ASSEMBLEIA GERAL DE 24 DE MARÇO DE 2018
RELATÓRIO DE ATIVIDADES RELATIVO A 2017
INTRODUÇÃO
Ao longo de 2017, a Direção executou o plano aprovado na assembleia geral de 18 de março de 2017 para o biénio de 2017-2018 – apenas parcialmente visto tratar-se de um plano bianual –, traduzindo-o em diversas atividades, em geral enquadráveis nas habituais categorias: visitas e passeios, tertúlias e debates, campanhas, relações com outras associações e entidades, análises e comunicados públicos.
No que respeita às temáticas das atividades, estas incidiram sobre natureza, paisagem e ruralidade; biodiversidade, urbanismo e território; energia e alterações climáticas, saúde e alimentação, entre outros temas.
As atividades foram concretizadas por meio de tertúlias, debates, visitas e passeios (de proximidade e de média e longa distância), encontros, cursos, oficinas e convívios, entre outras formas. Paralelamente à execução das atividades, a Campo Aberto envolveu-se em intervenções públicas e procurou dar continuidade ao estabelecimento de relações externas e institucionais, apoiando-se numa tentativa de melhoria contínua da comunicação interna e externa.
Durante o ano de 2017 a Campo Aberto pôde contar com o trabalho voluntário dos seus dirigentes e colaboradores, e, como é habitual, sem possibilidade de recurso a trabalho de pessoal remunerado
- LINHAS DE TRABALHO, CAMPANHAS E INICIATIVAS
1.1
Visitas e passeios
Como vem sendo hábito, as visitas e passeios (que aliam um aspeto lúdico ao cumprimento dos objetivos estatutários de aprofundar o conhecimento dos valores naturais, paisagísticos e ambientais para incentivar a sua melhor defesa e cuidado) subdividiram-se em duas categorias principais: passeios e visitas de curta distância, sem necessidade de recorrer ao aluguer de autocarro, com transporte a cargo do participante e com recurso por vezes ao sistema de «boleias partilhadas»; e passeios e visitas de médio ou longo curso, com aluguer de autocarro.
Na primeira categoria foram em 2017 feitas visitas a espaços incluídos nos 50 espaços verdes selecionados na campanha que a associação empreendeu em 2006-2008 e que são objeto do livro Espaços Verdes e Vivos – um futuro para a Área Metropolitana do Porto, como é o caso da visita ao Monte Crasto ou a visita ao Rio Leça.
Nas visitas de médio e longo curso, com a tónica na descoberta de valores naturais e paisagísticos, podemos referir a visita à Reserva Natural da Faia Brava e a visita à Serra do Açor.
1.2
Revisão do PDM do Porto e outros temas
Para além de outras tomadas de posição explicitadas mais adiante, a associação, através sobretudo do seu e-sítio, e por outros meios, continuou a defender em 2017 de forma clara aspetos importantes dos seus objetivos estatutários, tendo participado em, ou lançado, debates relevantes como o que diz respeito à revisão do PDM do Porto ou ao drama recorrente dos incêndios estivais, ao acompanhamento da questão dos transgénicos, e outros temas. Quanto aos debates sobre a revisão do PDM, realizados em 2017 no âmbito de um ciclo já iniciado em 2016, abordaram os seguintes temas: mobilidade e transportes, urbanismo bioclimático, gestão de resíduos urbanos, entre outros.
1.3
Alterações climáticas e questões energéticas
A Campo Aberto, coerente com a sua posição permanente de recusa da energia nuclear, e integrando-se no âmbito do Movimento Ibérico Antinuclear, participou ao longo do ano, ou apoiou, divulgando-as, em ações de protesto e reivindicação com vista ao encerramento da central nuclear de Almaraz, próxima da fronteira portuguesa.
Por outro lado, prosseguiu a sua reflexão e intervenção pública em torno da questão do aquecimento global, no sentido de uma crítica à insuficiente aplicação dos princípios que presidiram ao Acordo de Paris, de que Portugal é Parte, e a favor do desinvestimento nos combustíveis fósseis.
1.4
Coberto vegetal e incêndios ditos rurais
Na sequência do encontro realizado em 29 de outubro de 2016, organizado em colaboração com a Quinta do Lobo Branco, a associação promoveu uma tertúlia com o título «Incêndios estivais: fatalidade, negligência ou erro de base?» em que foram debatidas perspetivas de compreensão e combate ao fenómeno. Em outubro, a associação subscreveu o Apelo a uma Aliança pela Floresta Autóctone, que integrou, sendo uma das associações que dá apoio logístico e organizacional a essa Aliança, que é um movimento ainda informal.
1.5
Livro Espaços Verdes e Vivos
Ao fim de quatro anos de trabalho ficou impresso e pronto a entrar em circulação este livro, resultante da campanha iniciada em 2006 pela Campo Aberto. Começou então uma fase de divulgação assente em apresentações nos concelhos que integram a AMP. A primeira foi realizada em 14 de outubro em Valongo, local escolhido pela importância que tem no recém-criado Parque das Serras do Porto e pela forma colaborante como os seus técnicos e executivo municipal, incluindo o Presidente da CMV, acolheram os nossos pedidos destinados a atualizar a informação recolhida durante a fase inicial da Campanha.
1.6
Alimentação e Saúde
Tal como no ano anterior, e na sequência da participação da Campo Aberto na Plataforma Transgénicos Fora foi dada atenção continuada à questão dos alimentos geneticamente modificados, tendo sido divulgada e apoiada publicamente a Marcha contra a Monsanto realizada em 20 de maio de 2017.
1.7
Grupos de trabalho e intervenção
Prosseguiu regularmente em 2017 o trabalho do Grupo da Biblioteca e Documentação, que tem já mais de 1500 livros registados e catalogados e numerosas publicações periódicas. Por outro lado, prosseguiu também o Grupo Local de Pedroso, Vila Nova de Gaia, grupo de moradores e sócios da Campo Aberto que pretende ver afastada a instalação de uma unidade industrial poluente perto de suas casas, tendo vindo a associação a dar algum apoio a esta ação em defesa própria e do ambiente local. O Grupo de Apoio à Direção continuou a reunir com frequência, mantendo-se o seu contributo para a realização das atividades programadas.
- MOMENTOS DE CONFRATERNIZAÇÃO E RECOLHA DE APOIOS
Se bem que todas as atividades tenham quase sempre esta dupla função, destacamos alguns momentos especialmente dedicados a confraternização e recolha de fundos, e outros apoios, que ocorreram em 2017.
2.1
Jantar anual de confraternização
No dia da assembleia geral, em 18 de março, realizou-se o habitual jantar anual de confraternização, com cerca de 24 pessoas presentes, que decorreu na tradicional atmosfera de amizade e boa disposição.
2.2
Feirinha e confraternização de Natal
Em novembro e dezembro decorreu a Feirinha de Natal, na sede, desde 27 de novembro a 9 de dezembro. No dia 9 de dezembro houve uma Festa de Natal precedida de uma conversa sobre «Histórias com Pegada Ecológica».
3. INTERVENÇÕES PÚBLICAS, COMUNICADOS E POSICIONAMENTOS
3.1
Comunicação e divulgação
No ano de 2017 prosseguiu a intervenção através do e-sítio, e a divulgação das nossas atividades através do Facebook e do Twitter, bem como por meio de correio eletrónico em diversas listas e fóruns de discussão (Informação Geral, Futuro Terra (resultante da fusão de várias listas anteriores entretanto canceladas), e listas externas como Ambio, DLR, OGM. Mantiveram-se no sítio digital algumas rubricas anteriormente criadas.
3.2
Conselho Municipal de Ambiente do Porto, C.M.A. de Vila Nova de Gaia e Conselho Consultivo da Reserva Natural Local de Vila Nova de Gaia
Prosseguindo a sua intervenção sobre temas de interesse público relacionados com a região de maior incidência da nossa atividade (Porto, Grande Porto, Noroeste e Norte), a Campo Aberto, juntamente com outras associações com atuação na cidade, participou ativamente nos trabalhos do Conselho Municipal de Ambiente da Câmara Municipal do Porto, tendo a nossa representação continuado a ser assegurada pelo vice-presidente, António Verdelho. Deram-se passos no sentido de concertar posições e intervenções com outras associações, tendo daí resultado em 2016 a programação de um Ciclo Sobre a Revisão do PDM do Porto, do qual em 2017 se realizaram quatro debates. Manteve-se a participação no Conselho Municipal de Ambiente de Vila Nova de Gaia e no Conselho Consultivo da Reserva Natural Local do Estuário do Douro – RNLED.
3.3
Comunicados e posicionamentos
Em 2017 houve duas tomadas de posição importantes da Campo Aberto, ao subscrever dois documentos que, embora externos, exprimem bem a tradição e perspetivas da associação e para cuja preparação colaborou ativamente: a Carta de Famalicão, um elenco de preocupações e propostas ambientais assinado por 35 entidades e aberto permanentemente a novas adesões, e o Apelo a uma Aliança pela Floresta Autóctone, que esteve na base do surgimento dessa Aliança apoiada logisticamente por três associações ou equiparáveis, entre as quais a Campo Aberto.
- RELAÇÕES EXTERNAS E INSTITUCIONAIS
4.1
Associações de ambiente
Mais uma vez, em 2017, esteve praticamente inativa a nossa participação na CPADA – Confederação Portuguesa de Associações de Defesa do Ambiente, de que não temos recebido informação frequente. No entanto, a nível local e regional, reforçaram-se as nossas relações com associações interessadas em diversos aspetos do ambiente natural e urbano. Daí resultou a nossa adesão à Carta de Famalicão e à Aliança pela Floresta Autóctone (citadas no ponto 3.3). Continuámos a colaborar regularmente com a Plataforma Transgénicos Fora e episodicamente com os grupos informais Porto Sem OGM e Coletivo Clima.
4.2
Protocolos de colaboração
Mantiveram-se alguns dos protocolos de colaboração já anteriormente estabelecidos. Na sequência de solicitações de escolas para apoio da associação foram renovados protocolos com duas escolas, nomeadamente a Escola Secundária D. António Taipa-Freamunde e o Colégio Paulo VI, de Gondomar.
- EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES
No ano de 2017 concretizaram-se, por iniciativa da Campo Aberto ou em colaboração com outras associações, vinte e nove atividades que envolveram a presença de cerca de novecentas e cinquenta e cinco pessoas (a apresentar no quadro I), salientando-se o facto de este número de presenças não consignar algumas atividades promovidas pela associação em parceria com outras associações.
De modo geral, as atividades previstas no programa aprovado foram realizadas.
O quadro II apresentará o número de atividades realizadas por temática e nele podemos observar que a temática que concentrou um maior número de atividades foi Energia e Alterações Climáticas seguindo-se História Urbana e Biodiversidade.
Do relatório constam ainda alguns anexos, a apresentar na Assembleia Geral.
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