[PNED] Boletim de 6/VII/2005
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BOLETIM PORTO E NOROESTE EM DEBATE
resumo das notícias de ambiente e urbanismo em linha
Quarta, 6 de Julho de 2005
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Para os textos integrais das notícias consultar as ligações indicadas.
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1. Um Porto cinzento
Avenida dos Aliados transforma-se numa sensaborona mancha de um
cinzento incaracterístico. A moda do granito confere à cidade o clima
urbano de uma “sopa de pedra”.
Dizem que é a cor da cidade, derivada do granito e da densidade dos
nevoeiros que sobem do rio e lhe abraçam o corpo cansado. São
difíceis os tons de cinzento na paisagem e na arquitectura, pela
dimensão de luz que absorvem sem oferecer os reflexos que nos
despertam a sensibilidade e aquecem a alma. Comummente, dizer-se que
fulano ou sicrano é cinzento, mormente em política, é um juízo
depreciativo e pouco abonatório, carregando a cor com um anátema de
que ela não tem culpa, pois o seu espectro de transição entre a
pureza do branco e a ausência de cor, como costuma classificar-se o
preto, é um campo aberto a todas as aventuras de tons gaziantep escort bayan que as mais
finas sensibilidades sempre souberam valorizar.
Que o diga António Cruz, que alcançou a rara perfeição de apreender a
transmitir os cinzentos da sua cidade, envolvida nos azulíneos
despertares do dia cerrado de nevoeiros, ou nas quentes manchas de
fogo de um sol cansado a esconder-se ao fim da tarde para lá do mar.
Porém, o pintor que melhor sentiu os cinzentos do Porto, descobriu-
lhe sempre o fulgor forte e insubmisso de muitas outras colorações de
vida que são a negação do cinzentismo. Teve arte e talento para o
fazer e soube apreender a riqueza da paisagem, das coisas e das
pessoas, dos ambientes da cidade.
Andam muitas obras na cidade e outras já andaram subordinadas “à
moda” do granito, que fazem uma interpretação excessivamente
minimalista da relação deste material com os espaços urbanos. É
granito no pavimento de ruas e passeios, nas bocas do metro, nos
bancos de jardins, de cor escura e monótona, uniforme, ocupando
espaços até aí adquiridos no imaginário do cidadão com outras
tonalidades, mesmo justificado desenho, conferindo à cidade clima
urbano de uma “sopa de pedra”, com os ingredientes da mesma, dizem-
me, já oriundos da China.
São bons arquitectos que desenham este futuro opcional do Porto para
os próximos tempos e as soluções pautam-se por tudo menos pela
racionalidade da economia, pois não parece ser esse o critério que a
tal fim conduz. O que se passa na Avenida, naquilo que já foi
consolidado sem qualquer discussão pública, é exemplificativo,
variações de granito escuro em geometrias de curvatura, ainda por
cima com deficiente qualidade de execução, que irão transformar
aquele espaço mítico numa sensaborona mancha de um cinzento
incaracterístico, gratuito, sem calor nem alma.
Diz-se que “a Avenida e a Praça são a sala de visitas da cidade”, e
mesmo não valorando este conceito restrito de ler a imagem do Porto,
não tenho dúvidas de dizer que se vai perder uma oportunidade única
de afirmar a renovação de facto de tão belo espaço urbano. Não por
errada escolha de autoria arquitectónica, mas por atabalhoada
condução do processo de projecto, tudo conduzido à boa maneira
centralista e “nas costas dos cidadãos”.
Entendamo-nos um processo de transformação urbana deste tipo nunca
deveria processar-se, como aconteceu, à margem do conhecimento das
soluções por parte dos cidadãos e da auscultação da sua opinião.
Fosse o autor Siza Vieira, Souto Moura, ou quem fosse, porque nisto
da democracia urbana não há “vacas sagradas” com prerrogativas
especiais e mesmo os maiores génios também metem, de vez em
quando, “o pé na argola”.
Que o Porto está a ficar mais cinzento parece um facto, por opções
arquitectónicas e de desenho urbano que nada têm a ver com a velhice
ou os nevoeiros, mas exclusivamente por não haver lugar ao
contraditório opinativo nem a humildade de ir escutando a voz modesta
mas sensata dos portuenses. É para dar a voz a muitos deles, que em
tal sentido se me dirigiram, que esta crónica reage a essa moda
cinzenta com que querem embrulhar a sensibilidade e apagar o
imaginário de muitos cidadãos. O Porto tem patine cinza, mas não pode
resignar-se a ficar transformada numa cidade cinzenta!
Gomes Fernandes
https://jn.sapo.pt/2005/07/06/grande_porto/um_porto_cinzento.html
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2.
(a) GOP admite selar a obra do túnel de Ceuta e impedir a circulação
na zona
A interrupção dos trabalhos de segurança pode levar a Empresa
Municipal de Gestão de Obras Públicas (GOP) a selar a obra e a
impedir a circulação de pessoas e veículos naquela zona do Carregal.
A possibilidade é avançada na carta, enviada anteontem ao IPPAR. A
missiva, que convocou os responsáveis do instituto para uma reunião
com os representantes da empresa, dos empreiteiros e da fiscalização,
o projectista e o coordenador de segurança, aponta a hipótese de
interromper a circulação, “enquanto não se mostrarem garantidas as
indispensáveis condições de segurança”.
https://jn.sapo.pt/2005/07/06/grande_porto/gop_admite_selar_a_obra_e_im
pedir_a_.html
(b) IPPAR pede ao tribunal para travar obras do túnel
O Instituto Português do Património Arquitectónico interpôs uma
providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal do Porto,
solicitando a paralisação das obras do túnel de Ceuta. A novidade
surge seis dias após os trabalhos terem sido suspensos pelo
empreiteiro, por ordem do IPPAR. A contenda prossegue pela via
judicial, sem uma solução à vista. Ontem, o instituto recusou
participar numa reunião com a Empresa Municipal de Gestão de Obras
Públicas (GOP) e não apontou uma data alternativa.
https://jn.sapo.pt/2005/07/06/grande_porto/ippar_pede_tribunal_para_tra
var_obra.html
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3. Circuito da Boavista condiciona trânsito
O Circuito da Boavista vai obrigar a uma série de condicionamentos de
trânsito, estando a organização a aconselhar a utilização dos
transportes públicos para aceder ao local na sexta, sábado e domingo,
bem como o uso dos 20 parques de estacionamento. As restrições mais
fortes serão a partir das 6h00 até às 21h00, sendo nesse período
proibido transitar em todo o percurso do circuito, entre a Avenida da
Boavista, junto da Rua Jornal de Notícias, Castelo do Queijo, Praça
S. Salvador, Circunvalação, Rua da Vilarinha e Avenida do Parque. A
estrada exterior da Circunvalação estará circulável apenas aos
detentores de um livre trânsito distribuído pelos moradores. Conforme
explicou António Abel, responsável pelo grupo de trabalho do Circuito
da Boavista, os percursos alternativos estarão devidamente
sinalizados, estando programados diversos pré-cortes. Por exemplo, a
Avenida da Boavista pode ser percorrida até ao cruzamento com a Rua
Jornal de Notícias, mas haverá um pré-corte na Rua Antunes Guimarães.
Das 21h00 às 6h00 o trânsito volta a ser permitido, sem qualquer
restrição.
https://www.oprimeirodejaneiro.pt/?
op=artigo&sec=eccbc87e4b5ce2fe28308fd9f2a7baf3&subsec=&id=bcb6c52d8422
a4e9cbf39982e90e37ce
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4. Sócrates elege Ota como prioridade e recusa nuclear
O aeroporto da Ota “é absolutamente essencial” porque, em 2015, a
Portela, tal como está, estará saturada bem como as vias aéreas,
disse ontem, o primeiro-ministro à SIC. Prioritária é também a
introdução do comboio de alta velocidade, com Lisboa e Porto a serem
contempladas, mas não outros eixos. Quanto à energia nuclear continua
a ser nefasta e pouco segura, “Deve ser um tema a afastar. A nossa
aposta é nas energias renováveis”.
https://jn.sapo.pt/2005/07/06/em_foco/socrates_elege_como_prioridade_e_
rec.html
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5.
(a) Incêndios
Desabafava um bombeiro, “É o fim do mundo!”, ao que outro reagia,
corrigindo “O mundo não acaba assim, vai acabar à cabeçada”. Ambos
rodavam os olhos foscos pela devastada paisagem de Santa Comba
(Sobreira, Paredes), buscando no humor alívio para horas passadas a
combater o medonho incêndio que ultrapassou o território concelhio e
assustou, também, as gentes de Branzelo (Melres, Gondomar).
https://jn.sapo.pt/2005/07/06/pais/habitacoes_ameacadas_paredes_e_vila_
.html
(b) Privados criticam política florestal
Os proprietários florestais criticaram, ontem, o diploma que define
as zonas de intervenção florestal (ZIF), um instrumento criado, na
semana passada, pelo Governo para incentivar o associativismo no
sector, e garantem que só vão aderir à ideia se tiverem ” vantagens
inequívocas”. Por seu lado, o ministro da Agricultura sublinhou que
os incentivos financeiros passarão a ser canalizados através das ZIF
e prometeu apoios para o levantamento cadastral. “Não tenham dúvidas
de que a floresta é um prioridade para este Governo”, garantiu Jaime
Silva, no encerramento do Conselho de Direcções da Forestais –
Associação Florestal de Portugal, que congrega 30 associações, em
representação de cerca de nove mil proprietários. O ministro
acrescentou que essa prioridade ficará expressa nas candidaturas ao
próximo Quadro Comunitário de Apoio (2007-13).
https://jn.sapo.pt/2005/07/06/sociedade/privados_criticam_politica_flor
estal.html
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6. Lixo pode vir a ser agregado de betão
O presidente da Ordem dos Engenheiros da região Centro defendeu, em
Coimbra, a aplicação de resíduos sólidos perigosos em agregados de
betão, considerando a proposta um novo desafio para a pesquisa
naquela área. “Em vez dos elevados custos do seu tratamento, porque
não pensar em aplicar os resíduos sólidos, por exemplo, como
agregados para betão, tornando-os rentáveis”, inquiriu Celestino
Quaresma na sessão de abertura do simpósio ibero-americano “O betão
nas estruturas”, promovido pelas universidades de Coimbra e da Beira
Interior.
https://jn.sapo.pt/2005/07/06/sociedade/lixo_pode_a_agregado_betao.html
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Para se desligar ou religar veja informações no rodapé da mensagem.
O arquivo desta lista desde o seu início é acessível através de
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INFORMAÇÃO SOBRE O BOLETIM INFOPNED:
Acima apresentam-se sumários ou resumos de notícias de interesse
urbanístico ou ambiental publicadas na edição electrónica do Jornal
de Notícias, de O Primeiro de Janeiro e de O Comércio do Porto (em um
ou vários dos citados, não necessariamente em todos).
Esta lista foi criada e é animada pela associação Campo Aberto
(telefax 229759592 Apartado 5052, 4018-001 Porto), e está aberta a
todos os interessados sócios ou não sócios. O seu âmbito específico
são as questões urbanísticas e ambientais do Noroeste, basicamente
entre o Vouga e o Minho.
Selecção hoje feita por Maria Carvalho
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