Excerto do artigo de João Pereira Coutinho, “Sobre arquitectos e Modernistas…etc” (Speakeasy), in Atlântico nº15, Junho 2006, a propósito do artigo de Miguel Sousa Tavares sobre Siza em Madrid .
Pois…”percebe-se” que não passe pela cabeça do arquitecto que o projecto (para Madrid) e a apreciação do júri pudessem estar errados.
No caso das “nossas” Avenida dos Aliados e Praça da Liberdade –nem concurso, nem júri, e muito menos discussão pública!
Serão os ‘arquitectos estrelas’ os únicos culpados? De modo algum: os principais responsáveis são até talvez os que de ‘mão beijada’ permitiram que isso acontecesse. Ou melhor que isso continue a acontecer, em conivência passiva e comungante com a“natureza potencialmente autoritária da arquitectura moderna” .
E no nosso entender, atropelando a lei, menosprezando os apelos dos cidadãos, funcionando de um modo inadequado e escandalosamente autocrático.
Nota:
Gostava de poder publicar o artigo em questão na íntegra. Trata-se de uma análise interessante sobre a diferença essencial entre artes como a literatura e a pintura – que podemos livremente usufruir ou ignorar, e a arquitectura- expressão artística com uma função colectiva, a que não nos podemos furtar. Daí, por mais vezes do que as desejáveis, a sensação de imposição agressiva, de autoritarismo que origina: «Mas a arquitectura é por definição inescapável: ela impõe-se indiferentemente como realidade colectiva. A natureza potencialmente autoritária da arquitectura moderna, que horroriza Sousa Tavares , e com razão, parte dessa confusão primeva entre expressões artísticas distintas.» (id.)
Já tenho autorização para reproduzir parte do artigo que interessa na íntegra… Mas ainda nao tive tempo. fica para breve.
Lá por ser bom arquitecto, não quer dizer que seja bom urbanista/designer urbano….São escalas diferentes, propósitos diferentes, intenções diferentes. Pena que nem ele perceba isso (mas o dinheiro deve dar-lhe muito jeitinho, não é!!).