Boletim PNED de 26 de Abril de 2007

por | Abr 26, 2007 | PORTO E NOROESTE EM DEBATE | 0 Comentários

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BOLETIM PORTO E NOROESTE EM DEBATE
resumo das notícias de ambiente e urbanismo em linha

Quinta-feira, 26 de Abril de 2007

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Para os textos integrais das notícias consultar as ligações indicadas.
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1. Porto: Olhar de novo para Campanhã

O primeiro concurso de ideias para o Parque Oriental foi lançado há 13 anos,
mas o projecto ainda nem sequer arrancou. A reabilitação do Bairro do
Lagarteiro aguarda também um acordo. Uma delegação de autarcas vai visitar a
zona de Campanhã e sugerir medidas de intervenção num prazo de dois meses.
Eduarda Vasconcelos (textos)

A zona oriental da cidade do Porto, freguesia de Campanhã, pode vir a marcar
o debate da política autárquica nos próximos tempos. Anteontem, na reunião
do executivo municipal, os vereadores aprovaram por unanimidade uma proposta
da CDU que viabilizou a constituição de uma delegação com um representante
de cada força política para visitar a localidade das Areias. Após o périplo,
os participantes deverão num prazo de 60 dias elaborar um relatório, com o
apoio dos diversos serviços municipais, onde conste a caracterização e as
medidas imediatas que podem ser tomadas no sentido de diminuir o estado de
abandono da zona. A propósito desta matéria, o vereador do Urbanismo, Lino
Ferreira, fez questão de destacar que “a câmara municipal está atenta”. O
autarca lembrou que o Plano Director Municipal aponta para ali “a esmagadora
maioria das UOPG’s [Unidades Operativas de Planeamento e Gestão]” e adiantou
ainda que na passada semana teve uma reunião com a Refer “para esclarecer
definitivamente qual é o seu plano de intervenção em Campanhã”.
Lino Ferreira explicou que a questão do comboio de Alta Velocidade também
terá a sua influência naquele espaço da cidade, pelo que já solicitou um
encontro à Rave. O vereador sustentou que sobre as UOPG’s “há algum avanço.
As questões do Metro estão estabilizadas, restando, agora a situação dos
caminhos-de-ferro e da Alta Velocidade”. “Ainda ontem [segunda-feira] tive
reunião com o proprietário de terrenos de uma UOPG de Campanhã”,
especificou.

Oposição reivindicativa

Enquanto as ideias e as obras não avançam no terreno, a oposição ao
executivo de maioria PSD/CDS-PP vai criticando a forma como a zona de
Campanhã é tratada no contexto do concelho.
Em Março, o PS visitou a área onde está previsto nascer o Parque Oriental e
apelou a uma acção concertada entre as Câmaras do Porto e de Gondomar. No
dia 15 deste mês foi a vez do vereador da CDU, Rui Sá, deslocar-se às Areias
para mostrar ‘in loco’ as condições em que vive a população e criticar de
uma forma generalizada que a zona de Campanhã tem sido “marginalizada”.

Anúncio no ano passado

No início do ano passado, a autarquia anunciou a sua intenção de avançar com
um plano de pormenor para o Parque Oriental. O vereador do Ambiente, Álvaro
Castello-Branco, estimou que, até ao final de 2006, o plano deveria estar
concluído, seguindo-se depois a sua aprovação pelo executivo e pela
Assembleia Municipal, bem como a discussão pública, o que ainda não sucedeu.
O autarca avisou desde logo que a sua construção iria levar anos. Com 81
hectares, segundo o estudo preliminar do arquitecto Sidónio Pardal, o Parque
Oriental estende-se pelo Vale do Rio Tinto e tem mais de 500 mil metros
quadrados de área privada, facto que trará problemas ao nível da
expropriação.

Diagnóstico

Em Junho de 2005, o Gabinete de Estudos e Planeamento da Câmara do Porto
elaborou um trabalho precisamente sobre as condições sócio-demográficas e o
quadro de vida local ao longo do Vale do Rio Tinto para suporte da execução
do plano de pormenor do Parque Oriental. Aí confere-se que o território onde
se irá integrar o Parque Oriental apresenta “um panorama de forte
desqualificação e vulnerabilidade social – baixas qualificações escolares e
qualificações profissionais, desemprego, problemas de toxicodependência e de
exclusão social – acompanhado de uma desqualificação física e simbólica
evidentes”.
O diagnóstico traçado concluiu a existência de um défice de equipamentos e
serviços dirigidos às famílias, factores que estabelecem “uma imagem
negativa e levam a uma crescente segregação deste espaço”. Entre as várias
oportunidades apontadas para ser tidas em conta pelo plano de pormenor,
poder-se-á destacar a produção de novos alojamentos, a criação de
equipamentos nas áreas social e educativa. O estudo frisava que “o reforço
da atractividade do território do Vale do Rio Tinto deverá assentar numa
procura sistemática de qualidade”. Ao mesmo tempo, atentava que uma
estratégia de mudança dependerá em muito da capacidade financeira de
investimentos públicos e privados.

Jovens
Propostas

O peso dos jovens na população local foi um dos dados revelados pelo estudo,
pelo que a actuação junto deste grupo é prioritária “para que o ciclo da
exclusão possa ser quebrado”. O trabalho propõe a criação de um ATL/Centro
de Juventude e de um equipamento desportivo polivalente. Para os idosos é
fundamental a instalação de um centro de dia/apoio domiciliário. Sobre a
degradação do parque habitacional, aponta o Bairro do Lagarteiro como um
espaço a ser beneficiado (neste capítulo existe um impasse no projecto
«Bairros Críticos» do Governo, porque a Câmara do Porto afirma que só
participará se o Estado saldar a dívida do Prohabita). O estudo sugere uma
extensão do Centro de Saúde e a qualificação da EB 1 do Lagarteiro. “O
Parque Urbano deverá ser multi-funcional”, lê-se. Propõe um centro hípico e
promoção de condições para acolher práticas desportivas e criar um corredor
natural com “elevada qualidade ambiental” que una o Parque Oriental e a zona
do Freixo.

Alguns apontamentos caracterizadores

– A zona de enquadramento do Parque Oriental (ZEPO), até aos limites da
cidade do Porto, apresenta uma densidade populacional significativamente
baixa quando comparada com a freguesia de Campanhã e sobretudo com o
concelho, mas existem áreas com forte concentração como o Bairro do
Lagarteiro, Bairro da PSP e Urbanização da Quinta do Meiral
– Em 2001 habitavam na zona 5957 pessoas. Os jovens tinham grande peso (16%)
quando na cidade o valor era de 13%. Na população idosa o diferencial de
valores é semelhante
– Verifica-se que cerca de 31% das famílias possuíam elementos com menos de
15 anos (23% comparando com a cidade). Na área existem cerca de 23 idosos
por cada 100 activos, enquanto que no Porto o valor atinge os 29
– Cerca de 16% dos indivíduos com mais de 10 anos não sabia, ler nem
escrever (na cidade a percentagem era de 11%). Ao nível da população
qualificada, apenas 8% possuem ou frequentam curso médio ou superior
– Taxa de desemprego era de 13% enquanto no concelho era de 10%
– Na ZEPO a função residencial dos edifícios é predominante (96%), mas 70%
deles apresentavam necessidades evidentes de reparação
– A rede escolar compõe-se por duas escolas do ensino pré-escolar e uma do
ensino básico do 1.º ciclo, todas no Bairro do Lagarteiro. Apenas existe uma
creche com ATL
– Não existem equipamentos para idosos ou grupos populacionais com
problemáticas específicas. Na área surge o apoio das instituições de
solidariedade social
– Existe um posto da PSP no Bairro do Lagarteiro, uma estação dos CTT, duas
farmácias, oito associações culturais, recreativas e desportivas, dois
museus, uma marina, dois pequenos campos de jogos, um centro de saúde

https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=eccbc87e4b5ce2fe28308fd9f2a7baf3&subsec=&id=772e1396e88345e9d64c096c7a7d8091

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2. Porto: Pavilhão Rosa Mota entra em obras no próximo ano

Mais de 50 anos após ter concebido o Pavilhão dos Desportos, em substituição do Palácio de Cristal, no Porto, o arquitecto José Carlos Loureiro regressa ao projecto. O convite da Câmara do Porto surgiu há cerca de um mês e já está a fazer o levantamento do estado do edifício a pensar na modernização, enquanto o Município procede à consolidação financeira de um projecto de parceria público-privada, que possibilitará a reconversão do equipamento. A intervenção deverá começar no primeiro trimestre de 2008

https://jn.sapo.pt/2007/04/26/porto/pavilhao_rosa_mota_entra_obras_proxi.html

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3. Trofa: Junta vai impugnar escritura de Parque

Foi com “surpresa” que o presidente da Junta de S. Martinho de Bougado, na
Trofa, viu publicado, num jornal local, o edital de uma escritura, datada de
28 de Março, na qual a Câmara reclama a posse de parte do Parque de Nossa
Senhora das Dores,naquela freguesia, junto à Nacional 14.
José Sá afirma que a parcela de terreno em causa – 7.572 metros quadrados da
zona poente, onde se realizava a Feira Semanal da Trofa – pertence à Junta
de Freguesia, tendo sido doada pelo conterrâneo Joaquim da Costa Pereira
Serra, em 1944, assim como a restante área do parque. O autarca assegura ser
capaz de o provar a partir da escritura pública de doação. O documento
“demonstra que a Câmara não podia ter feito isto”, sublinha a vereadora da
Oposição socialista, Joana Lima.
Ao JN, José Sá referiu que “nada foi comunicado” à Junta sobre as intenções
da Câmara Municipal e garantiu que vai “impugnar a escritura”. A decisão foi
tomada na segunda-feira, em Assembleia de Freguesia, e os documentos
referentes à impugnação vão ser entregues, hoje, no Tribunal Administrativo
do Porto. O prazo para apresentar qualquer reclamação sobre aquele contrato
termina amanhã. Se nenhuma objecção for levantada, a partir dessa altura a
Câmara tem direito à posse administrativa daquela área.
Entretanto, comenta-se que o Executivo camarário terá a intenção de edificar
o edifício dos Paços do Concelho naquele terreno. Esta é, de resto, uma obra
há muito aguardada pelos trofenses, que têm os serviços municipais
repartidos por dois pólos. O presidente da Junta, no entanto, não confirma a
especulação. “São rumores que correm na freguesia. Em concreto, não posso
afirmar nada”, afirmou José Sá.
A escritura feita pelo presidente da Câmara refere que esta “é dona e
legítima possuidora de um terreno para construção urbana sito na Rua Padre
Joaquim Augusto da Fonseca Pedrosa (…) a confrontar do norte com o Parque
Nossa Senhora das Dores”. Com cerca de quatro hectares, este é o local
eleito para acolher eventos municipais, como a Feira da Expotrofa ou a Feira
de Artesanato e Gastronomia.
O JN procurou ouvir o presidente da Autarquia, Bernardino Vasconcelos, e o
vice-presidente, António Pontes, que não prestaram quaisquer declarações.

https://jn.sapo.pt/2007/04/26/porto/junta_impugnar_escritura_parque.html

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4.Espinho: Uma aldeia do Douro na cidade

Até um tanque comunitário foi “plantado” no centro de Espinho. Tudo pela
recriação fiel da história
O largo da Câmara de Espinho e o parque João de Deus transformaram-se, ontem
à tarde, numa quase-aldeia da região do Douro dos tempos de outrora. Uma
aldeia cheia de gente, novos e velhos e de várias classes sociais, onde não
faltava uma igreja, uma capela, um cruzeiro, uma venda, várias tasquinhas e
até um tanque comunitário.

Enquanto uns se passeavam pelas ruas em traje domingueiro, outros laboravam
azafamadamente. O martelar dos tanoeiros que construíam pipas de madeira e
metal fundia-se com as orações dos devotos que realizavam uma novena e com
os risos já bem molhados vindos da boda de casamento de dois jovens filhos
de lavradores.

O cheiro da forja dos ferreiros misturava-se com o perfume do sabão usado
pelas lavadeiras que coravam roupas brancas ao sol. O mesmo sol que batia
nas cabeças das mulheres que bordavam lençóis e toalhas de linho à porta de
casa, das mulheres que transformavam palhas em chapéus e dos que produziam
fortes cordas de sisal. Isto enquanto um grupo de mariolas, em mangas de
camisa e bonés postos à trouxe-mouxe, provavelmente fugidos às lides da
terra, puxavam passas de cigarros enrolados à mão.

Retratos vivos de um tempo que já passou mas cujas tradições, artes, ofícios
e vivências a Federação do Folclore Português (FFP) não quer deixar
esquecer, tendo convidado 80 grupos e ranchos da região de Entre Douro e
Minho, Douro Litoral Norte, Douro Litoral Gaia e Douro Litoral Sul a
participar num dos eventos de destaque da semana cultural que animará, até
sábado à noite, o Congresso Mundial de Folclore, que hoje arranca na Nave
Polivalente.

Segundo Domingos Sá, vice-presidente da FFP, muitos dos grupos e ranchos
convidados limitavam-se, normalmente, a cantar e a dançar. “O folclore não é
só isso. Os cantares e dançares representam talvez 5% do nosso folclore. Há
toda uma variedade de tradições que estão a cair no esquecimento e que
podem, se não renascer, pelo mesmo ser dadas a conhecer às novas gerações.
Estou a falar de costumes antigos, modos de estar e sobretudo artes e
ofícios, muitas delas hoje quase em extinção”, explicou Domingos Sá.

As lides diárias de uma família de lavradores (hoje, às 21.30 horas) e as
lides das gentes do mar (amanhã, à mesma hora) são outros dos espectáculos
temáticos prometidos, destacando-se o de depois de amanhã, pelas 22 horas,
altura em que cerca de 400 participantes irão recriar as festas e romarias
de há 100 anos.
Natacha Palma, José Mota

https://jn.sapo.pt/2007/04/26/porto/uma_aldeia_douro_cidade.html

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5. S. João da Madeira. Quem deixar o lixo na rua vai pagar multas pesadas

Castro Almeida quer acabar com proliferação de lixo nas ruas da cidade de S.
João da Madeira

A Câmara Municipal de S. João da Madeira prepara-se para aplicar pesadas
coimas aos munícipes que depositarem o lixo fora dos contentores. Esta
intenção foi dada a conhecer, anteontem, pelo presidente da Câmara
Municipal, Castro Almeida, no dia em a autarquia começou a distribuir,
gratuitamente, pequenos ecopontos a 80 estabelecimentos de restauração que
vão passar a separar os lixos. O autarca informou que as quantias a pagar
ainda estão a ser estudadas e que a breve trecho divulgará os valores das
coimas a aplicar. A proposta vai ser levada a reunião da autarquia e será,
depois, ratificada pela Assembleia Municipal. Castro Almeida deu a conhecer
a campanha “Comércio Verde”, com a qual pretende sensibilizar os
estabelecimentos de restauração e comércio em geral, particularmente da zona
pedonal, a separarem devidamente os resíduos. Os ecopontos de média dimensão
estão a ser distribuídos gratuitamente, podendo qualquer responsável por um
estabelecimento comercial aderir à campanha, desde que contacte a autarquia.
O serviço de recolha não representa também qualquer custo para os
responsáveis pelos estabelecimentos, porque está incluído nos 50 mil euros
mensais que a autarquia paga à empresa responsável pela recolha dos
resíduos. Castro Almeida explica que, com esta iniciativa, a autarquia vai
“a casa dos grandes produtores de lixo fazer a recolha” para, adianta,
“resolver a falta de acomodação adequada de certo tipo de resíduos”. O
presidente diz que retende acabar com o que designa ser “uma praga de
papelões e garrafas que não cabem nos caixotes do lixo e por isso têm sido
depositados ao redor dos caixotes, no chão”. Por isso, avisa Castro Almeida,
“vamos ser implacáveis com os faltosos”. Nesse sentido, o Executivo está já
a preparar uma alteração ao regulamento municipal de recolha de resíduos e
limpeza urbana, para aumentar o valor das coimas. Salomão Rodrigues

https://jn.sapo.pt/2007/04/26/porto/quem_deixar_o_lixo_rua_pagar_multas_.html

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6. Arouca: Saneamento vai chegar a 10 mil pessoas

A construção do principal interceptor da rede de saneamento na zona do Vale
de Arouca, onde se situam as freguesias de maior densidade populacional,
deverá iniciar-se em breve. O investimento, que ronda os 420 mil euros,
pretende servir um total de cerca de 10 mil habitantes daquela região.
O presidente da Câmara Municipal, José Neves, confirma a existência de
negociações com vista à concessão da exploração deste serviço.
A obra deverá estar concluída dentro de seis meses e estende-se pelas
freguesias de Arouca, Burgo, Rossas, Santa Eulália, Urrô, Várzea e Tropeço,
onde será, posteriormente, feita a ligação à futura Estação de Tratamento de
Águas Residuais (ETAR) da Ribeira, com capacidade para servir uma população
de 15 mil habitantes.
O presidente da Câmara Municipal confirma, igualmente, que estão a decorrer
negociações sobre a possibilidade de concessionar a rede de saneamento do
concelho.
Contudo, garante que tal só acontecerá se “não houver um aumento dos
encargos financeiros para os munícipes de Arouca”.
Diz esperar que o Governo defina uma tarifa “uniforme para todo o país” e,
acrescenta, “não aceitarei concessionar apenas a rede em alta. Quem estiver
interessado tem que assumir também a designada rede em baixa”, refere ainda.
Salomão Rodrigues

https://jn.sapo.pt/2007/04/26/porto/saneamento_chegar_a_mil_pessoas.html

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7. Marco de Canavezes: Inaugurado Monumento ao 25 de Abril

O presidente da Câmara do Marco de Canavezes, Manuel Moreira, defendeu ontem
que está a cumprir o principal desígnio que assumiu quando foi eleito,
aproximar eleitos e eleitores. Durante as cerimónias de comemoração do 25 de
Abril, o autarca inaugurou o Monumento ao 25 de Abril, na Avenida Adelino
Amaro da Costa, que, diz, também se insere numa série de iniciativas que
visam uma “profunda reforma da actuação política desta Câmara Municipal,
orientada por uma cada vez maior aproximação aos cidadãos, pela participação
cívica, pela responsabilização, pela transparência, pelo diálogo, pela
descentralização e pela valorização das Juntas de Freguesia, através da
delegação de competências.” Manuel Moreira insistiu que o 25 de Abril é
também a celebração do Poder Local democrático, que pretende que seja, no
caso do Marco de Canavezes, “um projecto aglutinador de vontades e de
ideias, que pretende dar resposta às legítimas expectativas dos marcoenses.
Que coloca especial ênfase na plena realização das pessoas, na promoção de
parcerias geradoras de progresso, no desenvolvimento de movimentos cívicos,
no incentivo ao livre associativismo, chamando todos a uma participação mais
activa”, sustentou o presidente da autarquia.

https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=eccbc87e4b5ce2fe28308fd9f2a7baf3&subsec=&id=72191e2d37366ae9c86cb08fa7d1b97a

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8.Douro: “Há ainda um longo caminho a percorrer”
Diversidade assume importância na agricultura de montanha

Apesar do muito trabalho realizado, a Real Companhia Velha assume que ainda
tem um longo caminho a percorrer para ter recuperados todos os muros de
xisto das suas quintas. Principalmente a das Carvalhas e a do Cíbio, as duas
com mais socalcos tradicionais. Não é por acaso que emprega cinco pessoas
para esta única actividade.
Na opinião de Pedro Silva Reis, a dimensão e a visibilidade das várias
propriedades da Real Companhia Velha impõem à empresa um “sentido de
responsabilidade do impacto das suas práticas”, do que fazem ou não ao nível
da viticultura, da paisagem ou do ambiente.

Diversidade importante

A diversidade assume tanta ou mais importância, na medida em que, de acordo
com aquele responsável, mais tarde ou mais cedo, a agricultura de montanha,
como a que se pratica no Douro, “poderá não ser competitiva”.
A qualidade, por si só, também “poderá não ser suficiente”. A imagem aliada
à qualidade “será o elemento determinante para gerar valor acrescentado e
assegurar a rentabilidade das explorações”.
Quer isto dizer que o Alto Douro Vinhateiro património mundial terá de
manter-se fiel à sua história, para ganhar a “guerra” da globalização. Mais
uma vez os socalcos em xisto têm de ser mantidos. Silva Reis acredita “no
culto do paisagismo, num Douro arrumado, cuidado e florido”.
Álvaro Lopes, elemento da equipa técnica de viticultura da Real Companhia
Velha, admite que um produtor-engarrafador com dez ou vinte hectares de
vinha, que produza um bom vinho e que já esteja bem cotado no mercado, “tem
de reservar um pouco do rendimento para manter os muros”. Ao invés, se for
um agricultor que se limita a vender uvas, mesmo que sejam de uma zona bem
classificada, “terá muita dificuldade para executar esses trabalhos, dado o
seu elevado custo”.

Majoração do benefício

Pedro Silva Reis tem defendido uma majoração do benefício atribuído às
parcelas de vinhas implantadas nos tradicionais muros e socalcos, com
interesse histórico, arquitectónico e paisagístico. Seria uma forma de
compensar o custo de exploração adicional que a conservação acarreta aos
seus proprietários.
É que o impacto na paisagem duriense beneficia não só os próprios como
também todos os que, radicados na região, tiram partido da imagem da
denominação “Douro”.
Esta proposta, porém, não terá sido aceite pelas entidades que intervêm no
sector.

https://jn.sapo.pt/2007/04/26/norte/ha_ainda_longocaminho_a_percorrer.html

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9.Douro: Os últimos pedreiros do xistoque desenha a paisagem da região

Abril. Uma tarde quente do mês das “águas mil”. Júlio Pinto, 63 anos, bate
com mestria o martelo contra uma pedra de xisto. Parte-a em dois pedaços,
para preencher falhas no muro que anda a construir, na Quinta das Carvalhas,
em S. João da Pesqueira. Um par de metros atrás, José Maria Pereira, 56
anos, dá mais uns retoques no topo da nova parede de pedra seca. São dois
dos últimos pedreiros do Douro, os derradeiros trabalhadores do xisto.

Os “artistas” são funcionários da Real Companhia Velha, empresa que aposta
na recuperação dos velhos muros nas suas quintas. Há trabalho todo o ano.
Para eles e para mais três. Os tradicionais suportes dos socalcos, as “rugas
do Douro”, na voz do chefe de projecto da Estrutura de Missão do Douro,
Ricardo Magalhães, são, afinal, um dos pilares do estatuto de património
mundial atribuído pela UNESCO em 2001. Para o preservar, urge manter as
características da região, apesar de esbarrar na procura de rentabilidade
dos viticultores.

“As vinhas sem muros ficam feias e criam mais erva”, observa José Maria,
enquanto Júlio pensa ser inevitável o desaparecimento dos socalcos de xisto.
O muro que constroem foge à fisionomia dos antigos, por ter pedras maiores.
“Desde que sejam bem feitos, a resistência é a mesma”, atesta. Mas faz
diferença no que o trabalho rende. “Assim, com a ajuda das máquinas e se a
pedra for boa, fazemos cerca de cinco metros por dia”.

Júlio Pinto vive em Loureiro, Régua. Tornou-se pedreiro com 11 anos, quando
acabou a escola primária. “Para quem sabe trabalhar, é a mesma coisa. Não
basta pôr pedra sobre pedra… isso qualquer faz. O que conta é traçá-la.
Uma comprida a travar duas mais pequenas. Se não ficar bem travada, quando
chove, a parede cai e isto é para durar umas dezenas de anos”, diz.

Quando se iniciou na arte, não havia máquinas. “Era tudo à mão”. Por isso é
que os muros tinham pedra mais pequena. “Se tivéssemos de colocar estes
calhaus à mão, como é que conseguíamos? E se fosse um rebo daqueles, veja
lá!” Apontava para uma grande rocha que não deveria pesar menos de 500
quilos.

José Maria vive em Presandães, Alijó. Desde os 15 anos que faz “tudo o que
seja construção”. O pai já era pedreiro e ele não degenerou. O problema,
concordam, é que já não há quem queira trabalhar na arte. Sim, porque não
constrói um muro de xisto quem quer, mas quem aprende. “Isto agora ardeu. Lá
na minha terra, havia tanto pedreiro e agora, em actividade, só eu”,
lamenta-se Júlio. No fundo, admira-se, pois há saída no Douro para esta
profissão. É dura, claro. E cansa. Se Júlio não trabalhasse a tempo inteiro
na quinta, teria muito para onde se virar. “Não falta quem vá ter comigo e
até para ganhar muito mais do que ganho aqui. Agora, não é com 63 anos que
merece a pena andar a mudar”, sorri.

https://jn.sapo.pt/2007/04/26/norte/os_ultimos_pedreiros_xistoque_desenh.html

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Para se desligar ou religar veja informações no rodapé da mensagem.

O arquivo desta lista desde o seu início é acessível através de
https://groups.yahoo.com/group/pned/

Se quiser consultar os boletins anteriores veja
https://campoaberto.pt/boletimPNED/

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INFORMAÇÃO SOBRE O BOLETIM INFOPNED:

Acima apresentam-se sumários ou resumos de notícias de interesse
urbanístico ou ambiental publicadas na edição electrónica do Jornal
de Notícias e d’O Primeiro de Janeiro (e ocasionalmente de outros
jornais ou fontes de informação).

Esta lista foi criada e é animada pela associação Campo Aberto, e
está aberta a todos os interessados sócios ou não sócios. O seu
âmbito específico são as questões urbanísticas e ambientais do
Noroeste, basicamente entre o Vouga e o Minho.

Selecção hoje feita por Alexandre Bahia

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