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BOLETIM PORTO E NOROESTE EM DEBATE
resumo das notícias de ambiente e urbanismo em linha
Quinta-feira, 29 de Maio de 2008
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Para os textos integrais das notícias consultar as ligações indicadas.
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1. Qualidade do ar disponível online
A previsão da qualidade do ar para o dia seguinte vai permitir “alertar preventivamente” sobre a concentração de poluentes na atmosfera e a adopção de “comportamentos adequados” pela população e grupos de risco (crianças, idosos e doentes respiratórios).
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) apresentou, em Lisboa, o novo instrumento de Previsão do Índice da Qualidade do Ar, que vai permitir que os portugueses conheçam antecipadamente o estado do ar que se respira nos distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Faro, Lisboa, Porto e Setúbal. A previsão “será disponibilizada às 18 horas de cada dia da semana e às 20 horas nos fins-de-semana e feriados”, explicou Filomena Boavida, da APA.
A informação será fornecida gratuitamente aos meios de comunicação social e autoridades interessadas via e-mail, no portal da Agência Portuguesa do Ambiente e em http//www.prevqualar.org/jsp/pt/previsao_cidades.jsp, em tempo útil e tendo em vista a sua difusão.
A Previsão do Índice da Qualidade do Ar – que qualifica a qualidade do ar em cinco classes Muito Bom, Bom, Médio, Fraco e Mau – é determinada para cada zona ou aglomeração em Portugal e assenta numa previsão com recurso a modelos desenvolvidos para cada poluente em cada das 73 estações fixas de medição do ar no país.
O subdirector-geral da Saúde louvou a iniciativa, uma vez que “não é depois de estar a respirar um ar com excesso de poluentes que se vai conseguir prevenir a população ou transmitir recomendações, como acontecia até agora”.
José Robalo lamenta, contudo que a informação sobre a previsão do estado do ar “só esteja disponível às 18 horas” de cada dia de semana, alegando que uma disponibilização mais célere “permitiria uma melhor e maior divulgação” dos alertas e recomendações.
https://jn.sapo.pt/2008/05/29/sociedade_e_vida/qualidade_ar_disponivel_online.html
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2. Lixo e malcriadice
Hélder Pacheco, Professor e escritor
Um portuense da Foz do Douro, antigo e excelente jornalista, escreveu-me uma carta como só alguém com entranhado amor ao Burgo pode fazê-lo (ou ter legitimidade para o fazer). Nela, apontava um sem-número de “comentadores” e autores de escritos sobre o Porto (entre os quais me incluía), dizendo que “para eles a cidade é sempre uma maravilha e os portuenses, de nascimento ou de residência, só têm qualidades”. E acrescentava “acho que não é assim”, explicando “não referem dois importantes assuntos: o do lixo e o do palavrão na cidade!” Salientava que “o Porto é das cidades mais porcas de Portugal e os palavrões, embora se ouçam noutros locais do país, aqui são “vírgulas, pontos finais e fazem parte da pontuação com que os malcriados dos portuenses falam!!!”” Mas não deixava de reafirmar que o Porto “é uma cidade bem invulgar e bonita!”
Estas palavras acertam em duas questões que, de há muito, afectam a personalidade social e a dignidade cívica do Burgo. Não há cidades perfeitas e o Porto, berço da liberdade, paladino da emancipação política da sociedade portuguesa e sustentáculo da rebeldia popular nas crises nacionais, debate-se com as suas contradições. As apontadas são evidentes, mas acrescentaria uma terceira a pobreza que, há mais de um século, envolve parte considerável da população. E uma quarta: a deficiente e insustentável situação das condições de habitação que, em inúmeros locais, pouco mudaram desde o século XIX.
A obscenidade faz parte de um processo corrosivo do convívio civilizado numa sociedade democrática. Um país que se habituou a nivelar por baixo e a achar natural a boçalidade suína e a estupidez dos comportamentos não pode ir longe no concerto da Europa. A obscenidade está instalada, porque pouco se faz para a contrariar como patologia social. De uma Escola (refiro-me à instituição e não ao esforço de inúmeros professores que ainda não abdicaram disso) que há muito deixou de defender valores e promover a consciência da cidadania centrada no equilíbrio entre direitos e deveres, pouco há a esperar. De famílias que, além de, em grande número, terem deixado de o ser e, quando o são, pouco se preocupam com banalidades como as formas de linguagem reles utilizada como coisa normal por quantidade significativa de jovens, também pouco há a esperar.
Assim, não espanta que, onde calha, nos transportes, nos recreios, nas ruas, expressões que fariam corar os antigos carroceiros e – espanto dos espantos! – até abundantemente utilizadas por raparigas, sejam coisa comum. Mas não só os jovens. A obscenidade dita por adultos de todas as idades campeia por aí. Nem certos idosos – não já bibliotecas vivas mas inutilidades mortas – escapam à vulgarização da malcriadez. Muitos (e muitas) já não se apercebem de que bolsam, boca fora, os sinais evidentes do nível de civismo a que chegou uma sociedade para a qual shoppingues, automóveis, emails, internetes, capitais culturais não chegam para disfarçar os obscurantismos larvares de que o lixo no chão, o palavrão e o insulto soez, os energúmenos borradores de paredes e monumentos e os psicopatas do volante constituem produtos acabados do mesmo ciclo chamado perversão da democracia.
Razão tinha Claudiano quando, há 2000 anos, escreveu “Vive-se melhor na mediocridade”. De facto, não podem transformar-se as mentalidades, com a Escola e as televisões que temos, juntos com os exemplos vindos de todos os lados no sentido de mediocrizar gerações cujo ADN continua contaminado por 300 anos de Inquisição e 50 de Censura, informadores e polícia política. Em todo o caso, se a obscenidade é, pelo andar do laxismo e do relativismo que tomou conta do nosso quotidiano, difícil de erradicar, talvez a porcaria fosse eliminável. Não deixa de ser irónico e prova provada das suas contradições que a mesma cidade que detém o aeroporto mais limpo do mundo continue a aceitar níveis de lixo urbano (como há dias vi na Viela do Anjo, transformada em lixeira) indignos da sua beleza e do seu carácter (e não digo da sua História, porque a história da limpeza do Burgo, desde a Idade Média, é longa sucessão de porcaria, enxovalho e falta daquilo que os ingleses consideravam respectability. E quem tiver dúvidas disso leia o “Relatório apresentado à Comissão Municipal de Saneamento” sobre o “Saneamento do Porto”, em 1888, pelo Dr. Ricardo Jorge. Ficará elucidado.)
Concordando com as críticas do correspondente, direi que o orgulho de sermos portuenses não passa por pactuar com os predadores do respeito pelos outros e, ainda menos, com os conspurcadores da nossa vida colectiva (como os que deixam os cães dejectar infamemente em certos passeios do Burgo).
https://jn.sapo.pt/2008/05/29/porto/lixo_e_malcriadice.html
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3.Mais 2,3 milhões a pensar nos tram-train
A Empresa do Metro vai investir mais 2,3 milhões de euros para pôr a circular as novas viaturas tram-train em Setembro deste ano. Os primeiros veículos mais rápidos e com maior número de lugares servirão, prioritariamente, a Linha Vermelha (B) que liga o Porto a Vila do Conde e à Póvoa de Varzim. Mas quase toda a rede ficará preparada para recebê-los.
https://jn.sapo.pt/2008/05/29/porto/mais_23_milhoes_a_pensar_tramtrain.html
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4. Túnel do Marão adjudicado sábado
A cerimónia de assinatura da adjudicação da Concessão do Túnel do Marão, que vai ligar Amarante a Vila Real, ao consórcio liderado pela Somague realiza-se sábado, em Amarante.
No lanço Padronelo-Campeã está prevista a construção de um túnel, com 6,7 quilómetros, que, segundo a Estradas de Portugal, será o maior túnel de Portugal.
A futura auto-estrada vai rasgar a serra do Marão, atravessando os concelhos de Amarante, Baião, Peso da Régua e Vila Real. Trata-se de uma obra com início no final da A4, em Amarante, que irá ligar ao actual IP4 em Parada de Cunhos, nas proximidades de Vila Real. A construção desta auto-estrada é reivindicada localmente há muitos anos, para servir de alternativa ao IP4, onde, desde que abriu em toda a sua extensão em 1993, já perderam a vida cerca de 250 pessoas.
https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?op=artigo&sec=11c484ea9305ea4c7bb6b2e6d570d466&subsec=&id=ee6804fdbf8a8c3adf4f12d815db2b54
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5.Metro até à Trofa será em via única
A linha do metro entre o ISMAI (Maia) e a Trofa deverá ser construída em via simples. O JN apurou que o Governo se inclina para essa opção, reservando um canal para que, no futuro, possa ser executada a segunda via. Se tal suceder, fará aumentar o tempo de deslocação até à Paradela, tornando a ligação mais demorada e menos atractiva para a população (que ficou sem comboio há vários anos). A obra será, no entanto, mais barata. Em Outubro de 2007, a Metro lançou um concurso para a elaboração do projecto de execução que contemplava as duas possibilidades.
https://jn.sapo.pt/2008/05/29/porto/metro_a_trofa_sera_via_unica.html
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6.Canil demolido só depois de vazio
A Câmara Municipal da Maia adiou o prazo para o encerramento do canil improvisado no Monte Penedo, em Milheirós, que serve de abrigo a cerca de duas dezenas de cães. Rosalina Santos, que com a filha Carla trata dos animais, comprometeram-se a arranjar um terreno alternativo para a construção de um canil com todas as condições, que deverá ser gerido por uma futura associação.
O entendimento foi firmado, ontem, numa reunião entre a Câmara da Maia e Rosalina Santos, responsável pelo canil de Monte Penedo, que funciona há cerca de dois anos sem licença.
Alegando que o canil não tinha as mínimas condições (desde logo, não tem água), que motivava inúmeras queixas e que se encontrava num terreno de zona florestal (logo, impossível de licenciar), a Câmara tinha determinado o encerramento do equipamento até ao final deste mês.
Uma decisão que revoltou Rosalina, Sandra e outras pessoas que ajudam os cães, temendo pela vida dos animais, até porque o actual canil municipal não tem condições de acolhimento. Chegou ser colocada a hipótese de um abaixo-assinado contra a decisão da Câmara da Maia.
Ontem, chegou-se a uma solução de consenso. O canil ilegal sai de Monte Penedo e muda-se para outro terreno no concelho da Maia, onde será implantado com todas as condições e devidamente licenciado.
Compromissos
A Câmara assumiu o compromisso de ajudar na tramitação burocrática do processo e na execução das infra-estruturas. Mas sublinha que o canil deverá ser gerido por uma associação. Uma entidade que “apoie, dinamize, e ajude no financiamento e manutenção de um espaço para os animais, ajudando simultaneamente a D. Rosalina, que não consegue financeiramente, sozinha, fazer face a tantas despesas”, sustenta a Autarquia, em comunicado. Por outro lado, o novo canil também não deverá acolher apenas os cães de Rosalina Santos, devendo ter maior capacidade. Coloca-se a hipótese de poder acolher até 40 cães.
Carla Santos referiu, ao JN, que a criação de uma associação já é uma ambição com algum tempo. “A ideia é que os sócios sejam padrinhos de um animal sendo responsáveis por tudo que lhe diga respeito”, explicou, fazendo notar que o principal objectivo, por agora, é encontrar um terreno para o novo canil.
Com uma solução que salvaguarda a vida dos animais, mãe e filha ficam mais aliviadas. “Andávamos com uma pilha de nervos”, confessou Carla.
Bragança Fernandes, presidente da Câmara da Maia, reiterou que o canil ilegal só será desmantelado quando estiver vazio. Aliás, sublinhou o autarca, alguns deles começaram já a ser adoptados.
https://jn.sapo.pt/2008/05/29/porto/canil_demolido_depois_vazio.html
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7.Lixo transformado em jóias
Uma loja de bijutaria feita com produtos reciclados, inaugurada ontem, em Ermesinde, tornou-se no primeiro projecto encetado dos 18 financiados pela iniciativa Criar, da Lipor. “Foi um sonho tornado realidade. Todos os materiais, feitos por mim e reciclados, só estão aqui expostos graças ao financiamento da Lipor e ao microcrédito”, contou a dona do estabelecimento, Eugénia Teixeira. O facto de ser tudo feito com materiais usados prende-se com a necessidade de economizar. “Assim poupo e faço coisas originais”, referiu. Colares, pulseiras e t-shirts bordadas compunham a loja, onde até os expositores foram feitos pela própria.
Empreendedorismo e viabilidade foram as principais características necessárias para a aprovação da ideia. “Pedimos uma apresentação simples e uma estimativa dos custos”, afirmou Elsa Teixeira, da Lipor.
Para além da “Únicos bijutaria”, mais lojas serão inauguradas, a maioria ligada à transformação. Artesanato, um minimercado de produtos biológicos, design e publicidade e comercialização de sucata estão entre os aprovados pela Lipor que iniciou o projecto Criar em Setembro do ano passado. “A Lipor também tem preocupações sociais. Portugal precisa de pessoas com iniciativa e vontade de arriscar. Com esta ajuda, podem concretizar o seu sonho”, disse o presidente, Macedo Vieira, presente na inauguração da loja.
A iniciativa, criada no âmbito das comemorações dos 25 anos da empresa, possibilitou aos novos empresários a participação em acções de formação ligadas ao Marketing, Contabilidade, Gestão e Direito. “O nosso apoio direccionou-se sobretudo para essa parte”, contou Elsa Teixeira. O uso do financiamento-base do microcrédito ficou ao critério de cada um.
Apesar do risco, “as expectativas são boas”, afiançou Eugénia Teixeira. “Já várias pessoas conhecem os meus produtos. Agora é uma questão de seguir em frente”, assegurou.
https://jn.sapo.pt/2008/05/29/porto/lixo_transformado_joias.html
Todos os gostos
https://jn.sapo.pt/2008/05/29/porto/todos_gostos.html
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8.Espaço T abre clube em parceria com Unesco
O Espaço T – Associação para o Apoio à Integração Social e Comunitária lançou, ontem, o seu Clube Unesco, em parceria com a comissão que representa, em Portugal, esta agência especializada das Nações Unidas.
Integração social, ambiente, cidadania e preservação do património são alguns temas a explorar neste centro, que é o terceiro na cidade do Porto e o sexto no país. Dentro de dois anos, outro poderá juntar-se à lista, altura em que o Espaço T prevê abrir uma filial em Lisboa.
O protocolo de cooperação foi celebrado no espaço da associação inaugurado faz hoje um mês, na Rua do Vilar, próximo do Palácio de Cristal.
https://jn.sapo.pt/2008/05/29/porto/espaco_t_abre_clube_parceria_unesco.html
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9.Autocarros da MoveAveiro param por falta de peças
Cerca de duas dezenas de autocarros da Empresa Municipal de Mobilidade MoveAveiro – quase metade de uma frota de 48 viaturas – estão parados por falta de peças de substituição.
https://jn.sapo.pt/2008/05/29/norte/autocarros_move_aveiro_param_falta_p.html
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Para se desligar ou religar veja informações no rodapé da mensagem.
O arquivo desta lista desde o seu início é acessível através de
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Se quiser consultar os boletins atrasados veja
https://campoaberto.pt/boletimPNED/
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INFORMAÇÃO SOBRE O BOLETIM INFOPNED:
Acima apresentam-se sumários ou resumos de notícias de interesse
urbanístico ou ambiental publicadas na edição electrónica do Jornal de
Notícias e d’O Primeiro de Janeiro (e ocasionalmente de outros jornais
ou fontes de informação).
Esta lista foi criada e é animada pela associação Campo Aberto, e está
aberta a todos os interessados sócios ou não sócios. O seu âmbito
específico são as questões urbanísticas e ambientais do Noroeste,
basicamente entre o Vouga e o Minho.
Para mais informações e adesão à associação Campo Aberto:
Campo Aberto – associação de defesa do ambiente
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Selecção hoje feita por Cristiane Carvalho
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