À pergunta deixada aqui na caixa dos comentários “mas a manif não deveria de ter sido antes de começarem a fazer as obras?” respondo o seguinte:
Temos tentado não lhe chamar manifestação, sermos mais modestos e realistas e chamar a esta inicativa concentração… Houve até quem sugerisse que se fizesse apenas uma conferência de imprensa. Mas resolvemos ir um pouquinho mais além e optámos por uma concentração, uma reunião. E com efeito vamos exprimir, “manifestar”, desta vez também simbolicamente no próprio local que querem modificar, «o nosso desacordo pelo modo como está a ser imposta à cidade do Porto, sem consulta pública, uma transformação radical do conjunto Avenida dos Aliados e Praça da Liberdade, e exprimir o nosso desgosto pela perda patrimonial e descaracterização da cidade que o projecto determina. (…)»
Mas apesar de alguns jornais lhe chamarem manifestação, pela minha parte não nutro grandes expectativas, nem tenho ilusões sobre o número de pessoas que eventualmente estará presente, e não me preocupo demasiado, pois o que se pretende fundamentalmente é fazer falar do assunto – o que já está a ser conseguido- e aproveitar para informar e dar uma maior visibilidade a todos os passos entretanto efectuados com objectivo não só de “defender a Avenida e a Praça”, mas também os nossos direitos como cidadão e portuenses. Informar, e exprimir a nossa perplexidade pelo aparente pouco empenhamento das instituições em dar resposta às nossas queixas.
Porquê só agora? Porque indiferentes a todos os apelos e ao facto do projecto e o processo estar a ser contestado e investigado, os responsáveis anunciaram que (desta vez é que era) iriam brevemente avançar com as obras. Não nos sentiríamos bem connosco próprios se neste momento não se fizesse nada, na própria Praça e na Avenida!
E porque não foi antes das obras começarem?
Como se deve imaginar não se vai de ânimo leve para uma”manifestação” (e obviamente temos muito mais que fazer)! Por isso temos optado pelas iniciativas que nos pareceram mais acertadas, previstas aliás na legislação, no sentido de se fazer cumprir a lei e a vontade de muitos portuenses, sempre na expectativa de que os apelos fossem ouvidos, compreendidos e que o diálogo se estabelecesse com quem de direito.
Há ainda um facto importante a acrescentar: quando as obras começaram as pessoas foram apanhadas desprevenidas e a pequena minoria atenta ao que se estava a passar tinha ainda esperança que o projecto fosse a consulta pública. Mas não foi. E nunca, nunca houve uma uma carta respondida, um satisfação dada, um esclarecimento concedido, um aviso respeitoso.
E ao contrário do que afirma um dos responsáveis (o Prof. Oliveira Marques que declarou que a apresentação pública do projecto não provocou contestação) logo que o novo “figurino” da Avenida e da Praça veio a público as primeiras manifestações de desagrado não se fizeram esperar (ver por ex. aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, etc.).
Atenta, a Associação Campo Aberto emitiu então um comunicado à imprensa (ver comunicados) e escreveu ao Presidente da Câmara do Porto, ao IPPAR e ao Provedor de Justiça .
Iniciaram-se recolhas de assinaturas. E a que este blogue apoiou não foi sequer a primeira: já mais de mil pessoas tinham subscrito um texto de protesto contra a descaracterização da avenida e da Praça. As pessoas foram-se juntando, unindo os seus esforços; outras organizaçoes não governamentais integraram o movimento dos ALIADOS e foi então organizada uma sessão pública com intervenções de especialistas, e publicitação do manifesto/ petição.
Na última sessão da Assembleia Municipal antes de férias, em fins de Junho foram entregues mais de 2500 assinaturas. Seguiu-se uma queixa ao Ministério Público . Em Julho enviaram-se mais de 5000 para a Assembleia da República o que levou a que se tivessem realizado as audições na Comissão Parlamentar (cujo relatório final está suspenso à espera das respostas por escrito do Presidente da Câmara!).
Mas como anteriormente indiquei pode ver-se aqui o que já se fez – e esta concentração/reunião tem justamente como um dos seus objectivos principais darmos a conhecer e divulgarmos estas iniciativas e mostrarmos que há quem se mexe, e quem se importe, e quem se sente profundamente afectado pelo que se está a passar.
E claro apelar de novo ao diálogo!
(espero ter respondido à resposta;-)
não sei se será bem assim, pois eu lembro-me de ter assinado (ou nao;) o abaixo a ssinado que circulava, isto cerca de 3 meses antes desta manifestação, e ja havia obras nos aliados (axo que naquela altura em que tinha aqueles “morcoes”/bonecos no passeio) … mas ok, eu ja fui activista de algumas ONG’s e a realidade é que toda gente é lenta e anda a dormir (ponham-ne no saco, ok nao sou perfeito), mas ja agr obrigado pela resposta que me deram indirectamente, mas se eu deixei o link do blog, nao era para ter visitas ou comentarios, era mesmo para me responderem para la, ou notificarem-me qd houvesse resposta, enfim, isto deve fazer parte da tal lentidão que falo e eu devo fazer parte da critica.
P.S. se responderem, desta vez avisem-me.
“quem controla o passado, controla o presente…. quem controla o futuro?”
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