Publicado no Jornal de Notícias, por Reis Pinto, 1-out
O Porto irá demorar 20 anos para conseguir reduzir o ruído urbano. Rui Calejo Rodrigues, especialista em acústica, afirmou que a cidade apenas tem três ou quatro vias geradoras de alguma poluição, e muitos locais onde o silêncio impera.
O panorama “sonoro” do concelho, de acordo com Rui Calejo (especialista em Engenharia Acústica e docente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), não se pode considerar preocupante, sendo certo que a maior fonte poluidora ainda é a Via de Cintura Interna (VCI), por onde passam mais de 130 mil veículos por dia. Ainda assim, em 10 anos, já se conseguiu diminuir significativamente o ruído.
“Há quatro grandes fontes poluidoras numa cidade. Os aviões, o caminho-de-ferro, a actividade industrial e o trânsito automóvel. No Porto, as três primeiras não têm significado. No que diz respeito ao trânsito, os níveis são piores que nas cidades que já têm experiência na área do ruído urbano, mas não estamos muito mal”, afirmou o docente, que falava no primeiro de um ciclo de debates promovidos pela “Campo Aberto”, uma associação de defesa do ambiente.
“Em Portugal, estamos a começar, mas boa parte dos países da União Europeia já têm 30 anos de experiência. Por isso, penso que ainda teremos de esperar 20 anos para reduzir o ruído urbano para os níveis definidos na legislação”, sublinhou. A acústica chega a conclusões que parecem desafiar o senso comum. Por exemplo, “um autocarro faz tanto ruído como 50 automóveis”, ou seja, “se todos andássemos de autocarro a redução de ruído não seria dramática”, disse o especialista. E, como as medições não enganam, se retirássemos de circulação metade dos automóveis “reduziríamos o ruídos em três decibéis, o que não é significativo”.
A solução passa pelo metro, por veículos eléctricos, bicicleta ou andar a pé. No curto prazo, é possível intervir no edificado, implementando medidas de protecção que “não são complicadas”.
Difícil mesmo é a VCI, pois “as barreiras acústicas só são eficazes em determinadas zonas”. “O resto tem de ser conseguido pela diminuição do tráfego, da construção de túneis ou da intervenção em termos de urbanismo”, afirmou Rui Calejo.
“A solução passa pelo metro, por veículos eléctricos, BICICLETA ou andar a pé”.
BI-CI-CLE-TA! BI-CI-CLE-TA! BI-CI-CLE-TA!!!!
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Desenhem-se ciclovias! Na Constituição! Em Damião de Góis, João Pedro ribeiro, Antero de Quental, Fernão de Magalhães, ETC! NAS FAIXAS DE BUS!!!
Informem-se os agentes da PSP das vantagens da bicicleta para eles e para os seus, para serem tolerantes para com as bicicletas nos passeios enquanto não há aquelas condições! Já!