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BOLETIM PORTO E NOROESTE EM DEBATE
resumo das notícias de ambiente e urbanismo em linha
Segunda-feira, 26 de Maio de 2008
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Para os textos integrais das notícias consultar as ligações indicadas.
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1. Crónica: Desigualdade & hipocrisia, SA
Governado há três décadas por partidos com “social” no nome (Partido
Socialista, Partido Social-Democrata, Centro Democrático e Social),
Portugal é o país da UE onde é? maior a desigualdade social. O actual
governo socialista desmentiu apressadamente a constatação, divulgada
pela Comissão Europeia. Que não, que isso foi em 2004; porque, em
2006, a Letónia bateu o vergonhoso recorde e já é uma sociedade ainda
mais desigual que a portuguesa? É neste quadro, em que não há ainda
mais pobres porque os impostos servem para subsidiar muitas famílias,
que o presidente da GALP deita para os impostos a culpa de os
portugueses pagarem os combustíveis tão caros. Ferreira de Oliveira
conta que sejamos também os mais estúpidos da Europa e ignoremos que,
antes dos impostos, Portugal já tem combustíveis muito mais caros que
a média europeia (0,628 euros contra 0,601 no gasóleo e 0,545 contra
0,524 na gasolina). O que, acrescentado ao facto de a GALP e mais
petrolíferas pagarem, em Portugal, salários 50% inferiores à média da
UE (11 euros/hora contra 25,1 na UE a 15 e 20,4 na UE a 27), explica
os seus escandalosos lucros (1,2 milhões de euros/dia só a GALP). Não
somos apenas o país da Europa onde a desigualdade é maior, somos
ainda aquele onde é maior a hipocrisia.
Manuel António Pina
https://jn.sapo.pt/2008/05/26/ultima/desigualdade_hipocrisia_sa.html
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2. Opinião: O primeiro dos últimos
Aprendi com Serafim Ferreira, quando o acompanhei numa das “Voltas a
Portugal”, que a história das etapas – a bem dizer da própria corrida
em si – era a história do primeiro. E o segundo? O segundo, disse-me
ele, era o primeiro dos últimos…
Lembrei-me há dias deste pequeno episódio ocorrido em 1972
ao “telever” a entrevista que António Mega Ferreira, presidente da
Fundação do Centro Cultural de Belém, concedeu ao Público/Renascença,
exibida no RT2.
Raquel Abecassis, acolitada por José Manuel Fernandes, disse que os
de fora de Lisboa criticam a concentração de investimentos na
capital. E perguntou “Têm razão?” Ele respondeu: “Não, os países têm
de assumir que há uma cidade que é capital, o que é sobretudo duro
para a segunda cidade…”. E então a Raquel, gesticulando, dando a
entender que ele até puxava das pistolas, considerou: “Pois é, mas
Rui Rio contesta essa ideia…”. E então o Mega Ferreira, com ar
compungido, explanou a sua “filosófica” tirada: “Há custos de
capitalidade que derivam não só da dimensão de uma metrópole, onde
vive mais de um quarto da população, como também das actividades que
aí se concentram”. E rematou contundente: “Isto implica investimentos
de outra dimensão, pelo que é demagogia criticá-los quando visam
resolver problemas de qualidade de vida que são mais graves em Lisboa
do que noutras cidades do país.”
Custos de capitalidade, disse o Mega Ferreira? Pois ele não saberá
que a própria União Europeia, através do seu Comité das Regiões, tem
políticas que visam atenuar, além dos custos da capitalidade, os
custos da interioridade – o INTERREG, por exemplo – os custos da
litoralidade e, por último, os custos da periferia de que sofrem os
Açores, a Madeira e as Canárias ? Não saberá Mega Ferreira que,
precisamente para atenuar os problemas com que se debatem as cidades
do Velho Continente, lançou, recentemente, políticas e financiamentos
capazes de contrabalançar precisamente o jacobinismo de que enfermam
as capitais dos seus países integrantes ?
Assiste-se entre nós a um espectáculo interessante. Porventura os
lisboetas acharão muito bem que para levar o TGV ao novo Aeroporto,
em Alcochete, se construa a nova ponte Chelas-Barreiro que vai custar
um balúrdio. Mas incomodam-se quando os tripeiros – os primeiros dos
últimos – achem, por seu turno, muito mal que depois de se construir
a ligação TGV em traçado totalmente novo, chegado o mesmo a Vila Nova
de Gaia se pense meter aquele novíssimo meio de transporte na Ponte
de S. João e se adapte Campanhã para a sua recepção. Tudo isto porque
Mário Lino, o todo-poderoso ministro das Obras Públicas, acolitado
por José Sócrates, acha muito caro erguer uma nova ponte a montante
da Arrábida e edificar uma nova estação o mais perto possível do
Aeroporto do Porto. O TGV, por razões económicas, em Campanhã ? Não
será o mesmo que meter o Rossio na Betesga ?
Razão tem, pois, Rui Rio – mesmo sem puxar das pistolas de Raquel
Abecassis – de chamar permanentemente a atenção para a gritante
disparidades entre os investimentos que o governo se prepara para
apadrinhar na capital e os que se prevêem para o resto do país.
Milhões para a ponte Chelas-Barreiro, para o Aeroporto em Alcochete,
para a renovação/revitalização da orla ribeirinha do Tejo entre o
Terreiro do Paço e Belém? Pois sim senhor, que o façam. Em última
análise, todos estes equipamentos e melhorias também são nossos
porque pagos com os nossos impostos. Mas não seria bom que desses
muitos milhões “escorressem” algumas centenas para o Norte? Por
exemplo, para o Metro do Porto, que nem ata nem desata? Continuávamos
a ser os primeiros dos últimos mas, vá lá, tínhamos a possibilidade
de levar aquele transporte até Rio Tinto…
Jorge Vilas
https://jn.sapo.pt/2008/05/26/porto/o_primeiro_ultimos.html
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3. Gaia: Nova inauguração no Metro
O novo troço da Linha Amarela do Metro do Porto e a nova Estação D.
João II, em Vila Nova de Gaia, são amanhã inaugurados numa cerimónia
que contará com as presenças do ministro das Obras Públicas,
Transportes e Comunicações, Mário Lino, e da secretária de Estado dos
Transportes, Ana Paula Vitorino.
“Com o alargamento da rede do Metro em Gaia, a Linha Amarela passa a
ter uma extensão total superior a 8 quilómetros e reforça o seu papel
de principal eixo Norte-Sul no sistema de transportes públicos da
Área Metropolitana”, refere a empresa, sustentando que “o tempo de
percurso total entre o Hospital de S. João e D. João II é de 23
minutos, um valor claramente imbatível, nesta ligação, face a
qualquer outro modo de transporte”.
A Metro informa ainda que à semelhança do que já sucede com a Estação
João de Deus, a nova D. João II é uma estação de cais central, no
eixo da vida, sendo que, nesta fase, “todos os serviços terão chegada
e partida na via poente do cais”, porque “a implementação da via
nascente será executada no âmbito do prolongamento da Linha Amarela
ainda mais a Sul, até à Estação de Santo Ovídio – projecto cujo
concurso será lançado em breve”.
A Metro garante ainda que a Estação está devidamente apetrechada para
receber “do melhor modo” os clientes. Assim, existem quatro máquinas
de venda e carregamento de títulos e 10 validadores, além de todos os
sistemas de informação ao público como os que existem nas outras
estações. É também adiantado que dentro em breve será construído um
abrigo urbano.
Em termos dos custos para os clientes, a empresa refere que não há
alterações, ou seja, nas deslocações desde qualquer ponto da zona S8
ou da zona C1 até D. João II bastará validar um título de viagem Z2
que custa 90 cêntimos. Também para os clientes de assinatura que
passem a usar a nova estação não haverá custos acrescidos. Refira-se,
ainda assim, que estes preços contrastam claramente com os praticados
no Metropolitano de Lisboa, bastante mais baratos e com maior alcance
dentro da rede.
https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=eccbc87e4b5ce2fe28308fd9f2a7baf3&subsec=&id=b3053322002a90ed02f64902588027cd
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4. Porto: Barreiras na VCI adiadas
A colocação de barreiras acústicas na Via de Cintura Interna no Porto
continua adiada por tempo indeterminado. É a conclusão da direcção da
organização da Cidade do Porto do PCP que ontem reuniu com os
jornalistas na Cidade Cooperativa da Prelada.
A critica dos comunistas surge na sequência de uma série de perguntas
do grupo parlamentar do PCP na Assembleia da República ao Ministério
das Obras Públicas, sobre as barreiras acústicas. Os deputados
pretendiam saber quando vão ser instaladas e em que zonas. A resposta
do gabinete de Mário Lino diz apenas que a VCI “integra a concessão
Douro Litoral para efeitos de exploração e manutenção, por um período
de cinco anos” e que “o estudo relativo à instalação de barreiras
acústicas, cuja implantação se verificará em todos os locais em que o
Regulamento Geral do Ruído assim o determine, encontra-se a decorrer,
prevendo-se a sua conclusão no final do trimestre em curso”.
Segundo um estudo de 2004 referenciado pelo PCP, a VCI representa um
volume de tráfego diário de cerca de 142 mil veículos, 118 mil no
período diurno e 24 mil no período nocturno. A via com perfil de auto-
estrada atravessa importantes núcleos habitacionais como a Prelada, o
Foco, o bairro do Regado, Bessa Leite, Antas, e equipamentos públicos
como o Hospital da Prelada e a EB 2,3 de Maria Lamas.
https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=eccbc87e4b5ce2fe28308fd9f2a7baf3&subsec=&id=62b0ad3d195b4b7eda984dc165dad52f
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Para se desligar ou religar veja informações no rodapé da mensagem.
O arquivo desta lista desde o seu início é acessível através de
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Se quiser consultar os boletins atrasados veja
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INFORMAÇÃO SOBRE O BOLETIM INFOPNED:
Acima apresentam-se sumários ou resumos de notícias de interesse
urbanístico ou ambiental publicadas na edição electrónica do Jornal
de Notícias, do Público e d’O Primeiro de Janeiro (e ocasionalmente
de outros jornais ou fontes de informação).
Esta lista foi criada e é animada pela associação Campo Aberto, e
está aberta a todos os interessados sócios ou não sócios. O seu
âmbito específico são as questões urbanísticas e ambientais do
Noroeste, basicamente entre o Vouga e o Minho.
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Selecção hoje feita por Maria Carvalho
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