(Para qualquer problema com esta lista, seguir por favor as instruções do
rodapé desta mensagem.)
Destaque: Dormir no carro à espera que abram as aulas ou o emprego, sintoma
do drama periurbano, sintoma do desregulamento da cidade e do seu modo de
habitar, trabalhar, viver. Os transportes públicos não são opção, o que
convém como uma luva a tudo o que vive do transporte privado, desde as
grandes petrolíferas às construtoras de automóveis, passando por toda a
longa cadeia de intermediários e sucedâneos. Em boa verdade, por melhores
que em teoria fossem os transportes públicos, eles nunca nos poderiam levar
à porta de casa ou à tabacaria da esquina. Assim, será talvez preciso
esperar que as cidades estejam quase bloqueadas para finalmente se pensar
numa rede de transportes públicos que seja pelo menos alternativa para quem
contabilize os custos, financeiros e fisiológicos, de andar sempre de
automóvel e nunca o largar a não ser para tomar banho. Ou talvez não. Como
vai o plano de mobilidade para o Porto, por falar nisso?
Seguem-se os resumos de notícias de interesse urbanístico/ambiental
publicadas na edição electrónica do JN em 28 de Janeiro de
2003. A selecção é da responsabilidade da associação Campo Aberto. Para os
textos integrais consultar as referidas páginas ou a
respectiva edição em papel.
PNED = Porto e Noroeste em Debate
Terça-feira, 28 de Janeiro de 2003
2,5 milhões de euros para a recuperação de imóveis
A Câmara do Porto tem 2,5 milhões de euros disponíveis para recuperações de
prédios no âmbito do Programa Recria. Com essa verba a autarquia prevê
conseguir fazer a recuperação de cerca de um milhar de imóveis da cidade,
estando actualmente na Câmara dezenas de pedidos de informação.
A1 não tem alternativas
Nem os transportes públicos são opção
Natacha Palma
Vasco Neves frequenta o quinto ano da Faculdade de Ciências do Desporto e
Educação Física do Porto. Durante quatro anos, levantou-se todos os dias
cerca das seis horas da manhã, indo dormir a última hora de sono, entre as
sete e as oito, dentro do carro, frente à faculdade. Tudo para fugir a uma
hora de trânsito infernal entre Arcozelo (Gaia), onde vive, e o Porto. “Se
me atrasava cinco minutos, tinha de enfrentar filas e filas. Os transportes
públicos nunca foram opção. Os horários não eram compatíveis e era obrigado
a apanhar uma camioneta, um comboio e um autocarro”, conta.
Aeroporto está atrasado e o tráfego a diminuir
Denúncia feita em Pedras Rubras por parlamentares socialistas
alice rios
A perda de influência do Aeroporto do Porto resume todas as preocupações
assumidas por um grupo de deputados socialistas que ontem visitou as obras
da nova aerogare, projectadas para constituirem uma mais-valia para o Euro
2004, mas que, neste momento, registam já um atraso de ano e meio, sendo que
a empreitada maior ainda nem sequer foi adjudicada. “Isto significa que,
durante o Euro 2004, vai ter de ser feito um grande esforço para minimizar
os inconvenientes para os passageiros, que vão ser em grande número”, disse
Fernando Gomes, lembrando que os estádios de Braga, Guimarães, F.C.
Derrapagem nos prazos e nos custos
No início do passado mês de Novembro, Zew Blaufuks, porta voz da ANA
Aeroportos de Portugal, S.A., estimava o atraso das obras em um ano
(apontando a sua conclusão para 2005) e em 10% o acréscimo de custos
(apontando para uma factura final da ordem dos 271 milhões de euros) .
Ontem, o arquitecto responsável pelo projecto, João Leal, assumiu que atraso
é de ano e meio e que o agravamento dos custos é, neste momento, de 18%,
enquanto o director do aeroporto, Fernando Vieira, referiu que a obra vai
custar 300 milhões de euros. Prazos para a conclusão da obra, ninguém
arrisca.
Radares na VCI travam aceleras
Rui Rio diz que no primeiro dia houve uma redução de 94% no número de
infractores
Os condutores começaram a abrandar na Via de Cintura Interna (VCI), desde as
zero horas de anteontem. O número de infractores desceu 94% desde que passou
a funcionar o sistema de controlo de velocidade .
REFER diz não ter dinheiro para enterrar a linha férrea
José Mota não aceita e relembra compromissos
Natacha Palma
Está o caldo entornado entre a Câmara de Espinho e a REFER no que toca ao
projecto de enterramento da linha férrea no centro daquela cidade. A Rede
Ferroviária Nacional (REFER) considera que a obra deixou de constituir um
investimento justificável, já que, por não prever a alteração da velocidade
máxima, “pouco benefício resultará para o transporte ferroviário e seus
clientes”.
Ribeira da Granja na mira imobiliária
Pedida protecção de troços não entubados
A Associação Campo Aberto está contra as “fortes intenções imobiliárias e
rodoviárias” que ameaçam alguns dos poucos troços não entubados da ribeira
da Granja, no Porto.
Rua desimpedida
Atendido pedido dos moradores
Os moradores do Bairro da Previdência, em Ramalde (Porto), já vão poder
utilizar a Rua de Rocha Peixoto. Na sequência dos protestos contra o
encerramento da artéria, que aconteceu no âmbito da construção da via
paralela à Avenida da Boavista, o presidente da Junta, Manuel Maio, reuniu
com responsáveis da GOP (Gestão de Obras Públicas), na passada sexta-feira,
sendo encontrada uma solução.
melgaço :
Reforço de alianças pelo património
Vila une-se a municípios com zona histórica
Melgaço passou a fazer parte da Associação Portuguesa de Municípios com
Centro Histórico. Este agrupamento, com 113 câmaras associadas, tem por
objectivo congregar esforços a nível governamental e administrativo para a
defesa, valorização e revitalização dos núcleos urbanos históricos.
E em Melgaço não faltam valores patrimoniais, espartilhados pela antiga
cerca defensiva, onde no ponto mais alto se ergue o castelo. “Bastará
percorrer as ruas no antigo sentido das portas, parar e entrar na antiga
Câmara, que foi cadeia e hoje é o centro
de promoção do vinho Alvarinho, admirar as casas de portas e janelas de
arestas chanfradas, à boa maneira manuelina, para se avaliar, quão
senhorial, rico e fidalgo é o centro histórico de Melgaço”, pode ler-se numa
nota da Câmara Municipal.
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