O que me disseram os candidatos
Como aqui contei, as campanhas do PS e do PSD cruzaram o meu caminho lá para os lados onde moro, em Ramalde, e eu atravessei-me no delas: claro que não perdi oportunidade de ir falar aos candidatos sobre os ALIADOS, já que eles nunca se dignaram reconhecer publicamente esta nossa CAMPANHA.
A Francisco de Assis disse que lamentava profundamente a sua ausência no debate sobre o ambiente, e que gostaria muito de ter ouvido a sua opinião sobre a “requalificação” em curso nos Aliados, projecto que descaracteriza completamente essa zona da cidade.
Respondeu-me ele : “Concordo inteiramente consigo. Passei por lá no outro dia e realmente aquilo está… Concordo inteiramente consigo.”
A Rui Rio disse que tinha muita pena que nunca tivesse respondido aos nossos apelos para que fosse reconsiderada a “requalificação” em curso.
Rui Rio perguntou-me se tinha estado nos Paços do Concelho ao que eu respondi afirmativamente. Em seguida acrescentou e repetiu: “Fale com o Álvaro Siza! Ele é que é o arquitecto!”. Retorqui que era com ele, Presidente da Câmara, que queríamos falar… Entretanto enfiou-me nas mãos um daqueles folhetos cheios de fotografias do antes e depois enquanto outra pessoa da comitiva me queria dar umas canetas e o cortejo avançava.
(Patrícia Gonçalves uma jornalista d’ O Primeiro de Janeiro que estava presente fez-me algumas perguntas e tive assim oportunidade de anunciar a entrega, hoje, na Câmara Municipal do Porto das mais de 6000 assinaturas. Ver notícia)
embora abusivamente deixo aqui umtexto, de Pulido Valente, da lista do pned ( como não sei o e-mail dos ‘Aliados’ ):
Caros listados
A boa qualidade do modo como o assunto trazido pelos Paulo Ferreira, Mário Ribeiro e, também Nuno Gouveia, foi tratado obriga-me a entrar na conversa já que de há muito que estou nessa onda. Devo, portanto, tentar aprofundar o assunto.
Para início de conversa quem não quis comprar os meus livros pode telefonar-me que empresto um exemplar de cada para que possam ler sem ter que gastar dinheiro. Melhor seria encontrar um local onde pudessem estar para consulta a jeito de todos. Querem pensar nisso?
Com estas entradas em matéria sinto que posso detalhar mais aquilo que penso mas antes devo fazer um reparo:
há pontos comuns naquilo que pensam e naquilo que eu propus para os Aliados. Penso também que no centro e, até, um pouco mais além, os pó-pós devem ter um espaço restrito; que o espaço para motorizados ou outros deve ser dado ao transporte público, T.P.. Se estamos de acordo custa-me a perceber que ninguém tenha deitado foguetes quando apresentei na Baixa o meu esquiço para os Aliados. É pena que aqui os desenhos não entrem. Não tenho culpa.
É que o que penso corresponde ao que V. dizem e apliquei essa posição no esquiço referido. Os T.Ps ocupariam uma faixa de 15,0 metros do lado poente da avenida FICANDO TODO O RESTANTE ESPAÇO livre para o peão. Com a condição de se poder fazer o atravessamento de nascente para poente no prolongamento de Magalhães Lemos para acesso ao hospital. As ligações nascente/poente e vice versa seriam feitas nas Cardosas e a norte, Gonçalo Cristóvão, etc. Claro que a zona sem carros seria aumentada até Sá da Bandeira, Gonçalo Cristóvão, R. Almada./Pr. Filipa de Lencastre/R. Elísio de Melo
Já viram o que isto dava? ——» O CENTRO PARA TODOS!
Com calçada à portuguesa ( seja ela o que for), arvores, plantas, quiosques, e por aí fora….
E estão a deixar que se construa aquela desgraça!!!
Só o P.C é que põe gente na rua aos berros?
NINGUEM QUER OCUPAR A AVENIDA?
Só na aldeia é que se fazem movimentos populares para barrar estradas, fechar escolas, vigílias às portas das fábricas,e tudo o mais que as gentes fazem para defender aquilo a que têm direito?
Quanto ao título do assunto: há que lembrar que não são só os autarcas que são criminosos. Os arquitectos que entram nessas jogadas são cúmplices, não são parvos e até se promovem lá fora para poder beneficiar com a parolice índigena. Portanto são igualmente criminosos mas com mais responsabilidade pois são eles que viabilizam os crimes. Se recusassem não havia essas manobras.
Só mais uma coisinha: NÃO esquecer que a ordem dos arquitectos sabe de tudo isto e ESTÁ QUIETA E CALADA.
Portanto também é cúmplice e criminosa. Tanto mais que cobre a totalidade do território nacional e tem a obrigação de saber o que se passa..
Mas há, ainda, os arquitectos que sabem disto tudo, se queixam ou não, que trabalham nas câmaras e nos serviços correlacionados e se CALAM. Esses também são cúmplices.
Há ainda os promotores, os construtores, os engenheiros, muitos particulares que são vitimas das câmaras. Mas está tudo calado.
Entretanto o país AFUNDA-SE e a malta está quietinha com a esperança que não lhe aconteça nada a si e aos seus.
Estupidez? Julgo que não. Pura cobardia, ou, ainda pior, falta de cidadania.
Espero ter chegado ao fundo. Se me enganei e ainda há mais caminho para lá chegar por favor esclareçam-me que de tão escuro já não vejo nada.
A revolução está aí e não é das que nos podem agradar.
Ó malta abre esses olhos, limpa os ouvidos e por favor disponham-se a deitar cá para fora o que sabem em moldes que possam parar com a vertiginosa queda na barafunda total.
Que mais posso fazer, isolado como estou? JPV
Como foi colocado na lista do PNED pelo Mário Fernandes, enquanto respostas do tipo que Rui Rio (e provavelmente F.Assis)proferiu em Ramalde ( só tenho pena de ter estado lá) a cidade e um urbanismo de qualidade não avança…
‘… mas enquanto os decisores políticos não tiverem substracto que alicerce as decisões, continuarão apenas a decidir, no urbanismo e arquitectura, os “técnicos que JÁ lá estão ou vão lá estar”.
Mário Fernandes’
Muito obrigada pela sua colaboração. Mais logo – quando voltar do trablho- colocarei uns links para o projecto do arquitecto Pulido Valente (o que aliás estou para fazer já há imenso tempo!)
O mail dos ALIADOS é
portoaliados@sapo.pt