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BOLETIM PORTO E NOROESTE EM DEBATE
resumo das notícias de ambiente e urbanismo em linha
Terça-feira, 30 de Outubro de 2007
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Para os textos integrais das notícias consultar as ligações indicadas.
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1. Opinião: Vale do Coronado
Já sabemos que, para muitos decisores políticos, urbanistas,
planeadores e tecnocratas, o mundo rural, a terra, o solo agrícola,
não merecem consideração. O que se vê é mesmo a tentativa de associar
ruralidade a atraso e pobreza. O uso do solo para fins agrícolas é
apenas tolerado, relegado para bem longe das cidades, que a lógica
das mais-valias e da especulação fundiária a isso conduz. Não admira,
por isso, que sobre o Vale do Coronado penda agora uma pesada ameaça.
Mas, de que estamos a falar? De um vale agrícola, cuja superfície
ocupa partes dos concelhos da Maia e da Trofa, formado por terras de
aluvião, férteis e abundantes em água. Esses terrenos pertencem, pela
sua qualidade, à Reserva Agrícola Nacional, configurando uma das
maiores manchas de solo arável na Área Metropolitana do Porto.
Centenas de hectares abrigando agricultura viável e populações que,
em boa parte, apesar do processo de urbanização adjacente, beneficiam
das vantagens económicas e ambientais de uma tal paisagem, de
contornos seculares.
Mas o Governo, através do Ministério das Obras Públicas, anunciou há
um ano a instalação, em pleno Vale do Coronado, de uma plataforma
intermodal, integrada na chamada Rede Nacional de Plataformas
Logísticas.
Agrupar um conjunto de estruturas de apoio aos diferentes tipos de
transportes, agilizando o tráfego de mercadorias e induzindo
economias de escala- assim dizem os entendidos- pode até ser uma
ideia defensável. Mas a localização, meu Deus, é que não podia ser
mais infeliz e desastrada.
Voltamos ao início – que importa a fertilidade de um vale, a vida de
tantas pessoas, uma paisagem íntegra e valiosa enquanto tal, sequer a
necessidade de mantermos os poucos solos que ainda temos para
produção alimentar de qualidade? Outros valores se alevantam,
aparentemente. E a decisão política de ali construir, de betonar e
poluir o vale e as suas águas, foi tomada e reafirmada.
Pouco se sabe do assunto desde o anúncio da decisão, e nada tem sido
discutido. A contestação vai subindo de tom, partindo dos
agricultores, reunidos na cooperativa agrícola de Santo Tirso e Trofa
e na sua congénere da Maia, e pelas populações, especialmente as das
freguesias de S. Mamede do Coronado, de S.Romão do Coronado e de
Folgosa, que têm comparecido a sessões em número considerável.
Face ao silêncio do Ministério (esperemos que não seja prenúncio de
inflexibilidade) crescem inquietações. A Convergir – estrutura
interassociativa ambientalista, tomou há dias posição “Com a
construção da plataforma naquele local, a paisagem esteticamente
agradável e a biodiversidade aí existente serão profundamente
afectadas, assistindo-se à fragmentação da paisagem e do habitat, bem
como à destruição de solos férteis, com a correspondente disfunção
ecológica.
O ruído aumentará e o acréscimo da circulação de viaturas pesadas
será responsável pela libertação de grandes quantidades de partículas
e de químicos poluentes. Tudo isto provocará perturbações na saúde
das populações e danos nos edifícios e no ambiente.”
A verdade é que há alternativas de localização para a dita
plataforma. O Vale do Coronado é que não pode ser removido para outro
lugar, e o património económico, ecológico e cultural que encerra
perder-se-á para sempre.
A agricultura não deve ser erradicada das periferias urbanas.
Persistir nesse caminho é um erro trágico, que aliás contraria o que
se vai fazendo em muitos países da União Europeia. Destruir a
paisagem rural, substitui-la por betão e asfalto, eis o que pode ser
considerado um crime contra o (nosso) futuro, mesmo que cometido em
nome do sacrossanto progresso.
Bernardino Guimarães
https://jn.sapo.pt/2007/10/30/porto/vale_coronado.html
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2. Porto: Habitações T0 a T2 são as mais procuradas na Baixa
A Baixa do Porto ainda é pouco atraente para as grandes famílias. O
mercado imobiliário despertou nos últimos dois anos, mas são os
jovens e os casais sem filhos que mais procuram habitação num
edifício reabilitado no centro da cidade. A mediadora CB Richard
Ellis Predibisa, que cessa a parceria com a Loja de Reabilitação
Urbana da Porto Vivo no final deste mês, assegura que as tipologias
mais pretendidas vão do T0 a T2.
O retrato do cliente actual da Baixa é jovem em início de carreira
e/ou pessoa com nível cultural elevado, que se interessa por residir
numa casa “com todas as comodidades” num prédio recuperado. “Ainda
não há procura de habitações com tipologias muito elevadas. A grande
procura é, actualmente, de T0 a T2. O preço médio das habitações
ronda os valores (145 mil euros) a que foram vendidos os apartamentos
da Porto Vivo na Rua das Flores”, especifica José Maria Magalhães,
responsável pela área de reabilitação da Baixa do Porto na mediadora,
sublinhando que o edifício da Papelaria Reis serve de indicador para
o mercado.
https://jn.sapo.pt/2007/10/30/porto/habitacoes_a_sao_mais_procuradas_bai.html
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3. Porto: Hotel nasce na Casa dos Ferrazes
A Casa dos Ferrazes Bravos, situada na Rua das Flores (junto ao
edifício da Santa Casa de Misericórdia do Porto), será requalificada
para albergar um hotel de charme. O edifício, que se encontra
fechado, foi vendido recentemente pela CB Richard Ellis Predibisa. É
um dos imóveis emblemáticos da cidade do Porto (tendo sido mesmo
classificado com imóvel de interesse público), que se distingue pelas
suas oito varandas de ferro e dois brasões das famílias Ferraz e
Bravo. Segundo um artigo publicado na revista O Tripeiro, este solar
é conhecido, também, por Casa dos Maias. Mas “pertenceu, antes de
entrar na posse da família Maia, à antiga, fidalga e numerosa família
dos Ferrazes”. Foram os primeiros donos. Na revista, merece destaque
a capela, existente no pátio da casa, que é “obra de Nicolau Nasoni”.
https://jn.sapo.pt/2007/10/30/porto/habitacoes_a_sao_mais_procuradas_bai.html
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4. Aveiro: Centro Cultural e Jardim Oudinot prontos em 2008
O presidente da Câmara de Ílhavo, Ribau Esteves, manifestou, ontem,
empenho total na execução do projecto “Cidade Baixo Vouga”
actualmente em discussão no âmbito da Grande Área Metropolitana de
Aveiro. E, ao projectar a segunda metade do seu mandato, destacou a
importância da abertura do Centro Cultural de Ílhavo, que acontecerá
durante o primeiro trimestre de 2008.
A inauguração do renovado Jardim Oudinot, apresentado como o maior
parque da ria de Aveiro, no Verão de 2008, é outro dos momentos que
Ribau Esteves destaca.
https://jn.sapo.pt/2007/10/30/norte/centro_cultural_e_jardim_oudinot_pro.html
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5. Vila Real: Viaduto da futura A4 – Queixa no Tribunal Europeu
O traçado definido na Declaração de Impacte Ambiental para a futura
A4, que ligará Parada de Cunhos, em Vila Real, a Quintanilha, em
Bragança, é contestado localmente por implicar a construção de um
viaduto de 2.700 metros, junto aos povoados de Folhadela e Parada de
Cunhos, e atravessar uma zona de Rede Natura. Inicialmente foi
constituída uma comissão de moradores, que incluía habitantes das
freguesias afectadas (Parada de Cunhos, Folhadela e Constantim), a
qual evoluiu agora para o movimento cívico “Cidadãos por Vila Real”,
o qual é também constituído por habitantes da cidade.
Rui Cortes, especialista da área do Ambiente e professor da
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), é um dos rostos
daquele movimento e faz duras críticas ao Estudo de Impacte Ambiental
(EIA) e à Declaração de Impacte Ambiental (DIA), aprovada em Setembro
pelo Ministério do Ambiente. Admite, em consequência, recorrer ao
Tribunal Europeu por causa de “toda a ligeireza” com que o
processo “está a ser conduzido”. Segundo Rui Cortes, o traçado
previsto vai cortar o Vale do Corgo, inserido numa “área
conservacionista de interesse europeu”.
https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=e4da3b7fbbce2345d7772b0674a318d5&subsec=&id=79318428f7178112b6a8256ef3f2e04a
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Para se desligar ou religar veja informações no rodapé da mensagem.
O arquivo desta lista desde o seu início é acessível através de
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INFORMAÇÃO SOBRE O BOLETIM INFOPNED:
Acima apresentam-se sumários ou resumos de notícias de interesse
urbanístico ou ambiental publicadas na edição electrónica do Jornal
de Notícias e d’O Primeiro de Janeiro (e ocasionalmente de outros
jornais ou fontes de informação).
Esta lista foi criada e é animada pela associação Campo Aberto, e
está aberta a todos os interessados sócios ou não sócios. O seu
âmbito específico são as questões urbanísticas e ambientais do
Noroeste, basicamente entre o Vouga e o Minho.
Selecção hoje feita por Maria Carvalho
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