«Incontestado em Portugal, o mais célebre arquitecto nacional encontrou em Madrid uma oposição que não esperaria. A baronesa Thyssen agarrada a uma árvore passou a ser um ícone da reforma, dita “arvoricida”, que propõe para o Paseo del Prado.
Até hoje, o professor tem projectado sem críticas públicas, embora, nalguns casos, com lamentos privados. A partir de agora, mesmo que seja verdade (como diz) que há motivações pessoais, políticas e profissionais por trás da contestação, Siza perdeu o estatuto de inatacável. Ver-se-á o reflexo em Portugal.»
No Expresso (edição semanal – de 13 de Maio)
Assim se faz Jornalismo em Portugal: tudo muito bem documentado e fundamentado!
Senhor(a) Jornalista (on line sem id.) não costuma (ao menos) pesquisar na Internet?
Parece que não, pois caso contrário, conheceria o movimento de contestação à “requalificação” dos Aliados e da Praça da Liberdade aqui no Porto; e teria, quem sabe- dado conta das manifestações de desagrado “pelo conceito” expresso na requalificação das marginais de Leça da Palmeira e de Vila do Conde, lido sobre o desconforto provocado pelo parque da estacionamento da Mumadona em Guimarães , e até eventualmente ouvido falar das “torres” projectadas para Alcântara (ver: aqui, aqui, aqui…)
Adenda:
Marginal de Leça da Palmeira ; Blogosfera Vilacondense debaixo de fogo ; Vivam todos os Speaker’s corners do Sinzentismo
Ignorância, Manuela, santa ignorância! Para esses jornalistas de meia tigela, Portugal resume-se a Lisboa. Frequentam um meio político de meia tigela que também assim pensa e a quem o Norte interessa unicamente para lhes encher a barriga e os bolsos. Sempre, ou quase sempre assim foi, e continua a ser. Andam ao par do que se passa em Espanha e ignoram o que se passa em casa. Seria incrível… se não fosse em Portugal. Que tristeza e que raiva.
Obrigada por continuar a manter este blogue.
M.R.L.
Pois é, o Espesso é lá da Lisboa e gosta de separar águas! E a baronesa (Deus a guarde) disse mais coisas bonitas sobre ecologia. Mas como não veio na “Caras” …Aqui para o Norte é só nevoeiro, é ver o FCP …
Caros,
não se esqueçam que para a mentalidade provinciana do poder lisbonense – eu disse do poder, não dos lisboetas – Portugal começa no Terreiro do Paço e acaba na CREL, com uma extensão de território composta por uma estreita faixa litoral, no Sul da Península Ibérica, a que chamam “praias do Algarve”. Esta faixa está ligada ao país lisbonense por uma tira asfaltada, que atravessa um território inóspito conhecido por montes alentejanos.
O resto é… uma colónia habitada por um povo estranho que tem como principal função o pagamento de impostos sobre o trabalho, para sustentar os vícios dos cortesãos lisbonenses.
Hoje no JN: crónica de José Carmo
Obras mal amadas?
A crónica referida é da autoria de Manuel Correia Fernandes. Jose Carmos é autor da foto.
No JN de 1º de Novembro de 2005 «O parque da Mumadona
Não fosse Siza o autor daquela desfeiada praça e já os clamores teriam surgido…
O parque da Mumadona é um dos desenhos mais feios e mais desencontrados de todas as recuperações que se fizeram em Guimarães
por Francisco Teixeira doutor em filosofia
O parque da Mumadona
e já os clamores teriam surgido o autor daquela desfeiada praça Não fosse Siza lisa soares
O parque da Mumadona é um dos desenhos mais feios e mais desencontrados de todas as recuperações que se fizeram em Guimarães
Se já não chegasse ao parque de estacionamento da Mumadona o ter sido inaugurado antes de o ser, de continuar em trabalhos até hoje e de se constituir uma das obras mais caras de sempre de Guimarães (164 lugares de estacionamento pela módica quantia de dois milhões de euros, o que dá sensivelmente 2500 por lugar de estacionamento, para servir, no essencial, os funcionários da Câmara e do Tribunal!), ainda tem, agora (e para sempre?) a desdita de aparecer como um dos desenhos mais feios e mais desencontrados de todas as recuperações que já se fizeram em Guimarães.
Os argumentos para mostrar a fealdade da obra são por de mais evidentes. Antes de tudo o mais é feia a esfericidade apertada e opaca dos muros interiores e exteriores da praça, que entravam a sua visibilidade e transparência, outrora aberta e livre. No entanto, o mais evidentemente feio de todo o desenho são os próprios muros e o granito quase polido que os constituiu, segundo uma textura estranha à envolvente granítica antiga.
Não, claro, que se pudesse evitar o ar novo e deslocado de materiais novos. De qualquer modo, sempre seria de esperar alguma congruência entre o que está e o que passa a estar, com particular realce para as texturas do Palácio da Justiça, da Muralha e dos Paços dos Duques de Bragança.
Pelo contrário, aquilo a que se assiste é a uma opção por um granito luzidio e suave (que não parece da região), contrastando com os pisos e as paredes que envolvem e configuram a praça, fazendo lembrar o pior da arquitectura de “emigrantes”. Claro que sei que a obra é de Siza Vieira. Mas isso só acentua a má obra e a falta de cuidado. Siza, obviamente, podia e devia fazer muito melhor.
No JN de 13 de Novembro de 2006 « PARQUE DA MUMADONA
Parque vai fechar à noite
Parque subterrâneo da Mumadona foi desenhado por Siza Vieira
É um verdadeiro “abre e fecha”.
O parque de estacionamento da Mumadona, junto ao Tribunal Judicial de Guimarães, não volta a funcionar à noite, durante o fim-de-semana.
A experiência implementada pela Câmara para pôr cobro ao estacionamento fora da lei, revelou-se um fiasco.
“Num mês de funcionamento à noite, o parque registou dez aparcamentos e a Câmara gastou 900 euros com seguranças”, revelou o presidente da Câmara. “Não é possível continuar assim e, por isso, fechou-se o parque”, adiantou António Magalhães.
Isso não significa, avisou o autarca, que a vigilância dos agentes da Polícia Municipal sobre o estacionamento indevido vai afrouxar. O combate contra a anarquia do aparcamento à superfície vai continuar.
O parque projectado pelo arquitecto Siza Vieira, inaugurado há cerca de um ano, é pouco procurado pelos automobilistas que, à noite, demandam ao centro histórico. Perante a frequência do estacionamento em lugares não permitidos, à superfície, a Câmara decidiu abrir o parque até às três da manhã, ao fim-de-semana.
“Aconteceu o mesmo ao parque do estádio D. Afonso Henriques”, recordou o vereador Rui Vítor Costa, do PSD. Por falta de utilizadores (excepção feita aos dias de jogos da equipa do Vitória de Guimarães), e para poupar na despesa com pessoal, a Câmara decidiu fechá-lo.
Para Costa, “fechar não é solução”, mas sim “rever preços”. Para o presidente da Câmara, estes factos arrasam as pressões da oposição para a criação de parques pagos, apresentados como salvação do comércio da cidade. O autarca confessou que o projecto inicial do parque da Mumadona apontava para 400 lugares, através do aproveitamento dos terrenos de duas vivendas perto do Tribunal. “Ainda bem que o IPPAR não autorizou e o parque ficou com 170 lugares”, desabafou.
Mesmo assim, a Câmara está a estudar um novo parque subterrâneo no Toural, no âmbito do projecto de reabilitação daquele largo. “Não terá os problemas dos da Mumadona e do Estádio”, na expectativa do autarca. A autarquia, contudo, admite estudar parcerias com entidades privadas para a gestão dos parques.
170 lugares de estacionamento, tem o parque da Mumadona.
10´estacionamento Registaram-se nas noites do último mês.