Janeiro de 2012 * Recortes 1
Uma página de vez em quando com sínteses e comentários de artigos ou notícias sobre assuntos de energia e clima recolhidos na imprensa que vou lendo. Pretextos para reflexão, convites à ação, o que se queira. Os recortes completos passarão a estar disponíveis para consulta na sede da associação Campo Aberto (www.campoaberto.pt). Colabore enviando as suas sugestões e notícias nesta temática. José Carlos Marques (jcdcm@sapo.pt)
Há agora um horário de permanências nessa sede, que foi já divulgado. Basicamente segundas e quartas das 16:00 às 19:00, sextas das 12:30 às 18:00, com atendimento por Sandra Craveiro. De preferência marcar com alguma antecedência para contacto@campoaberto.pt, indicando telefone, para prevenir qualquer imprevisto. Utilização de livros e revistas da nossa pequena biblioteca (em organização), por enquanto apenas no local, pedidos de informação, inscrições como sócios ou em atividades, compras na nossa lojinha, pagamentos de quotas dos sócios, entre outras coisas. Dentro desse horário, pode também telefonar: 222 015 206
DESTRUIR O SETOR DAS RENOVÁVEIS? É um erro trágico se o país destruir agora o cluster das energias renováveis, afirma o gestor da petrolífera Partex da Fundação Gulbenkian, António Costa Silva. E diz: quem conhece a história sabe que nenhuma energia se impôs sem um período inicial de tarifas de apoio. (Entrevista ao Público, 2012-01-08).
GRANDE FOGÃO SOLAR. No sul de Portugal um fogão solar permite a uma família cozinhar exclusivamente com energia solar durante os meses de fevereiro a novembro, de acordo com o jornal Costa a Costa, que se publica em Lagos. No artigo O Fogão Solar, refere-se a associação Solare Bruecke, e descreve-se o grande fogão solar que ela criou. (Costa a Costa, 16 dezembro 2011). Uma tese de mestrado da Universidade Tiradentes, Aracaju, Sergipe, Brasil, refere variadas vezes a Solare Bruecke e o seu trabalho nesta área. A tese, em engenharia de processos (Projeto e construção de um concentrador solar de foco fixo utilizado para o aquecimento de um forno, por Erick Alfred Dib) pode ser integralmente lida em https://www.unit.br/ mestrado/engenharia/arquivos/teses/Erik_Dib.pdf
EXISTIRÁ UM DIA O AVIÃO «VERDE»? A aviação tem escapado até hoje às servidões sobre as emissões de gases de efeito de estufa impostas pelas tentativas de dominar a crise climática. Segundo o Público (26 dezembro 2011), está já «a Europa à procura do avião «verde», através de motores mais eficientes, materiais mais leves, sistemas inteligentes, procurando reduzir o fardo ambiental. Poderá a aviação manter-se com a importância atual mesmo que essas alterações se concretizem? Diríamos nós que subsiste um problema para além da questão climática: o consumo e destruição de territórios exigido pela infraestrutura aeroportuária, para já não falar das consequências do turismo de massa que ocupa fatia considerável no sistema.
A AVIAÇÃO VAI PAGAR? Uma diretiva europeia vai obrigar as companhias aéreas, incluindo estrangeiras que operem na Europa, a resgatar 15 por cento do dióxido de carbono emitido pelos seus aviões que servem o território europeu. A diretiva tem encontrado a oposição do governo americano e da Associação internacional do transporte aéreo. E ainda só são 15 por cento! (Le Monde, 23 dezembro 2011, L’Europe est autorisée à faire payer l’aviation pour ses émissions de CO2»; autorizada pelo Tribunal de Justiça da União Europeia, entenda-se).
NA PÓVOA DE VARZIM: WINDFLOAT INSTALADO. Foi instalado a 60 metros de profundidade, ao largo da freguesia da Aguçadoura, Póvoa de Varzim, a eólica offshore WindFloat, da EDP Renováveis, da empresa canadiana Principle Power e da metalomecânica A. Silva Matos. Diríamos que a energia eólica, sendo de facto uma grande esperança para o futuro, não é totalmente isenta de problemas ambientais em terra, e no mar provavelmente também o não será. Segundo os responsáveis do empreendimento, «será concluído um rigoroso procedimento de comissionamento, testes e posterior entrada em funcionamento» do WindFloat (jornal Grande Porto, 2 dezembro 2011). Ver também notícia da LUSA.
NUCLEAR: MAIS TREVAS QUE LUZ. Em meados de dezembro de 2011, o primeiro ministro japonês Yoshihiko Noda anunciou que, nove meses depois, a situação da central nuclear de Fukuxima estava finalmente controlada (veja-se uma síntese da questão em «Fukushima, nuclear perto das trevas», pelo jornalista Ricardo Garcia, Público 30 dezembro 2011). Esta asserção encontrou enorme ceticismo proveniente de várias origens, no Japão e fora dele. Esperamos vir a documentar aqui essas posições críticas.
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