«Miguel Rodrigues: Actualmente, por um lado pelas obras que decorrem do Metro e que levaram a que realmente toda aquela zona central onde está construída a estação do Metro, não seja viável a introdução de um coberto de arborização, por outro lado a situação actual também de estacionamento um pouco desregrado na Praça da Liberdade, a degradação do próprio coberto vegetal actualmente existente, aconselhou a que se encontrasse uma solução para aquele espaço. (…)
De qualquer maneira eu chamo a atenção no que diz respeito ao coberto vegetal, a arborização que existe, com excepção da que existe na Praça de Humberto Delgado, teve uma intervenção contemporânea, não é, porque a intervenção que é uma intervenção contemporânea, o resto realmente nunca teve uma intervenção mais recente e a proposta penso que reforça a arborização e procura criar uma estabilidade nessa mesma arborização. (…)
João Rodeia:
Há depois… as bolinhas que vêem calculam que são árvores portanto há um novo enquadramento vegetal, que melhora a própria perspectiva sobretudo a partir de baixo isto é ligeiramente inclinado como sabem, portanto, para nós, como dizia, o projecto tornou-se pacífico, é um projecto que de algum modo vai ao encontro da própria lógica consequente ao longo do tempo. (…) dá finalmente uma coerência a esta estrutura urbana que nunca teve.
Miguel Rodrigues: É só para dizer que as árvores que estão a verde mantêm-se, são árvores que existem actualmente e se mantêm na faixa central.
Manuela de Melo: Desculpem era apenas para falar de duas coisas: eu percebo a coerência desse espaço que fica agora quase um bocado incompatível com as três designações; o que fica agora anómalo é a manutenção de três designações para um espaço que fica único.Em relação às árvores da placa central, o que as pessoas que estiveram cá disseram e que eu como bióloga frustradíssima posso também questionar é que essas árvores que falou na placa central (…) elas vão coexistir com uma escavação, portanto há um túnel que passa por baixo delas, não há desvio para a Trindade lateral… porque se elas se situarem sobre o corredor subterrâneo do metro, o espaço de terra que possa existir não permite o desenvolvimento de árvores, ficam umas árvores anãs e com alguns cuidados ficarão algumas árvores, mas nunca serão, é apenas um comentário, nunca serão árvores com uma dimensão que permita uma expansão grande, porque não podem, não têm terra. Portanto as grandes árvores terão de ser sempre nas placas laterais. Só para ver que tipo de árvores vão ser postas aí no centro de maneira a que consigam resistir ao túnel escavado por baixo.
João Rodeia: Sinceramente não é a minha área, mas pela experiência que tenho profissional como Presidente do IPPAR neste momento, não sei, não tenho bem de memória os cortes, não sei qual é a quantidade de terra que existe, mas as árvores e o seu crescimento não dependem da profundidade da terra… também, mas não só…mas sobretudo do alargamento. Aquilo que alimenta as árvores, ..sim depende das árvores, mas há árvores de grande porte… eu dou um exemplo: o jardim da Gulbenkian quase todo ele está em cima de uma laje, e tem árvores de grande porte. É possível, aliás por uma experiência feita que aliás começou pelo Ritz, é possível conseguir árvores de grande porte mesmo havendo lajes de betão. Têm mas é que ser escolhidas as árvores mais indicadas, têm de ser encontrados processos de enrolamento da raiz central para elas não tombarem, mas hoje em dia é praticamente tudo possível, tem é que haver dimensão de terra suficiente em cota, não lhe sei dizer quanto, não sou paisagista.
Miguel Rodrigues: Eu não tenho agora presente, e não temos nenhum desenho da estação. Mas salvo erro a estação fica ligeiramente mais a Sul, há realmente um espaço onde não há arborização nenhuma porque é onde fica a estação. Porque o túnel do Metro está a uma grande profundidade, é chamado (?) e portanto não tem condicionantes desse tipo para a superfície. (…) Realmente é por isso que há aquela concentração de árvores naquele sítio, realmente a Sul não é possível porque está lá, está lá… »
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