«Porto teve tudo menos motivos para sorrir no ano 2006, que hoje termina.
(…)
Meus caros, desculpem-me a minha despudorada arrogância mas, não sendo arquitecto, posso garantir-vos que fazia da nossa Avenida da Liberdade um espaço mais digno do que aquele em que estes especialistas da urbanidade o transformaram.
Não devem brincar com as pessoas com a pretensa visão futurista das coisas só ao alcance dos génios. Se for vivo, daqui a dez ou vinte anos, continuarei a olhar para a Avenida dos Aliados, amargamente conformado, com os mesmos olhos de desencanto e frustração com que a olho hoje. Nada mudará! Estas obras de suposta remodelação pouco ou nada beneficiaram a cidade e o cidadão e jamais farão esquecer a anterior. O que acontece é que o tempo encarrega-se de diluir tudo, mesmo as barbaridades cometidas sobre o nosso património.
Será essa, não duvido, a arma falaciosa utilizada no futuro pelos defensores da actual remodelação quando, resignados pelo tempero dos anos, os portuenses, orgulhosos como são, até acabarem por dizer que até gostam da “nova” Avenida da Liberdade. É no factor tempo que todos os crimes encontram o melhor refúgio para se branquearem.
Apesar dos pesares,
Feliz Ano 2007
Rui Valente»
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