(Por lapso só agora divulgamos este importante prémio que foi atribuído ao Vice-Presidente da Campo Aberto.)
Fonte: CPADA.
A Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente instituiu em 1999 o Prémio Nacional de Ambiente “Fernando Pereira”. Anualmente, a Confederação assegura os prémios entregues aos galardoados e as menções honrosas, bem como a organização do evento, nomeadamente a escolha do local, o processo de nomeação e apuramento dos premiados e a cerimónia de entrega. O nome escolhido é uma homenagem a um dos mártires da causa ambiental, o fotógrafo português Fernando Pereira, morto no acto de sabotagem do navio do Greenpeace que há 20 anos tentava impedir a realização de testes nucleares franceses no atol de Muroroa no Pacífico. O prémio destina-se a galardoar a pessoa, instituição ou empresa que em cada ano se distinga na sua acção como “amiga do ambiente”.
Realizou-se no dia 28 de Julho de 2009, na Mãe D’Água das Amoreiras – Praça das Amoreiras, a cerimónia de entrega do “PrémioNacional de Ambiente Fernando Pereira” 2008/2009, que este ano foi entregue ao Professor João Lourenço da Escola Secundária de Barcelos, e a José Carlos Marques – Editores Sempre em pé.
O Prémio contou com as seguintes menções honrosas, Associação de Estudos do alto Tejo, Câmaras Municipais Vila Velha de Ródão e de Nisa, Bio aromas, Gaia – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental e Plataforma por Monsanto
José Carlos Marques – Editores Sempre em pé
(Nota: algumas das publicações podem também ser adquiridas através da loja da Campo Aberto.)
As Edições Sempre-em-Pé começaram a publicar no final de 2004 e são resultado da actividade de um pequeno editor independente em nome individual sediado na região do Porto. Publicou até hoje vinte títulos. Embora sendo um editor generalista, duas linhas avultam na sua actividade: a poesia, por um lado, a natureza e o ambiente, por outro lado. Aliás, o editor considera que há entre ambas um nexo e um parentesco, podendo ser a poesia uma forma de aceder à beleza e ao significado do universo e da natureza. Entre os títulos publicados avulta o clássico The Sand County Almanac, de Aldo Leopold, na versão portuguesa com o título Pensar Como Uma Montanha, livro traduzido em 10 línguas e o mais debatido em todo o mundo no que se refere à ética ambiental. Embora a edição original date de 1949, nunca nenhum editor de língua portuguesa, incluindo Brasil, se tinha aventurado a traduzi-lo e publicá-lo (2007). Anteriormente (2004), tinha sido editada uma obra que marcou época (1985) na muito debatida corrente conhecida como deep ecology, com o título em português Ecologia Profunda – dar à natureza prioridade na nossa vida. Em 2007, saíram os dois primeiros Cadernos Schumacher para a Sustentabilidade (Schumacher Briefings), traduzidos da série inglesa inspirada no pensamento de E. F. Schumacher, o célebre autor de Small is Beautiful, e que abordam a questão da sustentabilidade de um ponto de vista ambientalmente consequente: Transformar a Economia e Criar Cidades Sustentáveis. A publicação, em 2006, integrada na comemoração dos 30 anos de rejeição do nuclear pelo povo de Ferrel, Peniche, do romance A Maldição das Bruxas de Ferrel, de Mariano Calado, baseado em factos reais, e de dois livros para crianças e jovens, Estrela Voadora e O Mistério da Torre Verde, que cultivam a sensibilidade à harmonia com a natureza e ao combate contra a destruição dos espaços verdes em ambiente urbano, completam uma primeira fase da actividade editorial na dimensão ecológica. Outros projectos aguardam.
José Carlos Costa Marques nasceu no Porto, em 1945. No domínio da ecologia, participou desde o 25 de Abril em várias intervenções, tendo criado, ou colaborado em, diversas publicações, desde o jornal Frente Ecológica, do Movimento Ecológico Português (colaboração) à revista Alternativa, do Grupo Autónomo de Intervenção Ecológica do Porto, e ainda A Urtiga, Terra Mãe, Terra Mágica (colaboração), Ar Livre, e as folhas Menina Terra, Sol Sorridente e Avisos e Saudações. Em 1974 fundou a colecção de livros Viver é Preciso (Edições Afrontamento), que integrou os Cadernos de Ecologia e Sociedade. Esta colecção, ue tinha, até 2000, 20 títulos publicados, recomeçou no início de 2009 a ser editada com dois novos títulos, mantendo-se o mesmo coordenador que a criou. Fundador e membro da direcção da Campo Aberto – que actua sobretudo no Noroeste e Norte do país. Licenciado em filosofia, foi professor do ensino secundário, tradutor free lance, editor, assessor e leitor editorial, responsável pelo centro de documentação e edições da Universidade do Algarve de 1982 a 1986, e tradutor principal nos serviços de tradução do Secretariado-Geral do Conselho da União Europeia, hoje reformado. Um dos quatro fundadores da série DiVersos – Poesia e Tradução. Esteve igualmente na origem das Edições Afrontamento (1963), do Porto, e das Edições Sempre-em-Pé (2004). Foi assessor editorial na Enciclopédia Mirador, Brasil, publicada por Encyclopaedia Britannica do Brasil, e trabalhou nas edições da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro.
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