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BOLETIM PORTO E NOROESTE EM DEBATE
resumo das notícias de ambiente e urbanismo em linha
Terça-feira, 6 de Novembro de 2007
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Para os textos integrais das notícias consultar as ligações indicadas.
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1. Região Norte despovoada e envelhecida
Uma região com um território despovoado e envelhecido. E marcado por
fortes assimetrias entre o litoral e o interior. Foi este o
diagnóstico traçado, ontem, pela professora Teresa Sá Marques, na
síntese final do debate promovido pelo Instituto de Sociologia da
Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) e subordinada ao
tema “A Região Norte de Portugal: dinâmicas de mudança social e
recentes processos de desenvolvimento”.
Escutaram-se notas de pessimismo sobre a região “Somos das regiões
com piores indicadores ao nível europeu”, disse a investigadora do
departamento de Geografia da FLUP que, socorrendo-se do estudo
realizado, fez um paralelismo entre a década de 80 e os tempos
actuais: “Vive-se melhor do que há 20 anos, mas as dinâmicas não
foram suficientes. Numa sociedade marcada pela globalização, quem
ficar para trás fica ainda mais atrasado”, concluiu.
Em sua opinião, a região Norte continua caracterizada pelo
envelhecimento e aumento do número de idosos e, como tal, a exigir
uma resposta concertada no âmbito social. Na sinopse final deste
estudo, a oradora falou do Vale do Tâmega e implicitamente criticou
as políticas dos últimos anos. “Andamos a falar do vale do Tâmega há
mais de 20 anos. É o maior problema ao nível nacional. É uma das sub-
regiões com maior densidade demográfica, mas onde são registados os
piores indicadores. Estamos a comprometer o futuro”, avisou Teresa Sá
Marques. Sem adiantar receitas para mudar este estado de coisas, a
investigadora alertou “Tem de existir uma nova ambição para aquele
território”, concluiu.
O sociólogo João Teixeira Lopes, da FLUP, abordou a dicotomia entre
políticas e práticas culturais no Norte do país e, ao JN, fez uma
retrato negativo. Em sua opinião, a região Norte tem equipamentos
culturais sub-aproveitados e, na maioria dos casos, sem um projecto
cultural consentâneo com as realidades. A política de apoios das
autarquias também mereceu reparos”As despesas municipais são marcadas
por uma concepção tradicionalista, isto é, muitas câmaras limitam-se
a apoiar os jogos e associações desportivas, mas sem um projecto. Em
muitos casos, os pavilhões estão vazios”, lamentou.
Já o investigador Carlos Manuel Gonçalves, coordenador do projecto e
igualmente professor da FLUP, abordou as “dinâmicas do mercado de
trabalho” e, em declarações ao JN, mostrou-se igualmente céptico
quanto ao desenvolvimento desejado para a região “Nos últimos 20
anos, a mulher entrou mais facilmente no mercado de trabalho, mas
registou-se um decréscimo no sector agrícola e terciário. O
desemprego continua a atingir mais os jovens e as pessoas com idades
superiores a 45 anos”, concluiu o investigador da FLUP.
https://jn.sapo.pt/2007/11/06/porto/regiao_norte_despovoada_e_envelhecid.html
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2. Porto: 39 propostas de 15 países para mudar a frente de rio
Nem só os portugueses têm ideias para recuperar a frente ribeirinha
do Porto, entre a ponte Maria Pia e a Rua de D. Pedro V, em
Massarelos. O concurso de ideias, lançado pela Porto Vivo – Sociedade
de Reabilitação Urbana, em cooperação com a Câmara portuense, a APOR –
Agência para a Modernização do Porto e a Administração dos Portos do
Douro e Leixões (APDL), soma 39 propostas, oriundas de 15 países. A
40º solução, vinda da Rússia, chegou fora de prazo (na passada sexta-
feira) e não foi admitida.
A maioria dos projectos, que terão de ser exequíveis e de contemplar,
obrigatoriamente, a criação de um parque urbano na Escarpa dos
Guindais, vem de Portugal. Contam-se, ainda, cinco projectos oriundos
da Dinamarca, quatro de Espanha, três da Holanda, três da Inglaterra
e dois da França. O júri, presidido por Valente de Oliveira, terá de
analisar, ainda, ideias do Brasil, Suíça, Eslovénia, Luxemburgo,
Índia, Estados Unidos da América, Alemanha, China e Itália. Os três
vencedores do concurso deverão ser conhecidos até ao final do
primeiro trimestre do próximo ano. O primeiro prémio vale 50 mil
euros, o segundo rende 20 mil e o terceiro dará 15 mil.
“O concurso público serve para internacionalizar a imagem do Porto. A
principal exigência é que as propostas sejam exequíveis e tenham
sustentabilidade funcional e económica”, sublinhou, ontem de manhã,
Arlindo Cunha, presidente da Porto Vivo, durante a sessão de abertura
das propostas a concurso, que decorreu na Quinta da Bonjóia.
Satisfeito com a enorme participação, Arlindo Cunha espera que haja
boas ideias entre as 39 propostas, pois a melhor solução servirá de
referência para os decisores da Câmara e da Porto Vivo. “A melhor
ideia será incorporada no documento estratégico para a unidade de
intervenção da frente ribeirinha”, salientou ainda. Trata-se do
documento que apontará as linhas mestras para a reabilitação dos
espaços privado e público da marginal do rio Douro – que corresponde
a 3,5 quilómetros e a 7% da Zona de Intervenção Prioritária daquela
sociedade.
Além do parque urbano da Escarpa dos Guindais, todas as soluções
terão de incluir “ligações físicas” entre a frente de rio e a Baixa
portuense e um “projecto transversal de exploração/animação” para a
área pública e para os edifícios existentes.
Júri do concurso: Valente de Oliveira, presidente do júri;
arquitectos Souto Moura, Gonçalo Byrne e Rino Bruttomesso; e ainda, o
arquitecto Francisco Barata Fernandes, nomeado pela Ordem dos
Arquitectos; o engenheiro Matos Fernandes, da APDL; o engenheiro
Mário Martins, da APOR; o arquitecto José Carapeto, da Câmara do
Porto; e a administradora Ana Sousa, da Porto Vivo.
https://jn.sapo.pt/2007/11/06/porto/39_propostas_15_paises_para_mudar_a_.html
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3. Porto: Fita-cola em S. Bento chega ao Parlamento
O deputado do PCP Honório Novo quer esclarecimentos dos ministérios
da Cultura e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações sobre o
estado de aparente degradação dos painéis de azulejos do átrio
principal da estação de S. Bento, no Porto, classificados pelo
Instituto Português do Património Arquitectónico. Conforme noticiou o
JN, no quadro alusivo ao Torneio de Arcos de Valdevez (século XII) há
uma parte segura com fita adesiva e, na mesma zona, faltam cerca de
15 azulejos.
Ao JN, o Gabinete de Comunicação da Refer, empresa responsável pelo
equipamentos ferroviárias, admitiu que os azulejos em falta possam
estar em restauro, atribuindo de fita adesiva a uma medida de
protecção. Explicações “no mínimo caricatas”, considera Honório
Novo. “Exige-se informação adequada e completa sobre o que está a
suceder a painéis de azulejos que constituem património colectivo do
nosso país”, acrescenta o deputado estranhando a “solução” de colocar
fita adesiva a segurar azulejos históricos.
“Qual é afinal o estado de conservação geral dos painéis e o que é
que os dois ministérios estão a prever para evitar ocorrências
semelhantes? Está prevista alguma intervenção geral ou não é
considerada necessária?”, pergunta, ainda, Honório Novo, no
requerimento.
A estação de S. Bento está classificada pelo IPPAR como imóvel de
interesse público e património industrial. A classificação inclui a
gare metálica, os painéis de azulejos e a boca de entrada do túnel.
Os painéis de azulejos de S. Bento ocupam mais de 550 m2 e foram
pintados por Jorge Colaço, no início do século XX.
https://jn.sapo.pt/2007/11/06/porto/fitacola_s_bento_chega_parlamento.html
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4. Porto: Novo centro comercial sem cinemas
O novo centro comercial da Baixa do Porto, afinal, não vai ter
cinemas. Simão Cruz, da Martifer, empresa gestora do projecto,
explicou, ao JN, que a ideia de instalar salas de cinema surgiu numa
fase inicial, mas que foi abandonada, em favor da implantação de um
health-club do grupo Virgin. Assim, o centro da cidade do Porto
continuará a não ter salas de cinema, ao contrário do que foi
noticiado pelo JN no passado domingo, após informações recolhidas
junto da empresa que está a fazer assessoria à inauguração do Porto
Gran Plaza e conforme tinha sido revelado aquando dos anúncios
iniciais da realização do projecto. A festa está marcada para a tarde
da próxima quinta-feira, sendo que a abertura ao público só
acontecerá no dia seguinte.
O centro comercial, com uma área de 20200 metros quadrados, custou 65
milhões de euros e contempla 420 lugares de estacionamento. As lojas-
âncora do novo shopping, além do health-club da Virgin, serão o
espaço da Media Markt e um supermercado Minipreço.
Simão Cruz também explicou que não será construída a ligação ao Via
Catarina, sobre a Rua de FernandesTomás, referindo mesmo que tal
projecto nunca chegou a ser equacionado pelos responsáveis.
https://jn.sapo.pt/2007/11/06/porto/novo_centro_comercial_cinemas.html
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5. Espinho: Lipor oferece trolleys para as compras
O centro da cidade de Espinho está ser, desde ontem, objecto de um
programa piloto que visa a redução da produção de resíduos em 100
quilos por pessoa ao ano. Trata-se de um projecto integrado na
política de prevenção da Lipor, promovido ao nível europeu pela
Associação das Cidades e Regiões para a Reciclagem, e que será levado
a cabo em cidades como Barcelona, Bruxelas e Paris, entre outras.
Em Espinho, a campanha visará sensibilizar os restaurantes para a
criação da chamada “dose certa”, de forma a reduzir os resíduos
orgânicos, ou seja, os restos alimentares; promover junto dos
comerciantes uma política de redução e de reutilização das embalagens
de cartão; incentivar as pessoas a evitarem a publicidade com a
colocação na caixa do correio de um autocolante “Publicidade não
enderaçada, aqui não” e ainda fomentar o consumo de água da rede
pública.
Aliás, no que se refere a este assunto, a Câmara Municipal em
parceria com o Centro de Saúde de Espinho e a Águas de Douro e Paiva,
irá levar a cabo, no próximo dia 22, pelas 19 horas, uma sessão de
sensibilização com vista à promoção do consumo da água da companhia,
a ter lugar na sala da Assembleia Municipal, nos Paços do Concelho.
Por fim, e em parceria com o Grupo Jerónimo Martins/Pingo Doce, irão
ser oferecidos trolleys numa acção de porta-a-porta com vista à
redução da utilização de sacos de plástico, aproveitando os técnicos
para dar a conhecer boas práticas ambientais.
https://jn.sapo.pt/2007/11/06/porto/lipor_oferece_trolleys_para_compras.html
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Para se desligar ou religar veja informações no rodapé da mensagem.
O arquivo desta lista desde o seu início é acessível através de
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Se quiser consultar os boletins anteriores veja
https://campoaberto.pt/boletimPNED/
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INFORMAÇÃO SOBRE O BOLETIM INFOPNED:
Acima apresentam-se sumários ou resumos de notícias de interesse
urbanístico ou ambiental publicadas na edição electrónica do Jornal
de Notícias e d’O Primeiro de Janeiro (e ocasionalmente de outros
jornais ou fontes de informação).
Esta lista foi criada e é animada pela associação Campo Aberto, e
está aberta a todos os interessados sócios ou não sócios. O seu
âmbito específico são as questões urbanísticas e ambientais do
Noroeste, basicamente entre o Vouga e o Minho.
Selecção hoje feita por Maria Carvalho
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