -, além de insuficientemente detalhada, contém incorrecções importantes, uma delas até muito bem-vinda. As novidades mais assinaláveis são as seguintes:
– as esplêndidas magnólias junto à Igreja dos Congregados afinal não serão removidas (perguntámos tantas vezes por elas, não nos podiam já ter esclarecido?);
– com excepção das magnólias, o projecto prevê a substituição (por carvalhos americanos, Quercus coccinea) de todas as árvores na Praça da Liberdade;
– o estreitamento da placa central ocorre só na parte superior da Avenida, e por isso é pura falácia dizer-se que na zona mais baixa, onde a placa central mantém as mesmas dimensões, se suprime o jardim por razões de escala;
– quanto à placa superior, só estão previstas árvores no seu extremo norte, em torno do espelho de água, ficando tudo o resto despido, ao contrário do que mostra a imagem virtual;
– refira-se, finalmente, que as novas árvores na Avenida serão da mesma espécie das já existentes (Acer platanoides “Crimson King”).
Do mal o menos, se diria. Mas porquê? Porquê? Se são árvores já adultas porque não ficam as mesmas? Que sanha é esta? Realmente custa-me a crer que 2 arquitectos de tanta “nomeada” não se incomodem de ter tantas opiniões contra e deixar obra baptizada, sendo ilegítima. Ninguém nos salva?
EP
As árvores que estão na Praça da Liberdade, para além das magnólias, são ligustros de uma espécie que se não for podada (como em Júlio Diniz, por ex.) floresce abundantemente e cujos frutos, umas bagas pretas pequeninas que as aves adoram, caindo nos passeios os podem deixar todo manchado de preto. Ali na Praça a voracidade das pombas raramente deixava que isso acontecesse. Porque é que as substituem? Talvez por esta razão (mancharem o chão), ou por outra qualquer que nós teremos de advinhar de tal modo é fecundo e o diálogo e esclarecedora a atitude dos digníssimos responsáveis.
E Manuela, só nos faltava dizerem que é por causa das aves e da gripe. Pois, sem manchas nem excrementos de pássaros … tudo muito asséptico como essas mentes “fecundas”. Os carros e o resto é que é a poluição. do ar e sonora (como as musiquinhas de Natal na Baixa)! Isto parece uma câmara para atrsados mentais que é o que NÃO somos. EP