SANTA MARIA DA FEIRA PATRIMÓNIO NATURAL E CIDADANIA
Colocado em 19 de agosto de 2022

Foto do grupo visitante

No dia 7 de maio de 2022, a Campo Aberto promoveu uma visita e caminhada no concelho de Santa Maria da Feira, com o apoio e a colaboração da Câmara Municipal.

Margens do Rio Uíma

Os pontos da visita e caminhada foram sobretudo dois: nas margens do Rio Uíma e no Jardim Histórico da Encosta do Castelo, este bem no centro da cidade de Santa Maria da Feira.

Árvores nas margens do Rio Uíma

Deixamos aqui algumas imagens dessa visita. Ver o álbum completo, realizado por Cláudio Anes, autor das fotos.

 

Aspeto do jardim romântico e histórico da Encosta do Castelo em Santa Maria da Feira

Outra foto do grupo visitante junto ao Castelo Medieval

 

JORNADA PATRIMÓNIO NATURAL, ECOLÓGICO E PAISAGÍSTICO – E CIDADANIA
NO CONCELHO DE SANTA MARIA DA FEIRA

 

Um canto da sala em plenário, durante os relatos dos pequenos grupos

Com fotos de Cláudio Anes, um álbum fotográfico documenta alguns aspetos desta jornada.

No sábado 9 de julho de 2022, a Campo Aberto, em parceria com duas associações do concelho de Santa Maria da Feira, a associação Back-to-Basic e associação Rosto Solidário, organizou uma jornada (das 14:00 às 18:00), que decorreu no Seminário dos Missionários Passionistas, a quem agradecemos pelo apoio.

O objetivo da jornada era pôr em contacto e diálogo várias associações e cidadãos do concelho, nele residentes ou dele originários, ou com alguma outra forte ligação ao local, diálogo esse que abrangia igualmente o executivo municipal e os técnicos de ambiente que nele trabalham. Devido a dificuldades de agenda, acabou por não ser possível a presença de representantes do município, tendo no entanto ficado acordado que ir-se-ia tentar encontrar uma data para o mês de outubro, desta vez apenas dedicada à apresentação da visão do município para o património natural, ecológico e ambiental, seguida de debate com os cidadãos que vierem a estar presentes.

A jornada decorreu portanto unicamente com cidadãos e organizações da sociedade civil. Após uma primeira hora em que foram feitas cinco pequenas apresentações sobre temas de algum modo relacionados com o município ou com os residentes ou originários dele, os participantes formaram três pequenos grupos que debateram as suas perspetivas sobre o tema da jornada aplicado ao concelho. Foi um dia de grande calor, um dos primeiros de uma vaga que depois se estendeu até agosto… E foi para isso muito agradável que os grupos tivessem podido reunir-se na mata frondosa e fresca do local de acolhimento da jornada, como mostram as imagens.

O programa começou com intervenções curtas sobre exemplos concretos de questões ou iniciativas relativas ao património natural, ecológico e paisagístico, ou do concelho ou por pessoas do concelho: a macieira «malápio», variedade tradicional em expansão (Associação Malapeiros Rolantes); o impacto das nossas escolhas sobre o ambiente (Nuno Forner, da Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável); as matas: o caso da recuperação da camarinha, planta em declínio (Margarida Reis Coelho, The Camarinha Project); a Associação Back-to-Land e os seus objetivos e ações (Ana Fontes). [Estava também previsto: Fórmula-S, livros e jogos educativos ao serviço dos Objetivos do Milénio das Nações Unidas), que, por doença de Susana Machado, não foi possível incluir, mas pode ser visto um vídeo cujo endereço nos enviou com conteúdo semlhante ao que tinha previsto . Seguiu-se  debate em pequenos grupos, em aprofundamento da sessão plenária anterior, e sob o mote «como podem os cidadãos e as suas iniciativas dar o seu contributo para a defesa e conservação do património natural, ecológico e paisagístico».

Cada grupo escolheu um relator ou relatora, que em seguida apresentaram uma súmula ou uma lista de tópicos dos temas versados na conversa, e que constam aqui seguidamente.

 

À sombra de uma frondosa mata, um dos pequenos grupos no seu trabalho de troca de ideias e perspetivas

GRUPO A

Do debate neste grupo, o que nos parece mais urgente é o fortalecimento da ligação entre as pessoas, o pensamento coletivo que nos dá mais força. Para isso precisamos de mais associativismo e cooperativismo para servir de ponte de diálogo com as autoridades, já que a comunicação com estas tende a ser pontual, como por exemplo no caso das auscultações públicas.

A escola, formadora de cidadãos, precisa de ser mais dinâmica e mais envolvida com a sociedade local e com as famílias. Acima de tudo, precisa de se abrir mais aos próprios alunos, para que estes sejam os construtores da sua educação, e para lhes permitir estabelecerem pontes com a comunidade local, para se tornarem desde logo ativos na nossa vida conjunta.

A pressão sobre as autoridades locais por parte de grupos ambientalistas igualmente locais é fundamental, seja através de denúncias ambientais, seja exigindo a regulação dos espaços verdes, para que haja um equilíbrio entre o acesso a estes por parte da população e a regeneração natural.

Embora a atração turística seja um eixo de desenvolvimento local, e daí os aspetos positivos da Viagem Medieval, por exemplo, há tendência a modelar a paisagem de uma forma muito pouco natural, uma vez que os espaços verdes centrais da cidade são geridos em função do evento. Seria pois desejável mais equilíbrio entre a gestão (que julgamos atualmente excessiva) e a regeneração natural dos espaços verdes. Em contraste, os percursos do Parque das Ribeiras, que convidam à apreciação da floresta húmida de Fiães, têm bom acolhimento por parte da população embora aí se incentive a regeneração natural.
Daniela Pinto Pugh

GRUPO B

Como podem os cidadãos e as suas iniciativas dar o seu contributo para a defesa e conservação do património natural, ecológico e paisagístico do concelho?

– Organizando-se em associações, movimentos cívicos ou de moradores;
– Participando em assembleias municipais e de freguesia;
– Agindo nos locais ao contactar as entidades responsáveis pela conservação, como por exemplo, no caso de um rio estar a ser alvo de descargas ligar ao SEPNA;
– Dar voz aos pequenos partidos que promovem a defesa do meio ambiente;
– Partilhar Boas Práticas no meio onde vive.

Ainda se discutiu que problemáticas e ações seriam relevantes para as associações/grupos explorarem:

– Proteger os rios;
– Proteger as árvores de podas drásticas e abate;
– Proteger os espaços verdes e públicos da aplicação de produtos químicos de controlo de crescimento;
– Promover ações de literacia ambiental e de partilha de boas práticas;
– Promover formação em agricultura familiar amiga do ambiente;
– Sensibilizar a comunidade para a gestão dos lixos e desperdício;
– Promover o turismo ambiental para que a sua preservação seja mais sólida.

Referiu-se ainda a importância de as associações/movimentos serem descentralizados, uma vez que o concelho é muito grande. Poderia haver uma espécie de sede e depois subgrupos de trabalho de várias freguesias…
Cristina Pereira

Outro dos pequenos grupos trocando ideias e perspetivas à sombra protetora da mata

GRUPO C

– Concelho muito extenso e distinto nas suas realidades, com um «mosaico»
diversificado, mas muito mesclado, demostrando um desordenamento do território
elevado em que zonas habitacionais estão misturadas com zonas industriais, zonas de
lazer e manchas florestais cada vez mais têm tendência a diminuir para dar lugar a outros espaços que possam gerar lucro (superfícies comerciais / hipermercados).
– Falta de zonas verdes é evidente em todo o concelho de SMF.
– A maioria das pessoas essencialmente sobrevivem no Concelho e fazem deste
maioritariamente um dormitório.
– A importância à proteção dos Rios Uíma e Cáster, que constantemente aparecem
poluídos (mudam de cor), que passa pela recuperação e reabilitação destes cursos de
água, assim como das suas ribeiras e riachos, por exemplo replantação de árvores
autóctones nas margens desses rios que promovam a purificação/limpeza dos cursos
de água, exemplo os salgueiros-chorão https://pt.wikipedia.org/wiki/Salgueiro
– O perigo que representa a contínua exploração da pedreira de Arcozelo no Concelho
de Caldas de São Jorge, não só pela profundidade a que é feita, assim como pelo uso
consecutivo de «explosões» de dinamite, para as populações que ali habitam.
– Na mobilidade deveria promover-se o maior uso dos transportes públicos; no caso, do uso do Vouginha (comboio que liga vários municípios) por forma a diminuir o uso da viatura particular.
– A destruição de zonas verdes naturais e seus ecossistemas, para a construção de
passadiços (que agora viraram moda), que à priori pode ser visto como algo
positivo, mas com o passar do tempo podemos constatar que devido à falta de civismo
iremos ter lixos em locais antes inacessíveis e em último caso a perturbação da vida
de várias espécies.
– Destruição do comércio, local devido à implementação de superfícies comerciais e
hipermercados que são criados em zonas onde anteriormente teríamos árvores
protegidas, no caso sobreiros (Mercadona Feira).
– Gestão de resíduos domésticos, gestão de resíduos diferenciados recicláveis assim
como de resíduos de construção, demolições e equipamentos é deficitária em SMF,
apesar de alguma evolução positiva.

O que fazer, algumas propostas?
– Apostar em mais momentos como este de «discussão», aprendizagem, sobre temáticas relacionadas com o ambiente, ecologia, arranjando estratégias para as levar até aos cidadãos, que na sua maioria não estão ainda despertos para estas temáticas.
– Promover formações em diferentes áreas para diferentes faixas etárias, com
componente teórica e prática sobre estas temáticas, cada vez mais importantes para
sensibilizar e alertar para a preservação de espaço que é de todos nós.
– Criar grupos informais com preocupações sobre diferentes temáticas (rios, gestão de
resíduos, ordenamento de território entre outros) que possam ter uma voz ativa e
interventiva que possa fazer chegar propostas/soluções aos decisores políticos quer
locais que nacionais.

Como o colega António frisou no final da sua intervenção no grupo, é importante
irmos mais «fundo» às causas dos problemas e não nos ficarmos só pelas
consequências.

Atrevo-me, relativamente aos dois problemas que identifiquei (a recolha/gestão de
resíduos domésticos, lixo diferenciado) apontar não só causas, mas também soluções
que podem ser viáveis desde que trabalhadas inicialmente em projetos piloto.

Causas:

– Falta de sensibilização para a redução no consumo e reutilização de diferentes
materiais
– Comodismo
– Não existir um retorno financeiro no imediato.
– Educação/Formação para estes assuntos, não é intrínseco à nossa cultura e
comportamentos.

Soluções:

– Implementar nas zonas urbanas e aglomerados populacionais, os antigos
contentores de recolha de resíduos domésticos, em vez de se deixar o lixo nas ruas à
porta de casa, para serem recolhidos à noite.
– Criar compostores municipais – em diferentes freguesias que sejam mais agrícolas, mas também nas urbanas para aproveitamentos dos resíduos, para serem posteriormente usados pelos cidadãos e pelo município.
– O lixo diferenciado, para diminuir a possibilidade de acabar num aterro ou
incineradora, que prejudicam sempre o meio ambiente; deve-se promover no
imediato que o cidadão que implemente boas práticas, na separação de lixos, se sinta
recompensado, através da introdução de um projeto piloto de sistema PAYT –
https://www.payt-portugal.com/payt/payt-definicao, com descontos directos por
exemplo na fatura da água ou eletricidade.
– Criar vários espaços para a receção de resíduos de obras e demolições assim como
lixo tecnológico, assegurando que existe o tratamento mais adequado para estes
resíduos, promovendo a retribuição financeira adequada aos lixos entregues nesses
locais, e que não sejam deixados abandonados em manchas florestais, espaços verdes e/ou zonas de mato, ao abandono.
Andreia Domingos

 

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