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BOLETIM PORTO E NOROESTE EM DEBATE
resumo das notícias de ambiente e urbanismo em linha
Quinta-feira, 26 de Outubro de 2006
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Para os textos integrais das notícias consultar as ligações indicadas.
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1. Campo Aberto lança campanha
Espaços verdes em forma de ranking
A Campo Aberto inicia hoje a campanha «50 espaços verdes em perigo – 50 espaços verdes a preservar». O objectivo é criar um ranking, de forma a alertar as entidades competentes para a problemática.
A campanha promovida pela associação ambientalista pretende envolver a população local, incidindo numa área geográfica em torno do Grande Porto, designadamente concelhos como Espinho, Gondomar, Maia, Gaia, Vila do Conde ou Valongo. “Queremos envolver o máximo possível a sociedade civil”, realçou o vice-presidente da Campo Aberto, Nuno Quental. A ideia, explicou ao JANEIRO, “é que as pessoas que melhor conhecem os locais onde habitam ou trabalham nos façam chegar o nome de espaços verdes que apresentam problemas”.
A participação poderá ser feita até Março do próximo ano, através do site da associação ambientalista [www.campoaberto.pt/50espacos]. Posteriormente, uma comissão da Campo Aberto irá fazer o trabalho in loco. “Todas as propostas recebidas serão verificadas no terreno, de forma a perceber quais é que cumprem os critérios pré-estabelecidos, nomeadamente o facto de terem de ser espaços com alguma dimensão, com relevância em termos sociais e com alguma cobertura vegetal”, descreveu Nuno Quental.
A listagem dos 50 espaços verdes em perigo da zona do Grande Porto será, posteriormente, publicada e os problemas apresentados aos respectivos executivos municipais, de forma “a alertar para a tomada de medidas necessárias à sua salvaguarda”.
A Campo Aberto considera, prematuro apontar qual o concelho mais problemático nesta matéria. De qualquer das formas, Nuno Quental admite que os concelhos que têm sofrido maior pressão urbanística nos últimos anos, possam ser os mais afectados. “É errado pensar que todo o território tem de ser urbanizado. É necessário ter atenção aos espaços verdes”, conclui o ambientalista.
https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=eccbc87e4b5ce2fe28308fd9f2a7baf3&subsec=&id=b243f8da8fec982f8961832f3ddfcec4
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2. Árvores da Avenida estão a ser abatidas
Começou ontem o abate de árvores na Avenida Mouzinho de Albuquerque, na Póvoa de Varzim. Durante os próximos dias deverão ser abatidas quase uma centena de exemplares, desde a igreja de S. José até ao Largo das Dores, de forma a libertar o separador central da Avenida para as obras de requalificação, evitando os cortes de trânsito. Das 108 árvores existentes ao longo de toda a Avenida Mouzinho deverão ficar apenas as pouco mais de uma dezena existentes no Largo das Dores, junto ao hospital.
https://jn.sapo.pt/2006/10/26/porto/arvores_avenida_estao_a_abatidas.html
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3. Marquês de Pombal
No seu belo livro de saudades (de um “portuense arrependido” de ter deixado o Porto), Albano Estrela descreve o ambiente do bairro onde nasceu “o Marquês era palmilhado por meio mundo, gente de todas as qualidades: jovens, velhos, crianças, povo e burgueses, na área residentes. E bêbados, tal a fama que tinham as tascas da Rua de Lindo Vale, ali mesmo à mão.” (“Porto Entrevisto”) Por sua vez, Teresa Saavedra, inesperada e fulgurante escritora, sentimentalmente ligada à cidade da sua infância, descreveria a humanidade do sítio: “Por baixo das tílias, aos domingos de manhã, lá estão os Robertos junto ao coreto, a frágil barraquinha pintada de cores berrantes com dobradiças de biombo nos ângulos.” E “o fotógrafo da rua assenta arraiais na Praça, aos domingos logo pela manhã à sombra das tílias enormes e materiais.” Ou “passeiam os namorados de mão dada devagarinho pela praça ao som da música, muito enleados, entontecidos pelo sol (…)” (“Memória das Doze Casas”)
O bairro, sítio, praça é o Marquês. É, sobretudo, jardim, no coração do território a que, com o burgo habitado e estuante de vida, chamávamos “a alta”. Embora raramente citado nos textos literários sobre o Porto – centrados na “baixa”, zona ribeirinha e bairros ocidentais -, o Marquês sempre constituiu (e continua a sê-lo) referência urbana no carácter social, ambiental e arquitectónico tripeiros. Ser, habitar e frequentar “a alta” queria dizer Marquês, Constituição, Costa Cabral, Faria Guimarães, zonas residenciais excelentes antes de a hecatombe caixoteira as ter transformado em vulgaridade. Queria dizer Cinema do Terço, Académico, Estádio do Lima, Cinema Júlio Dinis, a igreja do Marquês, Colégio de Nossa Senhora de Lurdes, Confeitaria Estoril… O Marquês era outra, fascinante e dinâmica centralidade, lugar geométrico de uma cidade polinuclear.
Com grande apreensão, sobressalto e alguma revolta assisti, com as obras da construção do Metro, ao esventrar do jardim e derrube de uns quantos plátanos de verdadeira catedral verdejante. Acabou o oásis. Em nome do progresso liquidaram mais este espaço fantástico, fora do tempo – pensei. Na altura, um jovem repórter, ávido de sangue, questionou-me sobre o “património arqueológico” destruído pelas obras. Retorqui que, salvo os restos do mercado que lá houve, cairia para o lado de espanto se aparecesse algo digno de consideração. “Meu rico jardim e meus ricos plátanos” era aquilo porque temia. Depois do tsunami que varreu a Cordoaria e das atrocidades lá cometidas, tudo era de esperar.
Enganei-me. O Marquês ficou apresentável. O desenho do jardim não foi vandalizado, os bancos são dignos de tal nome e não esses horrorosos subprodutos de pedra, incómodos e sem costas, do design pós-modemo que nos insulta. O lago foi reposto, reconstruindo o que fora retirado de D. João I (ao menos a memória do dono da “Confidente” que, generosamente, o oferecera à cidade, não foi ofendida). O quiosque Arte Deco foi respeitado e o coreto também. E, milagre dos milagres, em terra de arquitecturas que privilegiam as estéticas em detrimento da qualidade de vida, do conforto e segurança dos cidadãos, no Marquês foram colocados bancos e mesas para os reformados jogarem as cartas. A isto chamo eu reabilitar para benefício das pessoas.
No Marquês reencontro o “meu jardim” de afectos e fantasias. Só falta a Biblioteca Pedro Ivo a funcionar e os mictórios ao serviço das necessidades de quem passa, para aquele espaço carismático ficar quase perfeito. Retiro, pois, todos os maus pensamentos e presságios que antevi e fico contente. Pelo espírito da cidade, que bem precisa que o salvaguardem.
https://jn.sapo.pt/2006/10/26/porto/marques_pombal.html
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4. ACIB quer construir shopping para anular outros projectos
Barcelos não precisa de mais um centro comercial, mas se há vontade política em que se faça mais um, então, os comerciantes de Barcelos predispõem-se a fazê-lo”. É nesta lógica que o director-geral da Associação Comercial e Industrial (ACIB), João Albuquerque, explica o projecto que tem entre mãos e no qual está a trabalhar há mais de um ano, apesar da associação ter estado sempre na linha da frente na luta contra a instalação de grandes superfícies no concelho.
https://jn.sapo.pt/2006/10/26/minho/acib_quer_construir_shopping_para_an.html
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5. Funcionários do PNPG questionam mudanças
A restruturação do Instituto da Conservação da Natureza está a provocar desconfianças entre os funcionários do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Em documento aprovado em plenário dos funcionários foram levantados os problemas de funcionamento do ICN e o previsível agravamento, face à restruturação prevista.
A passagem do ICN a ICNB, implica o agrupamento de Áreas Protegidas, a redução do número de responsáveis pela gestão de Áreas Protegidas, o esvaziamento do número de funcionários do ICN afectos a Áreas Protegidas e a concentração dos funcionários do ICN nos serviços centrais, em Lisboa.
https://jn.sapo.pt/2006/10/26/minho/funcionarios_pnpg_questionam_mudanca.html
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6. Lixo recolhido da rua sobe 30 toneladas/dia
Braga não quer ser “depósito de lixo” de outros concelhos vizinhos, pois, no último ano, registou um aumento de resíduos sólidos domésticos considerado “anormal”. Estima-se que, diariamente, a Agere recolhe cerca de 170 toneladas de lixos no concelho de Braga, número (estatístico) que vai contra todas as previsões dos responsáveis daquela empresa.
https://jn.sapo.pt/2006/10/26/minho/lixo_recolhido_ruasobe_toneladasdia.html
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7. Descoberta nova espécie de raia
Uma investigadora do Centro de Ciências do Mar do Algarve descobriu uma nova espécie de raia anã durante uma série de viagens de barco para preparar a sua tese de doutoramento, anunciou a Universidade do Algarve. A descoberta desta nova espécie de raia em águas algarvias já chamou a atenção de cientistas internacionais de renome, que se juntaram à portuguesa para estudar a nova espécie. Para preparar a sua tese de doutoramento, Maria Esmeralda Costa realizou várias viagens a bordo de arrastões, destinadas à captura de crustáceos decápodes (com dez patas), que operam a uma profundidade que varia entre os 400 e os 1.200 metros. Durante essas viagens, a investigadora descobriu oito exemplares desta nova espécie de raia anã.
https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=d3d9446802a44259755d38e6d163e820&subsec=&id=c2e8e8eb242bf94c40b74068f42a8762
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8. 98 bicicletas a apodrecer num armazém do Fluvial
Ficaram bem na fotografia no primeiro Dia Europeu sem Carros, em 2000. Em 2003, numa parceria entre o Clube Fluvial Portuense, a Câmara do Porto e a Junta de Freguesia de Lordelo do Ouro, passaram o Verão entre o Largo do Calém e a zona dos Pilotos. São 98 bicicletas, que custaram cerca de quatro mil euros e que se encontram a ganhar pó, desde que “a Câmara do Porto terminou com a parceria e lançou outros projectos”, referiu, ao JN, Neto Dias, da Director do Fluvial. A autarquia, por seu turno, lembrou que “as bicicletas que o Fluvial diz ter comprado, foram oferecidas pela Câmara Municipal do Porto”.
Algures nas imensas galerias técnicas do Complexo Desportivo do Fluvial repousam as 98 bicicletas (eram 100, mas duas levaram sumiço), pintadas de verde e de branco.
“Na altura do primeiro Dia Europeu Sem Carros apresentámos à Câmara do Porto, então presidida por Nuno Cardoso, um projecto que previa a utilização de bicicletas na marginal, desde o nosso clube até ao Castelo do Queijo. Montávamos três ou quatro stands no percurso e tinhamos uma carrinha de apoio. A ideia agradou à Câmara, que subsidiou o projecto com cerca de 17500 euros”, lembrou Neto Dias, presidente do Fluvial Portuense.
Fiscais “implicavam”
As bicicletas ganharam maior notoriedade, em 2003, quando voltaram à rua, baptizadas de “Flu’s”. Podiam ser alugadas num stand instalado no Largo do Calém. As primeiras pedaladas foram dados pelo então vereador do Desporto, Paulo Cutileiro, numa iniciativa organizada em parceria com a Câmara do Porto, a Junta de Lordelo do Ouro e uma empresa que emprestou o stand e matava a sede aos cicloturistas.
“Quando soube que as bicicletas estavam ali encostadas, perguntei ao Fluvial porque não eram utilizadas. E o clube respondeu que estava a pensar num projecto. Que durou apenas um ano. Em Setembro de 2003, tudo acabou e creio que o stand foi vandalizado durante um fim-de -semana. Mas é uma pena que as bicicletas não estejam a ser usadas na marginal”, conta o actual presidente da Junta, Alberto Araújo Lima.
O dirigente do Fluvial lamentou o fim lento do projecto, que era “mais ambicioso, pois comprámos bicicletas aptas a circular por toda a cidade”. “Manter a iniciativa implicava custos muito elevados, já que tínhamos de ter funcionários a tratar do aluguer dos veículos, mais uma carrinha de apoio. A própria autarquia começou a fazer concorrência, emprestando as suas bicicletas. No entanto, quando o novo Complexo Desportivo do Fluvial estiver concluído [no próximo ano], iremos refazer o projecto”, referiu Neto Dias.
Apostado em fazer política
A Câmara Municipal do Porto, através do Gabinete de Comunicação, argumenta que não lhe compete pôr a andar as 100 bicicletas do Fluvial. “Depois de ter recebido, em 2001, terrenos municipais no valor de 10 milhões de euros, o Fluvial diz que a Câmara não apoiou a construção dos prédios. Depois de ter recebido as bicicletas, diz que a Câmara não as põe a andar. O Fluvial parece mais apostado em fazer política do que em fomentar a prática desportiva na cidade”, concluiu fonte do Gabinete de Comunicação.
O projecto “Pedalar”, iniciado em Julho do ano passado, no Complexo Desportivo do Monte Aventino, parece ter sido vítima do seu sucesso e não há bicicletas disponíveis. O JN confirmou que muitas (em número não quantificado) estão avariadas e que as restantes “estão emprestadas” por períodos de seis meses – o limite máximo de tempo durante o qual se pode andar com a mesma bicicleta. Recorde-se que o projecto arrancou com 150 bicicletas, que poderiam ser levantadas no Monte Aventino, todos os dias, entre as 9 e as 20 horas. Para um período de utilização de até dois dias, bastaria apresentar o cartão de contribuinte, a carta de condução ou o passaporte. Quando o utilizador tencionava usar a bicicleta por um período mais alargado de tempo (até meio ano), teria de passar um cheque no valor de 125 euros, que serviria como caução até o veículo ser devolvido.
https://jn.sapo.pt/2006/10/26/porto/98_bicicletas_a_apodrecernum_armazem.html
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Acima apresentam-se sumários ou resumos de notícias de interesse
urbanístico ou ambiental publicadas na edição electrónica do Jornal de
Notícias e d’O Primeiro de Janeiro (e ocasionalmente de outros jornais
ou fontes de informação).
Esta lista foi criada e é animada pela associação Campo Aberto, e está
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específico são as questões urbanísticas e ambientais do Noroeste,
basicamente entre o Vouga e o Minho.
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Selecção hoje feita por Cristiane Carvalho
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