Visita ao Perímetro Florestal das Dunas de Ovar
Projecto Camarinha e Pinhal de Ovar
Visita do Parque Ambiental do Buçaquinho
Visita da Iniciativa Back-to-Basic
Tal como já fazemos desde há muitos anos (e mais recentemente no Geoparque de Arouca e no rio Uíma em Santa Maria da Feira em 2022, ou, em 2023, em Oliveira de Azeméis no Parque Molinológico e na Paisagem Local Protegida do Rio Ul, e nos Parques Urbanos do Rio Ul, de Nossa Senhora dos Milagres e de Ferreira de Castro, em São João da Madeira), faremos em 2024 algumas visitas e caminhadas à descoberta do nosso património natural, ecológico e paisagístico.
Neste espaço, estarão disponíveis as informações principais, em intenção dos possíveis interessados em participar e em inscrever-se. Podem ser vistos álbuns de imagens de visitas anteriores em anos anteriores.
PRIMEIRA VISITA/PASSEIO EM 2024
24 DE FEVEREIRO, SÁBADO
Esta visita centra-se em duas iniciativas de contacto com a natureza: o Back to Basic, em Argoncilhe, concelho de Santa Maria da Feira, da parte de tarde, com a colaboração de Ana Catarina Fontes; e, de manhã, o Projecto Camarinha, no concelho de Ovar, e o Pinhal de Ovar / Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, com a colaboração de Margarida Reis Coelho, bióloga e médica, e Henrique Araújo, presidente do Movimento 2030.
BACK TO BASIC
O BtB é animado por Ana Catarina Fontes, engenheira zootécnica formada na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro – UTAD (Vila Real) e situa-se em Argoncilhe, concelho de Santa Maria da Feira.
Voltar ao essencial, eis o desafio que nos coloca. Num mundo de galopante artificialização, muitas pessoas aspiram por voltar a um estilo de vida mais natural – quase sempre sem saber muito bem como.
O BtB pretende precisamente proporcionar experiências mais libertas de artifício através do contacto com os animais de que cuidam. Aqui salta-se com cabras anãs, escovam-se cavalos, escuta-se o chilrear dos pássaros, brinca-se à «macaca», descansa-se no baloiço, aprende-se a respeitar a natureza. Diz a Ana: «rimos, corremos, criamos, sonhamos e somos felizes…»´
Atividades educativas e de lazer
Aqui reavivam-se tradições, como a desfolhada, aprende-se a distinguir entre as ervas aromáticas, a semear aveia, a plantar uma árvore, a alimentar uma cabra, a montar a cavalo. Ensina-se a absorver o muito que a natureza nos dá.
Os animais, no BtB, fazem parte da família. Por isso, todos têm nome. No BtB atuam a engenheira zootécnica e duas equipas de veterinários que garantem o bom trato dos animais, o seu bem-estar e sanidade.
Fogos florestais e organização de eventos
Além da vertente pedagógica e de lazer, alguns dos animais, sobretudo as famosas «cabras sapadoras», podem participar na prevenção de fogos florestais através do pastoreio.
O BtB dedica-se também a organizar eventos em ambiente rural destinados a particulares e empresas, bem como a animação de festas e atividades que incluem contactos com animais, jogos tradicionais e sensibilização ambiental. Aqui as crianças são bem-vindas.
GPS :
https://maps.app.goo.gl/B9KFQmKXBFx27FyQ8
916290164 geral@backtobasic.pt Rua de Argoncilhe, 607 4505 Argoncilhe
http://www.backtobasic.pt/
THE CAMARINHA PROJECT
The Camarinha Project é constituído por um Coletivo de Cidadãos da região de Ovar, mas não só, preocupados com a situação de vulnerabilidade da Camarinheira – Corema album (L.) D. Don e de outras espécies vegetais e animais de importância ecológica presentes no Perímetro Florestal das Dunas de Ovar – PFDO. [Note bem: na data da visita não se poderão observar nem as flores nem as bagas da camarinheira, o que só é possível na primavera e verão.]
A Camarinheira é uma espécie vegetal que se encontra distribuída no litoral oeste da Península Ibérica e Açores, em áreas muito particulares, como é o caso dos ecossistemas dunares atlânticos. Encontra-se atualmente numa situação vulnerável ou mesmo em risco de desaparecimento em determinadas localizações, devido, principalmente, à perda do seu habitat e à competição com espécies invasoras, como é o caso das espécies do género Acacia. A agravar esta situação está também o corte indiscriminado da vegetação arbustiva na zona florestal, da qual a Camarinheira e outras espécies de importância ecológica fazem parte.
A par com a degradação ecológica destes habitats costeiros assiste-se, também, a um desconhecimento da Camarinheira por parte da população em geral e mesmo por parte dos residentes na região. Ainda não há muitos anos, a Camarinheira e, em especial os seus frutos, as Camarinhas, faziam parte do património gastronómico e cultural das populações costeiras de Portugal.
The Camarinha Project tem assim como objetivo a dinamização de atividades de promoção e proteção das comunidades de Camarinheiras existentes no Perímetro Florestal das Dunas de Ovar.
Dado que a área alvo de atuação se encontra sob gestão do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, as atividades a desenvolver são realizadas em colaboração com esta entidade. Recentemente foi aprovada pelo ICNF a proposta de The Camarinha Project para intervenção em duas áreas selecionadas do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar. A seleção das áreas teve como critérios a existência de populações de camarinheiras viáveis e o risco do seu desaparecimento progressivo face à invasão de espécies vegetais exóticas. Pretende-se assim realizar nestas áreas, com a ajuda de voluntários e em articulação com o ICNF, o arranque/corte sistemático das plantas invasoras, maioritariamente espécies do género Acacia.
Outra vertente deste projeto centra-se na realização de experiências de propagação da Camarinheira e de outras espécies da flora dunar, a serem usadas para recuperação de áreas ecologicamente degradadas do Perímetro Florestal. [O texto acima sobre The Camarinha Project foi-nos cedido por Margarida Coelho, do próprio Projecto.]
Curiosidades
A camarinha ou Camarinheira era muito abundante no litoral português, em especial na Mata Macional do Camarido (cujo nome parece provir do nome da planta), em Caminha, e na zona dunar contígua de Moledo do Minho. Mas em meados do século XX tinha entrado em regressão. Da luta contra essa regressão, no final dos anos 1970, nasceu a COREMA, uma associação de defesa do património natural e cultural, que adotou como nome o da planta. Essa associação desenvolveu mais recentemente um projeto de investigação sobre a camarinha, em colaboração com o INIAV I.P., Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (Oeiras). Há também o projeto Emc2 «Explorar Matos de Camarinha da Costa», do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, que integra sete polos (seis instituições de ensino superior), sendo um deles o Mare-Madeira, no arquipélago da Madeira.
Originariamente, esta espécie botânica existia apenas na Península Ibérica. Atualmente existe também na Aquitânia, França (região de Bordéus). Devido aos frutos em forma de bolinhas brancas que as caraterizam, estas plantas são popularmente conhecidas em Espanha como «perlas de las dunas». São pequenos frutos brancos, com a forma de uma drupa carnuda, comestível. Parece ter-se comprovado que o extrato desta planta teria propriedades anticancerígenas.
[Estas curiosidades foram recolhidas no jornal digital Caminha@2000, n.º 951, de 14 a 20 de dezembro de 2019; outras, na Wikipédia e outros locais digitais.]
Colocado em 5 de janeiro de 2024
Retocado em 27 de janeiro de 2024
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