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Em defesa do Jardim e Monumento da Rotunda da Boavista
PEDIDO DE INFORMAÇÃO À EMPRESA METRO DO PORTO S. A. E À CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO Colocado em 12...
Domingo, 9 de Outubro de 2005
Ainda as obras do Metro nos Aliados! Apesar do estrago já estar feito e os rios de dinheiros gastos, quero, apesar de tudo, dar conta aqui da irracionalidade (e teimoisa!) das decisões da Metro relativamente a este assunto de intervir na Av. dos Aliados do modo como o fez.
Tenho sido uma frequentadora regular do Metro e só na semana passada me dei conta do tremendo erro e inutilidade (em termos de necessidade imperiosa para fazer sair os passageiros do metro para a superfície!), que foi fazer a estação de metro dos Aliados, para além de todos os outros estragos, já largamente comentados, na avenida – ambientais, arquitectónicos, culturais, etc, etc.
Para além de atrasar mais as viagens de metro, quando se vai apanhar comboios a S. Bento (os 2 minutos para o metro parar e voltar a arrancar nos Aliados são determinantes para perder/apanhar aquele comboio… ) era perfeitamente desnecessário escaqueirar a avenida quase toda, para fazer mais uma paragem de metro quando a distância da estação da Trindade à estação de S. Bento já é ridiculamente pequena! Será que valeu a pena tanto estrago, tanta energia investida, tanta discussão para fazer apenas mais uma estação de metro num local já perfeitamente servido a norte e a sul? O comodismo tem limites e esta estação dos Aliados é mais que superflúa, é mesmo disparatada tendo em conta tudo o que estava em causa!
Um outro aspecto acerca do metro: é rápido, é novo, é funcional, têm contentores de recolha selectiva nas estações, mas… MAS as estações de metro são locais frios e inóspitos, com correntes de ar vindas de todo o lado (alguém já reparou na altura desmesurada das galerias? Seria preciso ter esburacado tanto para fazer passar uma carruagem tão pequena – já andaram no metro de Londres? E os ingleses são muito mais altos que nós, não precisaram de fazer mega-galerias como as nossas… bom, o metro de Londres tem mais de 100 anos, mas não era preciso exagerarmos no tamanho das galerias, pois não? Estão em causa tempo, muita energia, muitos combustíveis e dinheiro), com gélidos bancos de pedra, raros e mal colocados (sempre nos extremos longe do local onde o metro irá parar). Que tal uns bancos de madeira, muito mais confortáveis, quentes e acolhedores, mais baratos, mais fáceis de transportar, com menos impacto ambiental que aquelas grandes lajes de granito que são os actuais bancos a confundirem-se com a monotonia cinzenta parda de todo o conjunto? Em Lisboa o metro tem bancos de madeira, é certo que não têm encosto, mas é já uma melhoria grande, o facto de serem em madeira. Vim há pouco do metro na Trindade e quase congelei o rabo e as costas ao esperar pelo próximo veículo.
Hoje é um dia quente (muito quente infelizmente) de Outono, mas nem quero imaginar como fará a Metro do Porto para aquecer áreas tão gigantescas como as galerias das estações, ou irá condenar ao frio as centenas de passageiros? Está-se mesmo a ver… estações aquecidas à custa de uma choruda conta de electricidade que todos pagaremos, claro, pois se o metro é para nós usarmos.
Como é que um projecto que podia ser tão sustentável e que por definição é um transporte não poluente pode ser tão contraditório e usar de tão pouco sentido prático, ecológico e eco-eficiência.
A propósito da “Via Sacra do Granito” no Pólo Universitário que o Paulo Alves refere, já lá estão delineados os canteiros e os locais para as árvores. Estão à espera de quê para as plantar? Já deviam lá estar e no mínimo deviam plantar o dobro das árvores que cortaram na Asprela, incluindo as árvores enormes e frondosas junto ao muro sul do Hospital de S. João e aquela dentada gigantesca no coberto arbóreo da Escola Superior de Educação, na parte norte.
Resumindo, custa-me muito a acreditar que o planeamento do Metro fosse feito por gente que de facto sabe planear e que tenha visão para a coisa, porque desconfio bem que, feitas as contas tínhamos feito um metro com muito menos dinheiro, muito mais prático, com muito menos estragos e contestação por parte da população.
Mas agora que o mal já está feito, pouco há a fazer, concerteza, a não ser redimirem-se dos estragos que fizeram em toda a parte verde e devolver a Av. dos Aliados aos portuenses. Isto é o mínimo.
Fátima Teixeira
A estação dos Aliados faz todo o sentido (para a empresa do “Metro”) porque as obras não são para “funcionar” mas para se verem.
As estações de S. Bento e da Trindade não se vêem da frente da câmara.
Era preciso fazer alguma coisa que se visse da janela do edifício da câmara.
Sobre os bancos incómodos e frios, eis mais uma demonstração do anteriormente exposto.
O dito “metro” é útil mas está a ser feito de uma forma completamente imbecil. Noutro país qualquer da Europa os responsáveis já estariam internados num hospital psiquiátrico (no mínimo).
Um exemplo notável dessa imbecilidade é a passagem do “metro” pelo “centro da Maia”.
Em vez de aproveitar o traçado existente da linha de comboio, a linha foi desviada com um custo incrível, porque envolve várias pontes, viadutos, expropriações e afins.
Tudo isto para ela passar cerca de 500 metros ao lado….
Se a linha ficasse no mesmo sítio, podiam-se fazer parques de estacionamento ao lado (há lugar) para quem quisesse ir de carro para o Porto. Se acham que ficava muito longe do “centro”
punham “mini-autocarros” a circular entre os dois sítios.
Assim quem quiser usar o Metro e deixar o carro na Maia, não faz isso porque tem de deixar o carro longe….
Mas mais uma vez, assim o “metro” vê-se do edifício da câmara municipal e é isso que importa.
Cumprimentos
Paulo Ferreira
P.S.: Um dos viadutos do metro está agora a “passar” por cima do IC24, quando a linha de comboio já passava por baixo…
Pior quiseram fazer junto à estação de Francos, construíndo um muro à volta da linha e fechando as passagens de n´vel, de forma que os peões não poderiam passar dum lado para o outro. Mas tiveram que recuar perante a revolta dos moradores que ameaçaram cortar a linha no dia da inauguração.
José Manuel
e injectar progresso nessas cabeças.. não ?
Caro J.Silva:
Sem dúvida. As ideias “progressistas” de sustentabilidade e preservação do património, é algo que parece ainda não “ter entrado na cabeça” desta gente! Há todo um conceito de intervenção urbana que evoluíu, progrediu… e impor a contemporaneidade, arrasar quase um século de história urbana é hoje algo de absolutamente inaceitável. Mas note-se que não saõ apenas os aspectos patrimoniais que aqui estão em causa, há também opções respeitantes aos materiais que são contestadas pelos especialistas.
Aconselho vivamente a releitura de alguns textos de opinião aqui coligidos.