15 fevereiro 2012 * Recortes 2
Uma página de vez em quando com sínteses e comentários de artigos ou notícias sobre assuntos de energia e clima recolhidos na imprensa que vou lendo. Pretextos para reflexão, convites à ação, o que se queira. Os recortes completos passarão a estar disponíveis para consulta na sede da associação Campo Aberto (www.campoaberto.pt). Redigido por José Carlos Marques (jcdcm@sapo.pt)
ENERGIAS RENOVÁVEIS.
A energia renovável é que é por definição sustentável. É uma afirmação do ex-Secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, em entrevista ao jornal Público. Atualmente a trabalhar no domínio das alterações climáticas na Comissão Europeia, em Bruxelas, diz a dado passo: «… qualquer que seja o calendário, haverá um dia em que a energia ou é renovável ou não é. A energia renovável é que é por definição sustentável, com a qual podemos perenemente manter uma civilização humana.» E adiante: «… penso na nossa balança comercial, e o que a desequilibra é a importação de combustíveis fósseis – nos quais não somos ricos. E de renováveis temos uma riqueza considerável.» Texto completo: Público, 22 janeiro 2012.
NATUREZA E ELETRICIDADE.
Natureza e eletricidade são como cão e gato. Comentando, numa das suas habituais crónicas na Pública, nas quais alia um humor imaginativo a assuntos muito sérios, Ricardo Garcia, jornalista especializado em ambiente, comenta uma recente campanha publicitária da EDP na qual se recorre ao uso intenso de imagens de animais e de natureza: «… estão a tomar-me por tolo. Natureza e eletricidade são como cão e gato. A relação usual é de incompatibilidade. A produção da segunda pressupõe mexer no status da primeira. Uma central térmica polui o ar e aquece o planeta. Uma barragem transforma por completo ecossistemas em vastas áreas. Até um parque eólico traz alguma perturbação, por facilitar o acesso a zonas onde antes a natureza estava quieta, em locais que de outra forma jamais seriam humanizados. Ver: Pública, suplemento do Público de 22 janeiro 2012.
A POLÍTICA ENERGÉTICA E A EUROPA.
A Europa ainda não avança com determinação para uma sociedade de baixo carbono. Num artigo em que defendem uma Comunidade Europeia da Energia, ainda inexistente, Jacques Delors (um dos mais respeitados europeístas e ex-Presidente da Comissão Europeia) e Staffan Nilsson (Presidente do Comité Económico e Social Europeu), escrevem: «São manifestas as limitações das políticas energéticas nacionais e, no entanto, não há uma política energética comum para as ultrapassar.» E propõem ainda um fórum da sociedade civil europeia que monitorize as questões energéticas. Ver: Público, 29 janeiro 2012.
NUCLEAR.
Reatores nucleares parados no Japão? O governo japonês estuda já planos de emergência para a hipótese de todos os seus 54 reatores nucleares terem que parar durante o próximo verão. Apenas 5 dos 54 estão atualmente em atividade, os quais terão que ser desligados até maio. Ninguém sabe quando voltarão a funcionar. Após a catástrofe de Fukuxima, 49 reatores pararam, por questões de manutenção ou devido a abalos sísmicos. Além disso, algumas autarquias locais, de cuja aprovação depende a reentrada em funcionamento dos reatores, têm mostrado não voltar a confiar no nuclear. Em meados de janeiro, a eventualidade de alargar a duração de vida dos reatores de 40 para 60 anos, referida pelo governo japonês numa conferência de imprensa, enfrentou críticas severas por parte da população, responsáveis locais e cientistas. Ver: Público, 20 janeiro 2012.
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