Na apresentação realizada no IV Encontro Convergir, que se realizou na Trofa, em 29 de Maio de 2010, Paulo Santos e José Teixeira da Plataforma Sabor Livre falaram sobre as acções que levaram a cabo para tentar impedir a construção da Barragem do Sabor, todas as vicissitudes do processo e como está agora a ser feito o acompanhamento da obra.
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Duração Total: 30:04
Começando pelo historial deste processo referiram que todo este processo começa de forma relativamente estranha na medida em que já quando foram indicados os sitios a submeter à União Europeia para fazer parte da Rede Natura 2000, esta zona conhecida pelo sitio Sabor / Maçãs já aparecia amputada da sua parte terminal que por coincidencia era a da baragem o que levava a crer que já houvesse nessa altura planos para a construção desta barragem.
Posteriormente, no estudo de impacto ambiental inicial, foram reveladas grandes incompatibilidades entre a construção da barragem e o património aí existente o que levou inclusive a que o ICN se tenha, pela primeira vez, oposto a uma barragem.
Tudo isto levou a Plataforma Sabor Livre a interpor uma queixa à UE que ordenou o estado português a fazer novo estudo e procurar alternativas.
Estranhamente a alternativa apresentada era uma outra zona da Rede Natura mas ainda assim com um impacto ambiental menor mas um custo financeiro superior pelo que foi preterida.
E nem mesmo o facto de a autorização de construção já estar caducada foi impedimento para o inicio das obras.
Foi neste ambiente de grande adversidade, de luta contra grandes interesses que a Plataforma Sabor Livre actuou.
Visto de longe parece que nada poderia demover o Estado Português desta opção de construção da barragem. Ainda assim a Plataforma Sabor Livre conseguiu manter este tema na ordem do dia usando várias estratégias das quais destacaram a ligação entre o meio ambientalista e o meio cientifico que permitiu ir desmontando alguns dos argumentos dos proponentes das barragens através da produção de artigos e revistas, notícias em jornais e congressos cientificos, palestras, …
Não se conseguiu ainda assim impedir a construção da barragem numa zona muito rica a nível ambiental, fruto da sua localização e características como o facto do rio correr 300m abaixo do planalto transmontano criando um microclima específico e que permitiu ter dos sobreirais e azinhais mais bem preservados do norte de portugal, albergar fauna interessante e ser um corredor ecológico de excepção para o lobo.
Nesta apresentação falou-se ainda dos relatórios trimestrais de acompanhamento que a EDP é obrigada a divulgar e que vão demonstrando, entre outras coisas, algumas das não-conformidades que vão sendo cometidas nas obras e que demonstram que é necessário haver entidades externas a mostrar o que é ilegal e errado e demonstra pouca preocupação em relação aos impactos da obra.
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