É, entre os lugares-comuns da vida e da ficção, um dos que mais facilmente desentope as vias lacrimais: a prenda amorosamente escolhida que nunca é entregue ao destinatário. É um sentimento agridoce, a nostalgia irremediável do que podia ter sido e nunca há-de ser. Que tem o diospireiro (Diospyros kaki) a ver com isto? Vamos por partes. Como se sabe, a Árvore de Natal e o Pai Natal são entre nós uma tradição espúria, importação anglo-saxónica que quase obliterou o Menino Jesus no seu Presépio. Mas, tirando o corte descontrolado de algumas coníferas a que felizmente se vai pondo freio, não há nada de intrinsecamente ruim na ideia da Árvore de Natal; a sua aplicação prática é que tem ampla margem para melhoria. (…)»
As crónicas coligidas neste livro apareceram originalmente no blogue Dias com Árvores. Nelas se fala de árvores, citadinas ou não; de cidades, com ou sem árvores; de jardins e de espaços naturais. São três as cidades eleitas: o Porto, onde o autor se formou e onde vive; Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, a mais bonita das cidades portuguesas; e Londres, onde o autor dá livre curso à sua anglofilia a pretexto de jardins, parques e cemitérios. Há ainda incursões por vários outros lugares do nosso país, da ria de Aveiro ao Minho e a Trás-os-Montes, e considerações judiciosas sobre a árvore de Natal, sobre a cromofobia (doença para a qual o autor foi o primeiro a alertar o público), sobre painéis publicitários nas estradas, e sobre pesca à linha. Tudo isto em 83 crónicas e mais de 150 fotos – mostrando, cada uma a seu modo, que Viver é Preciso.
A Árvore de Natal do Senhor Ministro – Crónicas Arborescentes
Edições Afrontamento / Colecção Viver é Preciso – n.º 22
ISBN 9789723610123
Data de publicação: Maio de 2009
Número de páginas: 208
Preço: 16,2 euros
Críticas publicadas na imprensa:
- Notícias Sábado
- Revista Ler
Veja ainda a apresentação pública de Paulo Araújo sobre o seu livro realizada na sede da Campo Aberto.
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