Descobri este sítio há cerca de ano e meio com o trabalho da Prof. Teresa Andresen sobre a Rede de Parques da Área Metropolitana do Porto, um projecto da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
Ontem por acaso (01/02), voltei lá e deparei-me com este espectáculo triste, degradante e tão tipicamente português, em nome do progresso. As fotos não fazem jus à degradação rápida que está ali a acontecer.
A uns meros 500 metros da capela da Senhora do Salto, um canyon de rara beleza sobre o rio Sousa, encontrei em construção avançada uma nova ponte quase em cima da mini-hídrica que lá existe.
Segundo o estudo de 2008 intitulado “Valorização do Património Natural das Terras de Sousa” realizado pela Ader-Sousa, existem ali fetos relíquia Davallia canariensis e o endemismo do NO ibérico Silene marizii, entre muitas outras espécies de flora importante.
A presença de aves de rapina, como a águia de asa redonda e o falcão peregrino, tem sido ali relatada. Aliás, a origem toponímica da freguesia de Aguiar de Sousa, a que pertence a Senhora do Salto, deve o seu nome às aguias que ali abundavam em outros tempos.
Também o único casal de falcão peregrino que se conhece na bacia do Sousa nidifica naquelas escarpas. A lontra e várias espécies de anfíbios e reptéis raros ainda sobrevivem naquelas águas, mesmo poluídas.
Pergunto-me, indignada, quando é que isto vai parar. Os atropelos a Reserva Ecológica Nacional, a Reserva Agrícola Nacional, a Domínio de Público Hídrico. De que servem estes estatutos de preservação da biodiversidade e dos ecossistemas, consagrados na legislação portuguesa, se são sistematicamente violados?
Revolta-me nada poder fazer… como é possível construir (ou deixar construir) uma ponte em cima deste património natural!? É demasiado chocante para ser verdade.
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Sou BTTista e treino muito na Senhora do Salto… Realmente é um cenário triste… Concordo!
E como BTTista aponto o dedo aos meus colegas! Bidões estragados, embalagens de barras energéticas, câmaras de ar velhas e fitas de sinalização de provas antigas… Já não é a primeira vez que venho com a mochila e Jersey cheios de porcaria deixada pelos outros ciclistas…
É triste! Não custa nada trazer o lixo!
Bem, revoltado, me despeço…
Hugo de Sousa Ferreira
Triste, muito triste. Infelizmente na nossa terra há valores muito mais importantes que ultrapassam tudo e todos. Gastam-se rios (mares) de dinheiro em estudos e no final fazem-se aberrações destas. Mas não são só os senhores poderosos que têm culpa. Há quem se diga muito ambientalista, a favor da natureza, mas que apenas se interessou em saber o que poderia acontecer aos seus pertences, leia-se, terras. Iam ou não ser expropriadas? Pagariam o valor que valem? Ia ser um negócio daqueles? Pois é, quando “outros valores” se levantam… até se esquece que se é tão amigo da natureza.
Tenho 48 anos e tenho laços familiares que me unem a Aguiar de Sousa. Desde criança que conheço o lugar da Senhora do Salto e enquanto adolescente era daqueles que pelo menos do dia da Romaria – 1º domingo de Maio – ia pé desde Rio Tinto onde moro e regressava por S. Pedro da Cova. Era um lugar agradável, apesar de no dia da romaria haver excesso de gente. Passava-se um domingo agradável, podia-se pescar,apanhar grilos (a sensibilidade era diferente)ou pura e simplesmente descansar.Depois veio a mini hidrica e agora querem acabar com o resto. Chamam a isto desenvolvimento mas quanto muito poderá ser crescimento, desorganizado insustentável diria eu, e muita falta de cidadania.
Esta ponte nunca devia ter sido construida, só de pensar no impacto ambiental que vai ter… A quantidade de espécies que vao desaparecer por causa desta ponte? A senhora do salto tem uma história, tem espécies próprias desse local. Estão à espera que estes animais façam as malas e se vão embora dali. Mas ja que construiram esta ponte ao menos podiam lembrar-se de recuperar a senhora do salto pois há muitas pessoas que gostam de passar uma boa tarde de Domingo a ouvir a água do rio sousa e a conviver com a família e até mesmo a fazer desporto. Eu como habitante de aguiar de sousa fico triste por estarem a fazer isto.
Tal como a ponte de Entre-os-Rios que caiu,torna-se necessário que a natureza que ainda resta seja eliminada, espezinhada e erradicada para que no fim haja pulso firme , enquanto isso não chega esses labregos enchem os bolsos cometendo atrocidades que um dia iremos pagar todos bem caro por elas.
As mentalidades nunca vão mudar, o que mudam são os materiais de construção!
Eu moro em Aguiar de Sousa, freguesia à qual pertence o Salto, e lembro-me de, em pequena, tomar banho no rio Sousa…
Já corri imensas terras em Portugal e o salto podia ser uma das mais bonitas, se fosse bem aproveitado.
É uma realidade triste de se ver na Senhora do Salto. O rio Sousa passa por lá e será exporto nos AMIGOS DO RIO SOUSA quer na Página do Facebook quer no Blog https://www.amigosriosousa.blogspot.com
Quem quiser ajudar pode comentar e Clicar em Gosto e pode também enviar Fotos para amigosriosousa@gmail.com
Sem Água não é possível a Vida. Sem Água de qualidade não é possível uma vida com qualidade, a água é essencial para a nossa vida, para o nosso desenvolvimento económico-social e para a nossa própria sobrevivência. Compete-nos a todos agir para este bem essencial proteger
… Amiga MAFALDA partilho a sua indignação mais digo-lhe que tenho fotos do decorrer das Obras desta atrocidade, vou expor as fotos na Página do Facebook ” AMIGOS DO RIO SOUSA” e em http://www.amigosriosousa.blogspot.com
Peço-lhe desde já permissão Publicamente para citar esta Página pois é muito rica em informação que eu próprio desconhecia.
Sou de Avintes no dia da Romaria já fui muitas vezes a pé ao Salto,ás vezes durante o ano vou lá de bicla. Só tenho a dizer que é vergonhoso a quantidade de cimento que está lá no salto.Em Portugal é só burros espertos!Só pensam no gito!