Pagamos para piorarem a cidade – por Jorge Braga (arquitecto)
Já imaginou fazer obras em sua casa e o resultado ser pior do que o que estava antes?
…É impensável não acha?
Já pensou na forma como têm sido feitas muitas das obras na cidade do Porto há anos?
O Porto só pode estar sentido com o que lhe andam a fazer!
Por exemplo em 2001 (Capital da Cultura), de uma forma despesista foram intervir em alguns casos no que já estava bem, por vezes piorando em relação ao que estava (veja-se o Jardim da Cordoaria -betão e granito). No metro do Porto, que deveria ter mais trechos subterrâneos, (por exemplo, na zona de Matosinhos mais parece um eléctrico turístico), os interiores e exteriores das estações são cinzentos -betão e granito. Para não irmos mais longe vejam as estações de Lisboa cada uma feita por um artista diferente.
Não teria sido interessante ligar o Parque da Cidade ao mar sem a interferência dum viaduto? (que podia ter sido um túnel).
Plantam por toda a cidade semáforos em vez de árvores (nalguns casos ainda as retiram: veja-se a Av.da Boavista!), que na maioria dos casos são ilógicos e/ou descoordenados, retardando os percursos em vez de “escoarem” o trânsito.
As recentes marginais de Leça e Matosinhos, são ou não oportunidades perdidas?
E agora na sala de visitas da cidade, a Av. dos Aliados, o metro do Porto já retirou a calçada portuguesa e substituiu-a por pedras de granito… Como prefere?
E as obras prosseguem gastando mais alguns milhões, para substituírem a calçada portuguesa por granito, tal como fazem a todos os passeios da cidade: ou cimento ou granito!…
Como já repararam, uma especificidade lusa (e dos PALOPS!) são os passeios e praças em calçada que por isso lhe chamam “portuguesa”… O que preferem?
Será que querem criar um cliché de atracção turística à imagem da cidade do tipo “ A mais cinzenta da Europa”, já que é bom sermos os “mais em qualquer coisa”?
…Façam concursos públicos de arquitectura e coordenem eficazmente os serviços autárquicos com gente capaz!
É lamentável termos de assistir a este tradicional “cinzentismo” dos autarcas, a fazer-nos perder oportunidades urbanísticas (já não bastavam as económicas e culturais!), que interferem claramente na perda de qualidade de vida de quem vive o Porto.
Será que temos de fugir todos da cidade (em vez de ser só da baixa!)
Que mais nos irá acontecer?»
(enviado por mail)
Outras OPINIÕES
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Subscrevo inteiramente. Aponta tudo(e há mais…) o que acho errado.
Infelizmente, sem retorno. A felicidade é saber que há arquitectos e gente com senso comum, gente que a “moda” não compra. Obg
EP