Criar um grupo de discussão em formato electrónico que reúna e agregue diversas – e dispersas – vontades e sensibilidades existentes no concelho de Espinho, com vista a apresentar à Câmara Municipal propostas/sugestões/recomendações na área ambiental/espaços verdes, foi a principal conclusão da sessão de divulgação que a Campo Aberto – organização não-governamental sedeada no Porto e com actuação predominante na AMP -, realizou no passado dia 15 de Dezembro, na sala da Assembleia da Junta de Freguesia de Espinho.
Na intervenção inicial, a cargo de Nuno Quental, responsável pela campanha “50 espaços verdes em perigo, 50 espaços verdes a proteger”, foram abordados os motivos e os objectivos desta iniciativa que pretende, através da iniciativa dos cidadãos, associações, escolas, autarquias, grupos de amigos, etc, coligir e elencar um conjunto de espaços que, pelo seu valor intrínseco, seja ele ambiental, agrícola, patrimonial, cultural (ou os quatro em simultâneo) mereçam ser protegidos e salvaguardados pelos poderes públicos.
O lançamento da campanha decorre da constatação de que a região da AMP está cada vez mais urbanizada, que os espaços verdes e agrícolas têm vindo a desaparecer a um ritmo simultaneamente acelerado e perigoso e que, perante este cenário pouco promissor, é necessário e urgente conhecer e proteger os espaços verdes que ainda existem e, mais do que isso, envolver directamente a população nessas escolhas.
António Sá, ambientalista e ex-dirigente da Quercus, realçou o facto de Espinho apresentar no seu território um ecossistema que merece há muito tempo (sem que isso se expresse na prática) ser convenientemente salvaguardado e protegido, a Barrinha de Esmoriz/Lagoa de Paramos, não apenas pela sua importância ao nível da fauna e flora, como também, por constituir uma área que, por estar dividida entre dois concelhos (Ovar e Espinho) pode assumir-se como espaço intermunicipal de onde o lazer e recreio se coadunem e equilibrem com a preservação do ambiente.
A necessidade de requalificar a orla costeira e de recuperar o degradado cordão dunar, bem como, o reordenamento das margens das diversas ribeiras cujos cursos de água passam pelo concelho (Rio Largo, Ribeira de Silvalde e Ribeira de Rio Maior) e que se encontram extremamente poluídas, foram outros dos temas abordados na troca de ideias efectuada durante a sessão de divulgação da campanha “50 espaços verdes a proteger”.
Mas a ideia que mais concentrou a atenção dos presentes e o debate foi aquela exposta por António Sá, referente à requalificação das inúmeras pracetas existentes na cidade e que, ao invés de estarem impermeabilizadas com cimento, deveriam ser colocadas ao serviço da população e do interesse público. De acordo com o ambientalista, a reconversão dessas áreas (uma delas é a existente frente à Escola Sá Couto/Piscina) em espaços verdes e, posteriormente, o seu acompanhamento é um processo que não implica custos elevados, uma vez que actualmente existe a possibilidade de utilizar plantas autóctones de baixo rendimento que não implicam custos de manutenção elevados.
É com base nesta última premissa que se decidiu constituir o fórum/grupo de discussão. Objectivo: apresentar e fundamentar uma proposta a apresentar à Câmara Municipal para que uma determinada área a designar (pretende-se que o exemplo apresentado sirva como modelo) seja requalificada e reconvertida em espaço verde aberto ao usufruto de todos os cidadãos.
Para integrar este fórum sobre ambiente/espaços verdes sobre/em Espinho, aberto à participação e envolvimento de todos e de todas, basta contactar via e-mail com Lúcia Fernandes – luciaof@gmail.com – ou através do telemóvel nº 93 866 76 25 e dar o nome e o mail.
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