Vereador do PS diz que Parque da Cidade não é uma “vaca sagrada”
Correia Fernandes participou, com outras figuras da cidade, no primeiro debate da Campo Aberto sobre o PDM
O vereador socialista Correia Fernandes afirmou quarta-feira que “o Parque da Cidade do Porto não é uma vaca sagrada”, lembrando que o Central Park, em Nova Iorque, “é atravessado em todos os sentidos ao longo dos seus cinco quilómetros”.Correia Fernandes fez estas declarações no primeiro debate sobre os cinco anos do Plano Director Municipal (PDM) do Porto, organizado pela associação ambientalista Campo Aberto, a respeito dos dez anos da sua fundação.
A associação convidou as cinco forças partidárias representadas na assembleia municipal para darem a sua “perspectiva política” sobre o plano. No debate, que teve lugar no Clube Literário do Porto, estiveram outros convidados, como os arquitectos Pulido Valente e Manuela Juncal. Correia Fernandes introduziu o tema Parque da Cidade quando falou da futura Via Nun”Álvares, cuja versão actual começa na Praça do Império e acaba na Avenida da Boavista, na fronteira com aquele espaço verde, não estando previsto, por ora, o seu prolongamento até Matosinhos.
Para o vereador e também arquitecto Correia Fernandes, a Via Nun” Álvares é a prova de que “falta escala metropolitana” ao PDM, uma tese corroborada por Rui Sá, vereador da CDU, que refere que os “municípios fazem planeamento à escala municipal e estão de costas voltadas uns para os outros”. O autarca comunista referiu ainda a junta metropolitana, um órgão onde “cada um defende a sua quinta” e que “não tem tido capacidade para articular políticas”.
BE duplicava áreas verdes
Para o deputado municipal José Castro, do Bloco de Esquerda, “não se pode pedir a um PDM aquilo que ele não pode dar”. O eleito bloquista referiu que se propunha duplicar as áreas verdes e se apostava na “reconstrução” do edificado em detrimento da construção nova”, dois objectivos que acabaram, todavia, em sua opinião, por ser esquecidos.
Pedro Moutinho, do CDS, defendeu uma opinião contrária, considerando que o PDM do Porto está “mais virado para a reconstrução” e acrescentou que “há um foco na recuperação do centro histórico”. O PSD fez-se representar por João Diogo Alpendurada, antigo delegado regional da Cultura, que defendeu que o “processo de planeamento tem de caminhar para o robustecimento técnico e para a participação da sociedade” nas decisões com impacto directo na sua vida.
Publico, 25-02-2011
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