Pela primeira vez uma empresa (a alemã Bayer) pretende comercializar arroz transgénico na União Europeia. Até aqui as plantas transgénicas estavam praticamente limitadas às rações animais. Mas agora a engenharia genética vai chegar directamente ao nosso prato. Faça o que mais de centenas pessoas até agora já fizeram e escreva uma carta ao ministro.
1. Informe-se
2. Passe à acção!
3. Divulgue!
1º passo: Informe-se!
SABIA QUE…
- … o arroz é o alimento mais importante do mundo? Mais de metade da população mundial come arroz todos os dias. E, de entre os europeus, os portugueses são os maiores consumidores de arroz: cada um de nós come em média cerca de 17 quilos por ano!
- … a empresa Bayer pretende que a União Europeia aprove em 2010 a importação e consumo do arroz LL62, um arroz transgénico que é muito diferente do arroz convencional tanto em termos de vitaminas (B5 e E), como em cálcio, ferro e ácidos gordos?
- … o arroz transgénico LL62, da empresa Bayer, foi manipulado para se tornar resistente a grandes doses do herbicida glufosinato, também da Bayer? Isso significa que cada bago de arroz transgénico vai ter mais resíduos desse poluente do que qualquer outro tipo de arroz – e o glufosinato foi avaliado como sendo de «alto risco» para o ser humano e outros mamíferos.
- … na verdade, esse herbicida glufosinato é tão tóxico que já foi decidida a sua proibição na União Europeia a partir de 2017? Se a União Europeia aprovar o arroz transgénico é como estar a dizer: «Não permitimos cá este herbicida, mas não queremos saber se abrimos as portas para este arroz ser produzido noutros países que assim vão ficar poluídos. Também não nos interessa se o glufosinato, apesar de proibido, acaba por voltar a entrar na nossa cadeia alimentar através do arroz que importarmos.»
- … os resíduos do herbicida não desaparecem quando se coze o arroz?
- … a entrada do arroz transgénico na Europa, segundo documentos da própria empresa Bayer, vai levar à contaminação dos campos de cultivo de arroz normal?
- … a Bayer não é de confiança? Nos Estados Unidos em 2006 uma das suas variedades de arroz transgénico, apenas autorizado para testes experimentais, contaminou extensas áreas de arroz agulha e o resultado foi um prejuízo superior a 1,2 mil milhões de dólares para toda a indústria arrozeira daquele país. E a Bayer, o que fez? Descartou-se de todas as responsabilidades afirmando simplesmente em tribunal que esse acidente tinha sido «um acto de Deus»!
- … esta é uma decisão sem retorno? Não existe cultivo comercial de arroz transgénico em país algum do mundo. A Bayer quer forçar a União Europeia a aprovar a importação do arroz LL62 de modo a depois começar o cultivo em países com legislação mais frágil. A consequências será a contaminação das variedades de arroz um pouco por todo o mundo. E finalmente a União Europeia ver-se-á obrigada a autorizar o cultivo transgénico também por cá, porque – tal como já acontece com outras espécies – as variedades normais de arroz terão ficado irremediavelmente comprometidas.
- … nada está perdido? Ainda estão pela frente duas votações em Bruxelas, uma a nível de comité regulador e outra no Conselho de Agricultura, que ainda não têm data marcada. Portugal tem 12 votos e são necessários 91 votos contra para bloquear esta aprovação. Para a chumbar definitivamente é preciso reunir 255 votos (existe um total de 345 votos no Conselho). Se Portugal se abstiver é como se estivesse a votar a favor – só um voto contra é que interessa! Por isso vale a pena mostrar ao ministro de que lado temos de nos colocar, porque a nossa posição pode fazer a diferença na balança europeia.
2º passo: Passe à acção!
ESCREVA ao Ministro da Agricultura e diga-lhe para votar contra qualquer autorização do arroz transgénico LL62. Os contactos são estes:
Morada: Ministério da Agricultura, Praça do Comércio, 1149-010 LISBOA
Email: gabministro@madrp.gov.pt
Fax: 213 234 604
Pode usar o texto abaixo, ou modificá-lo como entender. Por favor envie-nos cópia do email, carta ou fax para info@stopogm.net
EXEMPLO DE CARTA
Exmo Sr Ministro da Agricultura,
Venho por este meio expressar a minha total oposição à aprovação do arroz transgénico LL62 da Bayer e solicitar que vote contra esse arroz em todas as circunstâncias ao seu alcance. Se fosse aprovado, o arroz LL62 seria o primeiro transgénico em circulação na União Europeia dirigido directamente ao consumo humano. Tornar-se-ia parte da alimentação de todos: pessoas saudáveis e doentes, crianças e adultos, grávidas e idosos. Mesmo que no supermercado – se a rotulagem estivesse a ser cumprida! – fosse possível evitar comprar esse arroz, já não haveria nenhuma escolha em cantinas ou restaurantes. E, com o tempo, a contaminação tornaria cada vez mais difícil produzir e manter arroz normal, livre da presença transgénica. O arroz não transgénico tornar-se-ia uma raridade cara, só para as elites que apreciam o gourmet e o pudessem pagar.
Portugal é o terceiro maior produtor de arroz da União Europeia, e os portugueses comem, por ano, mais arroz do que qualquer outro europeu. Se o arroz transgénico da Bayer for aprovado para o mercado europeu, seremos dos mais afectados. É pois a nossa saúde, economia e cultura que estão em causa.
Senhor Ministro: não há ninguém em Portugal a pedir arroz transgénico – nem a indústria, nem os consumidores, nem os agricultores. Qualquer voto português a favor, ou mesmo uma abstenção, representaria uma vénia a interesses que não são os nossos. Para protecção dos consumidores e do arroz cultivado em Portugal apelo a que o governo assuma as suas responsabilidades e afirme publicamente que fará tudo ao seu alcance para evitar este atentado à nossa alimentação e gastronomia.
Com os melhores cumprimentos,
NOME:_________________________________________________________________
BI:_____________________
[ASSINAR COM NOME COMPLETO E INDICAR O NÚMERO DO BILHETE DE IDENTIDADE]
3º passo: Divulgue!
Envie aos seus amigos, familiares ou conhecidos a indicação para vir a esta página (https://www.stopogm.net/?q=node/709) ou mande-lhes a informação de modo a que também possam escrever ao nosso ministro. Também é importante que fiquem a saber que todos os pedidos/protestos ao ministro devem ser enviados com cópia para a Plataforma Transgénicos Fora (info@stopogm.net) para que possamos fazer uma contagem aproximada.
NOTA: À medida que mais dados forem ficando disponíveis iremos disponibilizá-los nesta página. (Actualizado a Maio de 2010)
Uma campanha de:
Pode ser por simples imbecilidade ou ignorância minha, mas apesar de tentar preservar o ambiente em tudo ao meu alcance, ainda não entendi qual é o grande drama e aversão face aos alimentos transgénicos… Até porque, segundo o que tenho lido, só me tenho dado conta de uma coisa: com alimentos mais resistentes, e mais nutritivos (se não se vender os primeiros transgénicos, não haverá vontade de os melhorar…) poderíamos acabar com a maioria dos problemas relacionados com a fome…
Se alguém, mais informado que eu, quiser elucidar-me melhor sobre o assunto, sou todo ouvidos, mas até agora, da enorme quantidade de info que li, só me dei conta de “Sou contra, porque sim”…
Comprimentos saudáveis,
Hugo de Sousa Ferreira
Caro Hugo,
Poderá encontrar farta documentação que fundamenta com clareza e profundidade as razões de recusar alimentos transgénicos, incluindo o recente caso do arroz.
Sugerimos que explore essa vasta documentação, boa parte dela em filmes e outra em texto e referências cibernéticas, que encontra no e-síito da Plataforma Transgénicos Fora: https://www.stopogm.net/
Veja também o livro intitulado Alimentos Transgénicos: Um Guia para Consumidores Cautelosos, de autoria de Margarida Silva (Editora da Universidade Católica Portuguesa), um livro de bolso, curto, sintético, mas muito bem organizado, que se debruça em especial sobre a falácia dos transgénicos como resposta à fome.
Diz o Hugo S. Ferreira: «da enorme quantidade de info que li, só me dei conta de “Sou contra, porque sim”. Bem, com todo o respeito, ou o Hugo não se apercebeu da documentação que citamos, ou, se se apercebeu, agradecemos que explique porque considera que essa documentação se limita a ser “contra, porque sim.”
Note-se que a Campo Aberto integra a Plataforma Transgénicos Fora