Boletim PNED de 9 de Dezembro de 2007

por | Dez 9, 2007 | Boletim | 0 Comentários

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BOLETIM PORTO E NOROESTE EM DEBATE
resumo das notícias de ambiente e urbanismo em linha

Domingo, 09 de Dezembro de 2007

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Para os textos integrais das notícias consultar as ligações indicadas.

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1. Entre a rotina e o típico
Germano, Silva, Jornalista

Há sessenta anos o Porto era uma cidade intimista. Acordava-se com os apitos estrídulos das fábricas a chamar os operários para o trabalho ou com os pregões dos vendedores ambulantes a padeira, com a enorme canastra de vime à cabeça; e a leiteira, com o cântaro de folha sobre os quadris, eram as primeiras a chegar.

Quando se saía para o trabalho ao passar pelas ruas mais estreitas e aconchegadas ouvia-se, nitidamente, vindo do interior das casas, o tinir da porcelana do pequeno-almoço e até cá fora chegavam farrapos de conversas que se misturavam ao coral gárrulo dos pregões, do barulho produzido pelos rodados dos carros de bois no empedrado das calçadas, enfim, no formigueiro das gentes das fábricas, das oficinas e dos serviços

Na rua, a azáfama era infernal. Mas era aí que melhor se sentia mais íntima a palpitação humana da cidade.

Por entre o barulho ensurdecedor dos “bulldozers”, dos camartelos que, desesperadamente, fendiam a rocha do Monte da Cividade, na tentativa de abrir aquilo a que durante muitos anos se chamou a Avenida da Ponte, e que ainda hoje continua a ser um projecto adiado, a cidade estuava de vida no bulício dos negócios ou no abafado rumor dos motores das fábricas por esse tempo, muitas delas, ainda a funcionar em locais bem centrais do Porto.

Por toda a parte o pregão cantante dos vendedores ambulantes; aqui e além, suspensa do peitoril de uma janela, uma gaiola com um canário a cantar.

Um mundo de febril agitação bairrista lavadeiras da Maia e de Leça da Palmeira com as trouxas de roupa branca à cabeça a caminho da casa da freguesa; fotógrafos “à la minuta” na Cordoaria, no Jardim de Arca de Água ou na Praça da República.

Lestas costureirinhas passavam, num ritmado bailado de ancas, “de braço dado” com a caixa em que levavam a obra à “estimada cliente”.

Balanças manuais de pesar pessoas em S. Lázaro – um jardim que não podia ser atravessado “com embrulhos à cabeça”.

Gravateiros por toda a parte mas mais em evidência junto à estação de S. Bento; amoladores e guarda-soleiros às portas dos mercados do Bolhão e do Anjo; propagandistas, a que o povo, na sua intuitiva sabedoria, chamava “vendedores de banha da cobra”, no Campo dos Mártires da Pátria, junto à cadeia.

E, por todo o lado, aquele tipo de vendedor ambulante que no Verão negoceia com gelados, água- fresca ou vira-ventos; e que no Outono e no Inverno vende castanhas “quentes e boas !”

Pois tudo isto, todos estes quadros deambulatórios, que há cinquenta, sessenta anos eram rotina e enchiam de vida ruas, praças e betesgas do velho burgo, são agora considerados como coisa típica…

Na Cordoaria, em tardes soalheiras de sábado ou aos domingos e dias santos de guarda, a cena repetia-se sobre o ombro rígido da “sopeira” caía o braço do soldado. Um “clic” e já está – o retrato “à la minuta”. A écloga em formato postal.

O derriço rural. Criadas de servir, provenientes de todas as aldeias do Norte, no gozo da dispensa dominical, livres dos patrões entre o almoço e o jantar, posam com o “seu Manel”.

Por 5$00 (bons tempos esses, os do escudo, claro !) ficavam com uma recordação para toda a vida.

E, por falar em vida, havia quem ficasse uma vida inteira no mesmo sítio para cumprir escrupulosamente o mesmo ritual de todos os anos.

Nunca lhe soube o nome mas recordo-me de ela me ter dito que estava ali ( na Praça do Marquês de Pombal, em frente ao edifício do Asilo Profissional do Terço) há mais de quarenta anos, sempre com o seu inseparável “comboio” a vender castanhas assadas.

“Quando para cá vim – contou certa vez -, os bilhetes para o cinema ao ar livre no Terço eram a cinco e dez tostões.”

Um “comboio” que não era um comboio; que tinha o feitio de uma máquina mas que nem locomotiva era. Mas toda a gente o conhecia “o carrinho do Marquês”. As castanhas eram assadas na “fornalha da máquina”. Três por cinco tostões. Os mesmos que davam para ir ver uma fita ao Terço.

O “comboio” do Marquês tinha um “curriculum” de fazer inveja a muito artista daquele tempo. Esteve, certa noite, no palco do Villaret, em Lisboa, no programa ‘Zip-Zip’ e todo o país o viu através da Televisão.

Entretanto, o barulho dos motores dos automóveis e autocarros esmagou os velhos pregões “Ó de Espinho viva”, “Quentes e boas”, “Mesas de pinho, gamelas, apanhadores, banquinhos pra meninos e tábuas de lavar roupa”, “Regueifa de Valongo, quem merca…”.

Balanças de pesar pessoas, comboio de assar castanhas, lavadeiras da Maia, água fresca com limão ao copo, gravateiros com seu estendal de cores suspenso de uma correia de couro em torno do pescoço, fotógrafos “à la minuta” – curiosas formas de vida de há cinquenta, sessenta anos, a caminho da memória e do típico.

https://jn.sapo.pt/2007/12/09/porto/entre_a_rotina_tipico.html

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2. Prioridade à barragem do Tua antecipa fim da linha ferroviária

A barragem do Tua vai começar a ser construída dentro de um ano. É a primeira das 10 previstas no Plano Nacional de Barragens. A prioridade anunciada, anteontem, pelo Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, não colheu de surpresa os cinco autarcas dos concelhos abrangidos pelo empreendimento hidroeléctrico, mas o de Mirandela não poupa nas críticas pois vê mais próximo o fim da linha ferroviária do Tua.

José Silvano, edil social-democrata mirandelense, aponta que “este governo, quando quer, é eficientíssimo”. Surpreende-o que, em “quinze dias depois do período de discussão pública, tenha reunido todas as contribuições, críticas e sugestões, sem consultar os seus autores” antes de apresentar o plano definitivo de barragens. Ele próprio gostaria de ter tido eco da proposta apresentada para uma solução de navegabilidade do Tua, que permitisse que os cruzeiros do Douro pudessem “subir” a Mirandela. Porém, a prioridade dada agora à barragem do Tua não surpreende Silvano, que se tem batido contra a sua construção. Tal como não surpreendeu os homólogos de Carrazeda de Ansiães, Vila Flor, Murça e Alijó – todos favoráveis à barragem, desde que os prejudicados pela albufeira sejam devidamente compensados.

“Só os mais cépticos ou quem não a desejava é que poderia pensar que a barragem seria feita muito mais tarde”, nota o autarca “laranja” de Carrazeda, Eugénio de Castro. O edil socialista de Murça, João Teixeira, aguarda que a EDP lhe apresente, “o mais breve possível”, o estudo de impacte ambiental. Quer também que analise as propostas municipais no sentido de que as “indemnizações sejam calculadas ao metro quadrado e não ao hectare”, dado o valor dos vinhedos e olivais.

Condenada está a linha ferroviária do Tua, embora ainda não se saiba a extensão que ficará submersa. “Dentro de cinco anos deixaremos de ter a linha”, lamenta Silvano, também presidente do Metro de Mirandela. Lastima também que os homólogos dos outros quatro concelhos não estivessem ao seu lado na defesa da linha. “Este erro que hoje cometemos vamos pagá-lo milenarmente. Os vindouros não nos hão-de perdoar a destruição do vale do Tua”.

https://jn.sapo.pt/2007/12/09/norte/prioridade_a_barragem_tua_antecipa_d.html

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3. Principais acessos ao Porto e a Gaia já estão saturados

https://jn.sapo.pt/2007/12/09/porto/a28_e_batem_recordes.html

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4. Internacional
Milhares de manifestantes nas ruas da Alemanha
Juntos pela protecção do clima

Cerca de 10 mil pessoas manifestaram-se na Alemanha a favor da protecção do clima, e dezenas de organizações ambientalistas pediram à população que desligasse as luzes durante a noite por cinco minutos.
Só em Berlim saíram ontem à rua cerca de cinco mil pessoas, e em Munique, Freiburgo, Mainz, Hannover, Nuremberga e Saarbruecken centenas de pessoas participaram também em manifestações para alertar contra os riscos do aquecimento global do planeta, disse um porta-voz do
Greenpeace. Em Neurath, perto de Dusseldorf, cerca de três mil manifestantes protestaram contra a construção de uma central eléctrica movida a carvão, devido à elevada quantidade de emissões de dióxido de carbono assim necessárias para a produção de energia. As manifestações foram convocadas no Dia da Protecção do Clima por uma aliança de mais de 80 organizações ambientalistas, de ajuda ao desenvolvimento, de consumidores e também por igrejas.

https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=b6d767d2f8ed5d21a44b0e5886680cb9&subsec=&id=a7d6e216455d23564d875a1bfc375853

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Para se desligar ou religar veja informações no rodapé da mensagem.

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INFORMAÇÃO SOBRE O BOLETIM INFOPNED:

Acima apresentam-se sumários ou resumos de notícias de interesse
urbanístico ou ambiental publicadas na edição electrónica do Jornal de
Notícias e d’O Primeiro de Janeiro (e ocasionalmente de outros jornais
ou fontes de informação).

Esta lista foi criada e é animada pela associação Campo Aberto, e está
aberta a todos os interessados sócios ou não sócios. O seu âmbito
específico são as questões urbanísticas e ambientais do Noroeste,
basicamente entre o Vouga e o Minho.

Para mais informações e adesão à associação Campo Aberto:

Campo Aberto – associação de defesa do ambiente
Apartado 5052
4018-001 Porto
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Selecção hoje feita por Cristiane Carvalho

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